Revista do Mundial’2014 – Inglaterra

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Os 23 ingleses estão escolhidos e este é, na minha opinião, um dos melhores planteis da seleção inglesa de há uns bons anos para cá. A grande perda para lesão é mesmo a de Jay Rodriguez, que tinha todas as condições para ser uma boa opção para ocupar um dos lugares no ataque. A Inglaterra vem de anos de reestruturação, depois de em 2008 ter falhado a qualificação para o Europeu, na Suíça e na Áustria. O selecionador Roy Hodgson tem à sua disposição uma grande seleção, não por estar recheada de estrelas, mas sim pela força que poderá advir do seu trabalho e do seu espírito de grupo.

A convocatória é muito equilibrada e assenta essencialmente na equipa do Liverpool, com o acrescento de qualidade de jogadores de United, Southampton, Everton, City, Arsenal e Chelsea. Esta base oriunda de Anfield poderá facilitar, e de que maneira, o trabalho de Roy Hodgson, não só pela grande qualidade dos jogadores, como também pelo grande entrosamento existente entre os jogadores, que dotaram os reds com um futebol extremamente atrativo.

Merece ainda nota a não convocatória de qualquer jogador do Tottenham, nomeadamente Kyle Walker. De resto, os jogadores de realce que o selecionador deixou de fora são Ashley Cole, Gibbs, Defoe, Carrick, Cleverley, Ashley Young, Caulker e Ruddy, não havendo assim grande debate sobre as suas decisões. Walker foi preterido em função de Smalling, pela polivalência deste, que pode ser o suplente de Glen Johnson caso seja necessário e é ainda opção para o centro. Já Cole e Gibbs foram deixados de parte em nome do virtuoso Luke Shaw, que merece desde já a confiança de Hodgson, não só pela grande época firmada, como pelo seu potencial que cada vez mais se torna potência.

O modelo de jogo da Inglaterra, para o Mundial, deverá ser o 4-4-2, composto por uma defesa que não deve andar longe de Joe Hart, Baines, Johnson e Cahill e Jagielka no meio. É no miolo que surgem as principais questões, sendo que Stevie deve ser o grande patrão e comandante da seleção dos três leões, mas resta perceber se será Henderson o seu escudeiro, para utilizar uma dupla que já há muito se conhece, ficando com toda a responsabilidade de pautar o jogo inglês. É que existem ainda as opções Lampard e Milner – o primeiro dotado de uma vasta experiência e com maior capacidade ofensiva e o segundo com maior capacidade de trabalho e de desgaste em prol da equipa. Existem ainda as hipóteses Barkley, um tecnicista e muito promissor talento, e Wilshere, jogador que há muito se afirmou como uma estrela inglesa. Nas alas, Lallana, Oxlade, Sterling e algum jogador adaptado (Sturridge, Barkley, ou mesmo Wilshere), deverão dar vazão às despesas para servir o ataque.

O ataque será, salvo alguma lesão, liderado pelo inequívoco Wayne Rooney, que está no auge da sua carreira, misturando experiência com o seu portentoso talento. No seu apoio a minha aposta recai para Daniel Sturridge, um dos melhores marcadores da Liga, que terá como suplentes Welbeck, um jogador bastante semelhante a Sturridge, e Lambert, o jogador de área, com excelente capacidade de finalização. Tanto Rooney como Sturridge conseguem ir buscar jogo atrás, dando ao ataque da Inglaterra uma grande mobilidade e apetência para a desmarcação. Há que destacar a enorme juventude que Hodgson trouxe a seleção – esse pode muito bem ser o principal factor para um sucesso em que poucos acreditam. Esta seleção inglesa, longe de ser favorita, pode ainda dar muito que falar.

Contudo, o seu grupo não se demonstra nada fácil, uma vez que tem a vice-campeã europeia Itália como favorita, assim como o Uruguai e a Costa Rica. A Itália é sempre uma seleção a ter em conta – comandada por Pirlo, deverá apresentar um onze de grande qualidade, com um misto de juventude e experiência. O outro principal rival é o Uruguai, seleção que em 2010 fez um Mundial de luxo, acabando em 4º lugar. Suárez vai ser o alvo a abater desta seleção; porém qualidade não falta, já que o Uruguai conta com jogadores como Muslera, Cáceres, Godín, Cavani ou o experiente Diego Forlán. A Costa Rica não deverá ambicionar grandes voos e apenas tentará roubar alguns pontos aos seus rivais.

OS CONVOCADOS

Guarda-redes – Joe Hart (Man. City), Ben Foster (West Bromwich) e Fraser Forster (Celtic).

Defesas – Leighton Baines (Everton), Gary Cahill (Chelsea), Phil Jagielka (Everton), Glen Johnson (Liverpool), Phil Jones (Man. United), Luke Shaw (Southampton) e Chris Smalling (Man. United).

Médios – Ross Barkley (Everton), Steven Gerrard (Liverpool), Jordan Henderson (Liverpool), Adam Lallana (Southampton), Frank Lampard (Chelsea), James Milner (Man. City), Alex Oxlade-Chamberlain (Arsenal), Raheem Sterling (Liverpool) e Jack Wilshere (Arsenal).

Avançados – Rickie Lambert (Southampton), Wayne Rooney (Man. United), Daniel Sturridge (Liverpool) e Daniel Welbeck (Man. United).

A ESTRELA

Rooney Fonte: The Sun
Wayne Rooney
Fonte: The Sun

A escolha recai sobre Wayne Rooney, apesar de Gerrard ser uma opção mais do que válida. No entanto, o jogador do Liverpool já não está no auge da sua carreira e, apesar da sua preponderância, não tem a capacidade de decidir jogos que Rooney tem. Este é capaz de pegar na bola em qualquer sítio do campo e transformar uma jogada num golo, seja com um tiro do meio da rua ou com a sua capacidade de recolher a bola em zonas mais atrasadas do terreno e começar toda a jogada.

O TREINADOR

Roy Hodgson Fonte: Telegraph
Roy Hodgson
Fonte: Telegraph

Roy Hodgson é o selecionador inglês desde 2012, cargo que ocupa depois de substituir Capello muito perto do Europeu de 2012. De regresso ao Europeu, depois de ter falhado a edição de 2008, a Inglaterra obteve bons resultados na fase de grupos, qualificando-se em primeiro lugar, depois de empatar com França e ganhar à Suécia e à Ucrânia. Acabou por sucumbir aos pés da finalista Itália, com a maldição dos penáltis a vir ao de cima. Garantiu a qualificação para este Mundial sem problemas de maior e apenas perdeu pontos em casa contra a Ucrânia.

Roy Hodgson tem um vasto historial de seleções, depois de ter treinado Suíça, Emirados Árabes Unidos e Finlândia. Treinou clubes como Inter, Blackburn, Udinese, Fulham, Liverpool e West Bromwich, com passagens de vários anos na Suécia, Suíça e Noruega – tem um histórico como treinador humilde e demonstra que não tem medo de abraçar novos desafios.

O ESQUEMA TÁTICO

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A Inglaterra joga num 4-4-2, com o pendente ofensivo assente no miolo, e com grande capacidade de incursão pelas alas. Na minha opinião, o primeiro onze que gostaria de ver na seleção inglesa tem algumas surpresas, como a inclusão de Sterling ou Lallana, mas daria uma maior velocidade e mobilidade à equipa, bem como capacidade de explosão. O ataque de Inglaterra é sem dúvida um dos pontos fortes, com Rooney e Sturridge a ser uma dupla de meter medo a qualquer equipa que se atravesse no seu caminho.

O PONTO FORTE

O principal ponto forte da Inglaterra é indubitavelmente a mobilidade ofensiva da equipa, não só para buscar jogo atrás, como nas desmarcações. Com o ataque a ser todo pensado por Gerrard, cabe aos alas e aos avançados fazer as desmarcações que garantam linhas de passe. Com alas como Sterling, Lallana e Oxlade e avançados como Sturridge, Rooney e Welbeck a qualidade de movimentação estará garantida.

PONTO FRACO

O principal ponto fraco é a zona central defensiva, uma vez que Cahill e Jagielka, como dupla, não conseguem dar garantias de total solidez. A táctica inglesa poderá também ser um problema, visto que poderá expor demais os defesas. Por exemplo, no caso de subida de um dos laterais, esta deverá ser compensada pelos médios centros. Caso não haja as devidas compensações de toda a equipa, dar-se-á a possibilidade aos adversários de abrir lacunas pelas alas ou pelo meio.

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João Martins
João Martins
O João Martins é um apaixonado pela Premier League e pelo Sporting. Diz que a sua maior tristeza é ver os seus clubes favoritos afastados dos troféus principais. Seja em Inglaterra, com o Arsenal, ou em Portugal, com o seu clube.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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