Copa América’2015 – Colômbia 0-1 Venezuela : Assim os cafeteros não vão lá!

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    Aí está a primeira grande surpresa da Copa América com a Venezuela a vencer pela margem mínima a favorita Colômbia. Depois da meia-surpresa do empate do Paraguai com a Argentina, Rondón fez o favor de contrariar as odds e dar 3 pontos à seleção Vinotinto, num jogo muito fraco da seleção de José Pekerman.

    A Colômbia era teoricamente favorita para esta partida, com um ataque composto por James, Cuadrado, Falcao e Bacca, e seria de esperar uma seleção acutilante, dominadora e a criar muito perigo, mas aconteceu tudo menos isso. A seleção “cafetera” parecia manca do lado esquerdo, já que Bacca e Falcao se fixavam no meio, Cuadrado estava colado à linha e James era um vagabundo a tentar ganhar espaços e a pautar o jogo. Nunca o conseguiu já que os Venezuelanos surgiram bem preparados e foram sempre muito agressivos, às vezes demasiado, a cometer muitas faltas, mas sobretudo foram eficazes a impedir a progressão colombiana.

    Por isso foi raro ver um ataque concluído do conjunto comandado por José Pekerman, no primeiro tempo e foram até os venezuelanos a criar mais perigo. Aos 5’, James ainda rematou com a bola a ser desviada num defesa, e depois disso só à passagem do minuto 28 um registo perigoso. Ospina bateu longo, os venezuelanos não intercetaram e a bola ficou a pingar à entrada da área, com Falcao a tentar o chapéu e o esférico a passar por cima da baliza de Baroja.

    Já a Venezuela assustou mesmo e o golo esteve perto em duas situações em que Ospina, guarda-redes colombiano do Arsenal, se superiorizou. Primeiro Rondón fez de pivot, como no futsal, segurou a bola de costas para a defesa e fez um passe a rasgar entre os dois centrais colombianos, onde surgiu Vargas, descaído para o lado esquerdo a rematar para a defesa do camisola 1.

    Bem perto do intervalo foi Guerra a causar calafrios aos cafeteros num lance digno de futebol de praia. O jogador, à entrada da área, levantou a bola e fez um pontapé de moinho ao qual Ospina correspondeu de forma perfeita. Bonito lance numa primeira parte fraca a nível futebolística, com muita intensidade na disputa de cada bola, onde a Colômbia não correspondeu às expetativas e o esférico foi muito mal tratado.

    Jackson e Falcao alinharam lado a lado nos últimos 7 minutos de jogo, mas não conseguiram alcançar o empate Fonte: Facebook Jackson Martinez
    Jackson e Falcao alinharam lado a lado nos últimos 7 minutos de jogo, mas não conseguiram alcançar o empate
    Fonte: Facebook Jackson Martinez

    No segundo tempo, James e companhia vieram mais atacantes, com mais disposição para ganhar o jogo e cercaram a área de Baroja, mas os Venezuelanos continuavam a conseguir sair no contragolpe. O processo de transição ataque-defesa dos colombianos deixa muito a desejar e os laterais bem subidos deixam quase sempre a equipa descompensada e desequilibrada.

    A desconcentração que os cafeteros demonstravam também não ajudava e foi por causa disso que acabaram por sofrer o golo ao minuto 60. Num lançamento lateral longo a meio do terreno ofensivo dos venezuelanos, marcado de forma rápida para as costas da defesa, surge Juan Arango descaído para o lado direito, que com dois toques dominou e bombeou a bola para o segundo poste, onde Vargas, de cabeça, cruzou para o centro da área. Rondón, avançado do Zenit, com o seu instinto matador, não iria desperdiçar e cabeceou para o fundo da baliza, com o esférico a entrar junto ao poste esquerdo de Ospina. Sem hipóteses para o guardião!

    Estava inaugurado o marcador e com meia-hora para jogar esperava-se o intensificar da pressão colombiana em busca de um resultado positivo, mas o seu ataque sempre esteve muito desorganizado e confuso. James era o mais inconformado, mas sozinho era difícil ultrapassar uma defesa venezuelana bem orientada.

    James foi o mais inconformado dos “cafeteros”, mas foi insuficiente Fonte: James Rodriguez – Oficial
    James foi o mais inconformado dos “cafeteros”, mas foi insuficiente
    Fonte: James Rodriguez – Oficial

    Pekerman mexeu e colocou Teo Gutierrez em campo por Bacca (apagadíssimo), mas pouco mudou. Aos 78’, James criou uma situação de perigo com um remate de longe, para boa defesa de Baroja e na recarga Cardona obrigou o guarda-redes a nova intervenção. Na sequência do canto, um jogador colombiano desviou ao primeiro poste e Zapata ao segundo, solto de marcação, falhou de forma inacreditável o alvo.

    Logo a seguir entrou Jackson para o assalto final e o avançado, que está de saída do Porto, ainda esteve num lance de perigo. Cruzamento do lado direito, Cha Cha Cha desvia e Cuadrado, na pequena área, tenta um pontapé de moinho mas falha a baliza de forma clamorosa.

    O cronómetro corria a passos largos para o fim e a Colômbia não conseguia chegar ao empate e pouco fazia para o conseguir. Nos últimos 5 minutos, fica para a história um cabeceamento de Teo, ao lado e muitos balões sem efeito para a área.

    3 pontos para a Venezuela, que foi a equipa mais organizada, mais sólida e solidária e soube aproveitar os contra-ataques de que dispôs. A sensação que dá é que a Colômbia precisa de evoluir muito mais, se quiser fazer jus ao seu estatuto na Copa América. E ainda tem o Brasil no grupo!

    A Figura:

    Rondón – foi o homem do jogo pelo golo que marcou e pela luta que deu a toda a defensiva colombiana. É um homem de área, mas sente-se muito bem a sair dela e a construir jogo e servir os seus companheiros. É a estrela da companhia!

    O fora-de-jogo:

    Falcao – 90 minutos a rondar a mediocridade. Longe do fulgor e da qualidade de outros tempos, Falcao foi incapaz de ser uma ameaça para os centrais venezuelanos. Jogou o tempo todo pelo estatuto, mas é incompreensível como Jackson fica no banco e só entra a 7 minutos do fim, com a exibição de El Tigre.

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    Luís Martins
    Luís Martinshttp://www.bolanarede.pt
    A mãe diz-lhe que começou a ler aos 4 anos, por causa dos jornais desportivos. Nessa idade já ia com o pai para todo o lado no futebol e como sua primeira memória tem o França x Brasil do Mundial 1998. Desde aí que Zidane é o seu maior ídolo mas, para ele, Deus só há UM: Pablito Aimar.                                                                                                                                                 O Luís não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.