O passado domingo, dia 9 de julho de 2017, foi um dia importante para o futebol angolano: o Recreativo do Libolo conseguiu assegurar presença nos Quartos-de-final da Taça das Confederações CAF. Pela primeira vez na sua história, o clube do Calulo conseguiu ultrapassar a Fase de Grupos da segunda prova de clubes mais importante do continente africano, o que é um feito importante para esta equipa, que costuma lutar todos os anos para conquistar o Girabola.
Ora, esta passagem à fase a eliminar da Taça das Confederações CAF por parte do Rec. do Libolo serve como ponto de partida para fazer uma breve reflexão acerca da prestação das equipas angolanas nas competições africanas, e tentar perceber o que tem estado na origem para não se verificar, em anos anteriores, feitos idênticos ao protagonizado pela equipa treinada pelo português Vaz Pinto.
Uma primeira explicação para o insucesso observado anteriormente deve-se sobretudo à falta de investimento por parte dos clubes e da própria Federação em infraestruturas de topo, que permitam aos treinadores e jogadores desenvolver as suas capacidades técnico-táticas, que poderão levar ao alcance de bons resultados desportivos fora de Angola. Talvez o sucesso liboliense fora de portas este ano seja o mote que faltava para as entidades desportivas desenvolverem esforços necessários, no sentido de criar e/ou melhorar as instalações futebolísticas espalhadas pelas províncias angolanas – mais academias de futebol, centros de treino com boas condições, etc.
Outra explicação poderá ser a falta de competitividade do campeonato angolano em anos anteriores, o que impossibilitou às equipas que costumam representar Angola nas competições de clubes da CAF de estar bem preparadas para o ritmo exigente que prima essas mesmas provas. Na minha opinião, creio que este aspeto acima referido deixou de ser uma “dor de cabeça” para o futebol angolano, uma vez que as últimas edições do Girabola têm sido bastante disputadas pelos 16 clubes participantes, o que torna-se benéfico para o crescimento e reconhecimento do nosso futebol.
Em jeito de conclusão, penso que se todas as partes ligadas ao Futebol angolano (treinadores, dirigentes e jogadores) decidirem cooperar fortemente, o feito alcançado pelo Rec. do Libolo poderá ser observado mais vezes por outras equipas angolanas, o que seria certamente uma boa notícia para Angola e seus adeptos fervorosos ver que não é somente no Basquetebol, Andebol e Hóquei em Patins que os clubes que representam ao mais alto nível o país da Palanca Negra dão cartas fora de portas.
Foto de Capa: Recreativo do Libolo