À passagem da 27ª jornada da Bundesliga, e já com um Bayern campeão, resta ainda saber quem desce e quem vai à Europa.
Com o pódio bem definido – Bayern München, Borussia Dortmund e Shalke 04 – há ainda mais um lugar que garante um play-off para a Champions League e dois lugares que dão acesso à Liga Europa.
Actualmente, e com menos uma partida disputada, Bayer Leverkusen é a equipa que ocupa a quarta posição, com 44 pontos. É, portanto, a principal candidata ao lugar. Depois de ter sido eliminada da Liga Milionária pelo PSG, a equipa comandada pelo ex-jogador Sami Hyypiä tem tudo para garantir mais uma presença na elite do futebol europeu.
Tem à sua disposição um plantel com bons nomes para todas as posições do campo, a começar na baliza, com o internacional alemão Bernd Leno e ainda com o veteraníssimo Andrés Palop (ex-Sevilla). A defesa é o ponto mais fraco desta equipa, mas ainda assim Philipp Wollscheid, Emir Spahić, Sebastian Boenisch, Ömer Toprak e Giulio Donati chegaram para a realização de um bom campeonato. O meio campo é composto por nomes consagrados do futebol alemão e já presentes na equipa há vários anos, como Simon Rolfes (2005), Lars Bender (2009), Gonzalo Castro (2004) e ainda outros bons jogadores, como é o caso de Sidney Sam (que já tem contrato com o Schalke 04 para a temporada 2014/2015), Andrés Guardado, que chegou do Valencia por empréstimo a meio da temporada, e ainda Emre Can, uma das maiores promessas do futebol alemão, que passou esta época em Leverkusen por empréstimo do Bayern Leverkusen. No ataque, Stefan Kiessling é o jogador mais perigoso, tendo marcado 16 golos em 37 jogos, mas há ainda Son Heung-Min, um jovem sul-coreano de apenas 21 anos que também já fez o gosto ao pé por 10 vezes esta época. Eren Derdiyok, emprestado pelo Hoffenheim, não sendo um exímio goleador, é um jogador importantíssimo na equipa, por aquilo que batalha na frente e pelas suas assistências fatais para Kiessling.
O calendário do Bayer, ainda assim, não é nada fácil, deslocando-se ao terreno do Augsburg, que ainda está na luta por um lugar na Liga Europa, e ainda ao do Hamburgo e do Nürnberg, duas equipas que lutam pela manutenção. No BayArena, em Leverkusen, ainda vai também disputar-se um sempre interessante encontro entre o Bayer 04 e o Borussia Dortmund.
Com os mesmos 44 pontos, mas com mais um jogo disputado, o Wolfsburg é a equipa que mais se aproxima do Bayer. O excelente plantel de Dieter Hecking é talvez um dos mais jovens e equilibrados da Bundesliga. O ex-Nacional Diego Benaglio atravessa um grande momento de forma, que, aliado à maturidade do alto dos seus 30 anos, fazem do capitão dos ‘wolfs’ um dos melhores guarda-redes da Liga. A segurança não está só na linha de golo, já que a defesa é bastante sólida. O experiente Naldo (ex-Werder Bremen), Patrick Ochs, Marcel Schäfer, Robin Knoche, e o suíço Ricardo Rodriguez são os membros de uma das defesas mais seguras do campeonato. O meio campo, mesmo com a partida da sua maior estrela (Diego) para o Atletico Madrid, recebeu uma das maiores promessas mundiais – Kevin de Bruyne chegou do Chelsea, em Janeiro, por cerca de 25 milhões de euros. Jogadores como o experiente Jan Polák, Luiz Gustavo, Christian Träsch, Slobodan Medojevic, Daniel Caligiuri e Max Arnold compõem um meio campo equilibradíssimo, e, no ataque, o experiente Ivica Olić e Bas Dost são os homens encarregues de fazer golo. Vieirinha pertence a esta equipa, mas sofreu uma grave lesão no início da temporada, que o impede de jogar até esta mesma semana, data em que voltou aos relvados.
Até ao fim da Bundesliga, o Wolfsburg tem deslocações sempre difíceis aos estádios de equipas que se tentam manter no campeonato, como a Hamburgo, Stüttgart, e ainda uma deslocação difícil ao Signal Iduna Park, para defrontar o Borussia Dortmund.
Com menos dois pontos, o Borussia Mönchengladbach aparece na sexta posição. Lucien Favre é um bom treinador, e tem à sua disposição um jovem e bom plantel. Com uma média de idades de 24 anos, o Borussia Mönchengladbach não apresenta grandes vedetas no seu plantel, mas aposta claramente no colectivo.
O guarda-redes Marc-André ter Stegen está já vendido ao Barcelona e irá abandonar a Alemanha no fim da presente época, mas, ainda assim, é talvez o segredo do sucesso desta equipa. Se olharmos para os nomes da defesa, Filip Daems, Roel Brouwers, Álvaro Domínguez, Håvard Nordtveit, Oscar Wendt, Tony Jantschke e Martin Stranzl não parecem transmitir a segurança que transmitem. É um case-study, algo de que só nos apercebemos se assistirmos à partida, e nota-se que são já jogadores experientes e que jogam juntos há vários anos; alguns deles nunca chegaram a sair de lá.
No meio, Raffael apresenta uma média fantástica de golos, com 14 marcados em 27 disputados, mas partilha o estatuto de ‘vedeta da equipa’ com o suíço Xhaka e o venezuelano especialista em bolas paradas Juan Arango.
Luuk de Jong nunca chegou a confirmar as promessas que trouxe do Twente e foi emprestado ao Newcastle, a meio da época. Mas a verdade é que os alemães não estão nada mal servidos no ataque, tendo para a posição de goleador Patrick Herrmann, Max Kruse e Branimir Hrgota.
Até ao fim da Bundesliga, o Borussia M’gladbach não tem jogos com um elevado grau de dificuldade, apesar de uma difícil deslocação a Gelsenkirchen para defrontar o Schalke 04 e ainda uma outra a Wolfsburg na última jornada.
Em sétimo lugar aparece o Mainz 05, com menos um ponto do que o Mönchengladbach. A equipa orientada por Thomas Tuchel é uma das surpresas do campeonato e, apesar de entregar as redes ao jovem Christian Mathenia, de apenas 21 anos, aposta claramente na experiência e solidez defensiva de jogadores veteranos, como Bo Svensson (34 anos), Zdeněk Pospěch (35 anos), Nikolče Noveski (34 anos) e Júnior Díaz (30 anos).
No meio campo, aposta também no colectivo, em detrimento das individualidades. Joga com o meio muito cá atrás, e não apresenta jogadores virtuosos e bons tecnicamente, mas sim jogadores equilibrados e de muita raça, como Benedikt Saller, Niki Zimling e Christoph Moritz. O melhor da equipa, na minha opinião, é Johannes Geis, um jovem de 20 anos apenas. No ataque, os avançados Maxim Choupo-Moting, com 10 golos, Shinji Okazaki, com 11, e Nicolai Müller, com 10, fizeram 31 dos 38 golos marcados esta época. São a prova viva de que ainda há típicas equipas da Europa central que privilegiam o contacto, a força física e o ‘bola para a frente’, em vez de tentar jogar um futebol agradável com a bola no chão a ser trocada de pé para pé.
Ainda assim, e mesmo tendo mais golos sofridos do que marcados, é com este tipo de jogo que o Mainz está na luta por um lugar nas competições europeias.
Terá ainda de disputar um jogo importantíssimo em casa contra o Augsburg, e deslocações difíceis a Dortmund e a Mönchengladbach. Não vai ser nada fácil.
Com 39 pontos, mas com um jogo a menos, aparece o Augsburg na oitava posição da tabela classificativa alemã. Markus Weinzierl é mais um técnico que aposta no futebol longo, com jogadores bem constituídos fisicamente e, à semelhança de Thomas Tuchel, tem obtido resultados excelentes. Na baliza, Marwin Hitz e Alex Manninger dividem o estatuto de titulares e concederam, até agora, 37 golos. Paul Verhaegh, Ragnar Klavan, Jan-Ingwer Callsen-Bracker e Matthias Ostrzolek compõem uma defesa suficientemente segura para garantir uma diferença de golos positiva, e, no meio campo, Holzhauser, Vogt, Baier, Werner e Morávek constituem um bloco sólido, que não gosta de entregar a bola ao adversário, tentando gerir sempre o encontro com a sua posse de bola. A grande estrela está mesmo no ataque: Halil Altıntop voltou à Bundesliga, e marcou nove golos em 29 jogos. Ao Augsburg falta ainda disputar alguns jogos difíceis com o Bayer Leverkusen, com o 1. FSV Mainz 05 e com o Bayern München.