Borussia VfL Mönchengladbach: Há surpresas para todos os gostos

    Praticamente todos os anos nas principais ligas europeias nos deparamos com algumas boas surpresas que acabam por revelar um futebol muito positivo e por fazer épocas muito acima das expetativas iniciais. Serve de exemplo o Leicester de 2015/16, campeão inglês, o RB Lepizig, que depois da subida de divisão rapidamente se afirmou no principal escalão do futebol alemão ou até o nosso conhecido Famalicão que se encontra no quarto lugar da Primeira Liga Portuguesa.

    Na Alemanha as surpresas começam a tornar-se um hábito, e parece ter chegado a vez do Borussia Monchengladbach, que está a fazer uma época muito acima do esperado, pelo menos no que ao campeonato diz respeito.

    Na Bundesliga, a equipa do Oeste da Alemanha encontra-se neste momento no segundo lugar, a apenas dois pontos do líder Lepzig, depois de ter escorregado nesta jornada frente ao Hertha de Berlim. Ainda assim, merece maior destaque o facto de estar dois pontos à frente do Bayern Munique, que apesar do atual terceiro lugar continua a ser o principal candidato ao tão disputado título alemão.

    Mas, se por um lado esta equipa nos tem vindo a surpreender com grandes exibições no campeonato, nas outras duas vertentes não se mostrou tão competente e está já eliminado de ambas. Refiro-me à Liga Europa, onde acabou por perder o passe para os 16avos de final depois de sofrer um golo aos 90+1 dos turcos do Basaksehir que assim se apurou e da Taça da Alemanha, em que foi eliminado pelo Borussia Dortmund. Note-se que em ambos os jogos a equipa esteve a ganhar por 1-0 e acabou por ser batida por 2-1. Em contrapartida temos o jogo com o Bayern, por exemplo, em que esteve a perder por 0-1 e acabou por conseguir derrotar o atual campeão em título por 2-1, o que nos diz muito sobre esta equipa que tem na imprevisibilidade uma das suas maiores armas, mas também uma das suas maiores fraquezas.

    O Borussia Monchengladbach é a equipa com melhor registo dentro de portas no campeonato
    Fonte: Borussia VfL Monchengladbach

    Algo muito representativo desta imprevisibilidade que acaba por se tornar em instabilidade é o contraste de resultados apresentados dentro e fora de portas. Em nove jornadas que jogou em casa, o Borussia ganhou sete, empatou um e perdeu outro, este último contra o líder Leipzig, arrecadando assim vinte e dois pontos. Já fora de portas, em oito jornadas a equipa d’Os Protos conseguiu somar apenas treze pontos, o que significa que ganharam quatro, perderam três e empataram um, aparecendo assim em sexto lugar na tabela dos jogos fora de casa.

    Continuando a olhar para as estatísticas facilmente percebemos que é a nível defensivo que a equipa encontra a sua mais valia. Isto porque é o conjunto menos batido do campeonato, a par do Wolsburg, com apenas dezoito golos sofridos. Esta coesão defensiva deve-se aos seus dois centrais que mostram muita segurança no setor mais recuado do campo. São eles Ginter e Elvedi, que se assumem assim como importantes pilares na construção de um onze inicial que, ainda que varie muitas vezes, tem já muitas rotinas interessantes.

    Para além destes, há outros jogadores que se revelam muito importantes na manobra de Marco Rose. Refiro-me a Yann Sommer, Denis Zakaria, Stefan Lainer e os quatro perigosos da frente, que vão rodando na titularidade: Marcus Thuram, Breel Embolo, Alassane Plea e Patrick Herrmann.

    Como já referi, o onze inicial sofre sempre alterações de jogo para jogo, e isso acaba por ser um fator determinante para a imprevisibilidade de que falei, uma vez que há um leque de jogadores que conseguem desempenhar a mesma função, mas todos de forma diferente e com distintas valências. Também isso tem um preço a pagar, e talvez seja essa a razão que justifique o facto de este Borussia ser capaz de nos apresentar o seu melhor e o seu pior, tal como aconteceu na Liga Europa.

    A equipa tem muitos jogadores jovens e também o seu treinador tem ainda uma curta carreira onde certamente continuará a evoluir e a aprender coisas, tal como fez nos seus tempos de jogador.

    Ainda que com toda esta incerteza, a equipa não deixa de apresentar um bom futebol baseado em ideias firmes que tenta levar a cabo em todos os jogos. É também desta incerteza que é feito o futebol, e é por isso as partidas dos pretos e verdes são tão emocionantes. É uma pena para os amantes do desporto rei que não possam disputar uma competição europeia para vermos qual o patamar que conseguiriam atingir. Vão então focar-se apenas no campeonato e é aí que ansiamos ver onde vão chegar. A situação é bastante promissora e tem tudo para continuar a ser. Qualidade não falta, vontade é certo que também não.

    Talvez seja este o ano de acabar com a hegemonia da turma de Munique e de mudarem as cores que se erguem quando se fala em campeão. Resta-nos esperar e ver daquilo que estes homens são feitos, numa prova que está mais intensa e disputada que os típicos “aborrecidos” campeonatos alemães.

    Foto de Capa: Borussia VfL Mönchengladbach

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Guilherme Vilabril Rodrigues
    Guilherme Vilabril Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Guilherme estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação de Comunicação Social e é um apaixonado pelo futebol. Praticante desde os três anos, desde cedo que foi rodeado por bola e por treinadores de bancada. Quer ser jornalista desportivo, e viu no Bola na Rede uma excelente oportunidade para começar a dar os primeiros toques.