Já foi na última quinta-feira o despedimento de Carlo Ancelotti do Bayern de Munique, mas ainda se fala, e muito, do divórcio do treinador italiano com o pentacampeão alemão.
Depois da conquista da Bundesliga na época transata, a primeira do técnico na formação alemã, e de duas supertaças domésticas, o líder transalpino saiu ao fim de seis jornadas no campeonato, 3 pontos atrás do primeiro lugar, e logo a seguir a uma contundente derrota por três golos sem resposta em Paris diante o PSG, numa partida fase de grupos da Liga dos Campeões.
Se a temporada passada correspondeu a um teste transitado no pós-Guardiola, por sua vez nesta, e vai revelando a imprensa desportiva estrangeira por estes dias, alguns jogadores do plantel estavam descontentes com a falta de “intensidade” dos treinos orientados pelo técnico.
Elogiado por muitos ex-jogadores que exaltam as suas capacidades humanas, alegadamente o que terá corrido mal não foi o relacionamento em si com os atletas mas sim os seus métodos de treino, o que soa estranho. Se um grupo de jogadores não se sentia bem com a forma de se treinarem porquê reclamar na segunda época? Na primeira a intensidade não era a mesma?
Na partida com o Paris Saint-Germain, Ribéry, Hummels, Robben, três atletas com alto estatuto no clube, foram relegados para o banco de suplentes, eles que são agora apontados como partes ativas de confronto com o treinador. O central alemão e o extremo francês nem saíram do banco, enquanto o holandês entrou nos últimos 20 minutos, ele que terá sido um dos grandes responsáveis pela existência de um ambiente de mau-estar no balneário do Bayern de Munique em relação a Carlo Ancelotti.
Se a vertigem e a velocidade de jogo são as principais características apontadas ao estilo do futebol alemão, a intensidade deve ser um cartão de visitas de qualquer equipa para jogar na Bundesliga, isso é mais que certo.
Contudo, este despedimento continua envolto em controvérsia. O argumento supracitado não se vislumbra convincente. O treinador italiano já veio a público, mas, de forma sensata, remeteu-se ao silêncio e quer descansar. “10 meses”. “Não há mais equipas”, disse ele…esta época, entenda-se.
O novo treinador, ao que parece, já está escolhido. Veremos, pelos resultados, os indícios da origem deste problema. É que, no futebol, como na vida, com o tempo, a verdade vem sempre ao de cima.
Foto de Capa: Goal.com