Demolidor. Foi desta maneira que todos adjectivámos o Bayern desta terça-feira. A goleada nos quartos-de-final da Champions, perante o Porto, foi o início de uma semana de sonho para o campeão alemão.
Depois dessa eliminatória extenuante, da qual o Bayern saiu recarregado de confiança, Pep Guardiola decidiu deixar descansar alguns dos habituais titulares e pôs em campo um onze alternativo. Acertadamente, como se veio a confirmar. O Bayern Munique não jogava com nove alemães no onze inicial desde 1999, e foi um desses novatos, Weiser, que desenhou um lance de génio e ofereceu um verdadeiro penálti a Schweinsteiger. No regresso à titularidade, o criativo não vacilou e garantiu a vitória na recepção ao perigoso Hertha. Apesar da apática exibição, os campeões em título souberam gerir a partida e levá-la a bom porto. E assim, o Bayern só precisava de esperar que o Wolfsburgo não ganhasse no reduto do Borussia Monchengladbach, colectivo que venceu os próprios bávaros, para ser campeão no sofá.
O Wolfsburgo vinha cansado, esgotado e animicamente em baixo da eliminatória desastrosa frente ao Nápoles, para a Liga Europa. Apresentou-se perante o Borussia como uma equipa aborrecida e sem iniciativa, desprovida de Dost, mortífero avançado que neutralizou o Sporting. Nem os esporádicos rasgos de genialidade de De Bruyne chegaram para evitar o antecipado título do Bayern. O Wolfsburgo foi conseguindo adiar o golo da derrota quase até ao fim, muito graças a Diego Benaglio, mas não evitou o tento da vitória do Monchengladbach, aos 89 minutos. O Bayern é tricampeão alemão, com 15 pontos de avanço a quatro jornadas do fim.
E agora, com o campeonato no bolso e apenas a Taça da Alemanha como distracção, Guardiola pode dedicar-se quase por completo à Liga dos Campeões. O sorteio ditou uma final antecipada, frente ao Barcellona, equipa que não se pode gabar de já ter as competições caseiras resolvidas; o campeonato está ainda muito instável, com o Real Madrid à perna, apesar da vantagem catalã. O Bayern pode tomar partido desta possível superioridade e apresentar-se com os jogadores mais fortes física e psicologicamente, e desfrutar de mais tempo para preparar o embate.
É claro que é uma vantagem teórica, mas, tal como o próprio Guardiola afirmou, a equipa “tem sido magnífica”. Vamos esperar para ver; vão ser umas meias-finais que poderiam perfeitamente tratar-se da própria final.
Foto de Capa: Facebook do Bayern