A nova coqueluche do Futebol Europeu: O que ficou e o que aí vem da Liga das Nações

    Chegou ao fim a fase regular da Liga da Nações, ficando apenas por disputar a Final Four e os play-offs de “repescagem” para o Euro 2020 (como explicaremos mais à frente). O balanço só pode ser muito positivo, superando as melhores expetativas. Esta competição trouxe emoção e competitividade a uma paragem que vinha sendo cada vez menos interessante. Mas já lá iremos. Vamos agora fazer um ponto de situação das subidas e descidas de divisão.

    Liga D

    Começando por baixo, a Liga D foi muito competitiva. Este moldes são mais benéficos para o desenvolvimento das equipas de menor dimensão que, ao jogarem entre si, desenvolvem mais o seu jogo do que se jogassem com adversários de maior craveira. Exemplo disso mesmo foram as duas primeiras vitórias de sempre de Gibraltar e o facto de apenas uma das 16 equipas em competição nesta liga não ter pontuado: San Marino (ainda assim esteve perto de acontecer, ao perder 0-1 com a Moldávia, sofrendo golo a dez minutos do fim).

    No grupo 1, a Geórgia, carregada por Chakvetadze, que em sete internacionalizações leva cinco golos e três assistências, só não cumpriu o pleno de vitórias devido ao empate em Andorra, na penúltima jornada.

    No grupo 2, a Bielorrússia garantiu, sem supresas, o primeiro lugar, marcando dez golos e não sofrendo nenhum. Destaque ainda para o Luxemburgo, que tem crescido muito nos últimos tempos e terminou em segundo lugar, com dez pontos e uma incrível diferença de golos de 11-4.

    No grupo 3, brilhou o Kosovo. A seleção apenas se tornou membro da UEFA em 2016 e foi nesta Liga das Nações que conseguiu a sua primeira vitória em jogos oficiais. Dominou o grupo, sofrendo apenas dois golos e marcando 15, quatro deles da autoria de um jovem prodígio, Arber Zeneli.

    A equipa da Macedónia teve um registo quase imaculado
    Fonte: UEFA

    Por fim, no grupo 4, a Macedónia foi a seleção mais consistente, perdendo apenas um jogo e aproveitando o deslize da Arménia com Gibraltar para garantir a promoção à liga C.

    Liga C

    A Liga C também foi repleta de surpresas e pautada por muito equilíbrio. No grupo 1, excecionalmente composto por apenas três seleções, a Escócia aproveitou para dar uma alegria aos seus adeptos (algo raro nos últimos tempos) e garantiu a subida de divisão no último e decisivo jogo frente a Israel. Já a Albânia beneficiou do facto de o grupo ser composto apenas por três equipas e, apesar de ter terminado em último lugar, manteve-se na Liga C por não ser a pior terceira classificada.

    No Grupo 2, provavelmente a maior surpresa desta Liga das Nações: a Finlândia garantiu a subida de divisão, fruto de quatro vitórias nos quatro primeiros jogos. Embalados pela sua maior figura, Teemo Pukki, que marcou três golos que valeram outras tantas vitórias, os escandinavos lideraram de início ao fim um grupo que tinha como principais candidatos a Grécia e a Hungria. A Estónia, apesar do triunfo surpreendente em Atenas, acabou despromovida para a Liga D.

    A Finlândia surpreendeu e vai estar na Liga B
    Fonte: UEFA

    No Grupo 3, mais uma seleção nórdica a conseguir o apuramento: a Noruega conseguiu superiorizar-se numa luta taco-a-taco com a Bulgária. Mais lá para baixo ficaram Chipre e Eslovénia, que desceram de divisão, fruto do facto de os cipriotas serem os piores terceiros classificados dos quatro grupos.

    No Grupo 4, a Sérvia provou ser a seleção mais forte desta Liga C (foi a única destas 15 seleções a estar presente no Campeonato do Mundo deste ano), superando a forte oposição da Roménia, com quem empatou os dois jogos. Os romenos, para além dos dois empates com os sérvios, não foram além do nulo frente ao Montenegro, deixando escapar as chances de subida de divisão. Em último, e sem qualquer ponto, ficou a Lituânia, que jogará na Liga D na próxima edição.

    Liga B

    Subindo mais um degrau competitivo, a Liga B proporcionou menos jogos (apenas seis por cada grupo de três equipas), mas nem por isso menos emotivos. No grupo 1, a Ucrânia não deu qualquer hipótese aos seus adversários, vencendo os seus três primeiros jogos e garantindo de imediato a promoção, à frente da República Checa e da Eslováquia, que apesar de golear a Ucrânia no último jogo, não evitou a despromoção.

    A Suécia garantiu a subida à Liga A no último jogo
    Fonte: UEFA

    O Grupo 2 foi bem mais equilibrado e só ficou decidido no último jogo: a Suécia venceu por 2-0 a Rússia e garantiu o primeiro lugar, devido à vantagem no confronto direto com os russos. A Turquia perdeu os dois jogos em casa e, apesar de um triunfo na Suécia, terminou no último lugar.

    No Grupo 3, Bósnia e Herzegovina e Áustria discutiram entre si o apuramento. O triunfo dos Balcãs em casa e o empate em Viena proporcionaram uma surpreendente promoção dos bósnios, embalados pela sua grande figura Edin Džeko. A Irlanda do Norte mostrou não ter pedalada para os dois rivais e terminou no último lugar, sem qualquer ponto conquistado.

    No grupo 4, a Dinamarca superiorizou-se ao País de Gales e à Irlanda, com duas vitórias frente aos galeses e dois empates perante os irlandeses, que foram derrotados duas vezes pelos seus rivais britânicos.

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    João Brandão
    João Brandãohttp://www.bolanarede.pt
    Desde cedo o avô lhe colocou o bichinho do futebol e não mais parou de crescer, expandindo-se para outras modalidades. Atento e perfecionista, gosta de analisar ao pormenor cada aspeto do jogo. Considera que o melhor que a vida nos pode dar é um bom jogo de futebol, para ver com um bom grupo de amigos.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.