Bélgica 2-0 Inglaterra: Diabos vermelhos ganham e estão perto da ‘final four’

    A CRÓNICA: DEFESA DIABÓLICA IMUNE A ATAQUE DE ANJINHOS

    Os três leões foram até ao King Baudouin Stadium, em Bruxelas, para defrontar os diabos belgas numa partida que promete sentar ambas as nações no sofá. Se por um lado, uma vitória bastava à Bélgica para garantir meio pé na final four da UEFA Nations League. Por outro, a Inglaterra precisava de vencer os adversários para continuar na corrida pelo regresso à fase final da competição em que foi semifinalista em 2019.

    Em mais uma partida com as bancadas desertas devido à pandemia global de COVID-19, foi a favorita Bélgica quem começou por assumir o domínio madrugador da partida. As dificuldades inglesas em encurtar os espaços da seleção belga, que trocava livremente a bola a seu gosto, ficaram desde cedo evidentes.

    Corria o minuto nove quando o marcador mexeu pela primeira vez, depois duma combinação entre Kevin De Bruyne e Romelu Lukaku. O possante ponta-de-lança aguentou a carga e virou-se de costas para a baliza para servir o compatriota Youri Tielemans que, com alguma sorte nos ressaltos do remate, colocou a bola no canto inferior esquerdo da baliza defendida por Jordan Pickford. 1-0 para os diabos.

    Foi um abanão que fez bem aos britânicos, que apenas não empatam a partida imediatamente a seguir porque Lukaku, novamente em destaque, corta um cabeceamento (quase) letal de Harry Kane mesmo em cima da linha. Um dos destaques do jogo.

    Ingloriamente, e quando Inglaterra até estava bastante melhor na partida, Declan Rice faz uma entrada sobre Kevin De Bruyne na “zona perigosa”, oferecendo à Bélgica um livre bastante favorável aos seus talentosos marcadores.  Quando só faltava escolher se era KDB ou Mertens, o segundo bate um livre exímio e não deixa qualquer hipótese a Jordan Pickford que volta a ter de ir buscar a bola ao fundo das redes. 2-0 aos 24 minutos.

    Era este o resultado que o marcador mostrava ao resultado, apesar de as extenuantes tentativas inglesas para reduzir a desvantagem.

    No recomeço, a tendência continuou a confirmar-se: Inglaterra insistia, atacava pelas pelas alas, pelo meio, chegava ao último terço, mas estava com muita dificuldade em concretizar uma das muitas ideias que foram surgindo. Ao minuto 60, os ingleses registavam 60% da posse de bola e tornava-se, por vezes, angustiante ver Harry Kane a tentar fintar quatro ou cinco defesas belgas em simultâneo – quase sempre desapoiado.

    Contudo, por muito que Inglaterra atacasse, os diabos vermelhos eram sempre a seleção mais perigosa. E quando corria o minuto 76 não acontece um (merecido) golo de Lukaku porque Pickford se agigantou e defendeu, com as pernas, a boa tentativa de finalização do número 9 da Bélgica. Igualmente merecido seria o golo de Harry Kane que, ao minuto 82, ensaiou um remate colocado que sai pouco ao lado da baliza de Courtois. Dois minutos depois, foi Vertonghen quem tirou o pão da boca ao internacional inglês ao impedir uma finalização que seria, normalmente, fácil para Harry Kane.

    A justiça da vitória belga nunca esteve em questão. O resultado final dita 2-0 para os diabos vermelhos, que não só provaram o quanto são superiores aos ingleses, mas também que merecem estar na final four da UEFA Nations League, decisão que ficará decidida no confronto frente à Dinamarca.

     

    A FIGURA

    Romelu Lukaku – Com a ausência do capitão Eden Hazard, alguém tinha de assumir o protagonismo da seleção dos diabos vermelhos. Pois bem, Lukaku disse presente. Ninguém esteve mal, mas é impossível não destacar o contributo de Lukaku para a vitória. Concentração, técnica, uma assistência e muita garra. Só faltou mesmo o golo para a exibição de Lukaku ser perfeita, mas nem só de golos é feita uma boa exibição. O seu grande contributo nos primeiros 20 minutos bastou para que a Bélgica batesse Inglaterra e garantisse, pela primeira vez, presença na final four da Liga das Nações.

     

    O FORA DE JOGO

    Cerimónia inglesa – Só faltou o chá. Os ingleses podiam e deviam ter feito mais para vencer esta partida, mas aquele que parece ser o problema crónico dos três leões voltou a ficar nítido. Os jogadores são bons, o treinador é bom, as ideias são ótimas. Mas a bola não entra. Falta sempre qualquer coisa, e ninguém sabe dizer o quê. Hoje, o problema foi o excesso de cerimónia. Passar a bola para o lado na cara do guarda-redes não é uma boa forma de ganhar jogos de futebol.

     

    ANÁLISE TÁTICA – BÉLGICA

    Roberto Martínez desenhou um 3-4-2-1 para defrontar os ingleses. Com um futebol positivo, que ficou evidenciado pela postura com que a equipa entrou na partida, os diabos nunca tiveram qualquer intenção de não jogar esta partida para a vencer. Com três defesas e dois alas que estiveram sempre comprometidos com as ações defensivas da equipa, o perigo ofensivo dos belgas nascia pelo meio do terreno, onde Witsel e Tielemans se encarregavam de lançar a velocidade de Mertens, a força de Lukaku e o génio de De Bruyne.

    A vencer por 2-0 numa fase muito inicial da partida, o plano belga correu bem, mas acabou por deixar os diabos jogar mais tempo à defesa do que, certamente, pensavam que ia acontecer. A opção defensiva passava por, na grande maioria do seu tempo, sobreviver às investidas britânicas e esconder a bola do adversário, quando a tinham.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

     Courtois (7)

    Alderweireld (7)

    Denayer (7)

    Vertonghen (7)

    Meunier (6)

    Witsel (6)

    Tielemans (8)

    Thorgan Hazard (7)

    Mertens (7)

    De Bruyne (8)

    Lukaku (8)

    SUBS UTILIZADOS

     Praet (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – INGLATERRA

    Gareth Southgate espelhou o 3-4-2-1 belga, mas com inspirações bastante diferentes. Com um futebol que parecia, inicialmente, mais cauteloso e menos pressionante, os ingleses deram de si e estavam a perder por dois aos vinte minutos da partida depois dum remate desviado na defesa e duma falta disparatada de Declan Rice numa zona proibida. O ataque, mais inspirado pelas alas, não pecou pela falta de criação de ocasiões. Mas a competência defensiva da Bélgica e alguma falta de eficácia inglesa acabou por ditar uma derrota que se pode dizer merecida. Não há final four para a Inglaterra nesta edição.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES 

    Pickford (5)

    Mings (6)

    Dier (5)

    Walker (6)

    Trippier (6)

    Rice (5)

    Henderson (6)

    Chilwell (5)

    Grealish (6)

    Mount (5)

    Kane (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Saka (5)

    Winks (5)

    Sancho (5)

    Calvert-Lewin (5)

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    Diogo Dá Mesquita
    Diogo Dá Mesquitahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Jornalismo pela Universidade Católica. Também tirou o curso de árbitro na Associação de Futebol de Lisboa. Tinha 8 anos quando começou a perceber a emoção que o desporto movia. No espaço de quinze dias, observou a família a chorar de alegria o golo do Miguel Garcia em Alkmaar, a tristeza da derrota em Alvalade contra o CSKA o ensurdecedor apoio dos adeptos do Liverpool enquanto perdiam a final da Liga dos Campeões por 3-0. Hoje, e cada vez mais apaixonado por futebol, continua a desenhar o seu percurso para tentar devolver a esta indústria tudo o que dela já recebeu.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.