AC Milan 0-2 Chelsea FC: Os erros – que o diga Tomori – pagam-se caro na Champions League

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    A CRÓNICA: AGARRÃO DE TOMORI DEIXA MILAN CAIR E CONDUZ CHELSEA A VITÓRIA TRANQUILA

    Menos de uma semana depois, Chelsea FC e AC Milan voltaram a encontrar-se, desta feita em terras italianas, para a 4.ª jornada da Liga dos Campeões.

    Motivado pela vitória no fim de semana contra a Juventus e com vontade de vingar a derrota por 3-0 sofrida em Londres, o Milan entrou com tudo no jogo, procurando ter bola e remeter o Chelsea para o seu meio-campo. Privado da bola na maioria dos minutos iniciais, quando a tinha o Chelsea procurava rapidamente aproveitar a transição e incutia vertigem no seu jogo. Foi num destes lances que Reece James lançou Mason Mount para uma corrida que só terminou com um remate em esforço, atenuado pelas mãos de Tomori.

    No entender do árbitro, o contacto provocado pelo inglês (que reencontrou a antiga equipa) foi suficiente para condicionar a ação de Mount e, de um momento para o outro o então superior Milan viu-se com menos um e com uma grande penalidade pela frente. O relógio marcava os 21 minutos quando Jorginho saltou para a bola e fez Tatarusanu saltar para o lado contrário, colocando o Chelsea na frente um pouco contra a maré do jogo.

    Apesar da desvantagem – em campo e no marcador – o Milan não baixou os braços e suportado por um San Siro a ebulir em assobios constantes, nas penetrações interiores de Theo Hernández e nas potentes mudanças de velocidade de Rafael Leão, procurou continuar a importunar o Chelsea.

    Ainda assim, o Chelsea aproveitou a superioridade numérica para assumir as rédeas da partida, contrariando os desejos rossoneri de um jogo partido e preterindo a transição pela organização. A vertigem deu lugar à pausa, Jorginho e Kovacic passaram a falar a língua da bola e Mason Mount, partindo da direita, foi capaz de aproveitar o espaço nas costas dos médios do Milan. Depois de alguns lances em que não foi capaz de visar a baliza, o Chelsea viria mesmo reforçar a vantagem à passagem da meia hora. Numa jogada praticamente ao primeiro toque e aproveitando uma falha de comunicação (foram constantes na partida) do Milan, recuperou a bola em zonas altas e Aubameyang marcou à antiga equipa após assistência deliciosa de Mount.

    O 2-0 transformou-se numa montanha demasiado alta para o Milan escalar, e o jogo até então frenético acalmou. Os comandados de Pioli ainda esboçaram uma leve reação na segunda parte, mas o Chelsea nunca pareceu verdadeiramente ameaçado. Leão, outrora sinónimo da alegria de quem move os pés como quem baila e da ousadia de quem traz nas chuteiras os sonhos dos miúdos que vêm na rua o mais belo campo, saiu cabisbaixo na imagem que espelha o jogo do Milan. Esforçado, sem deitar a toalha ao chão, mas sempre mais próximo da dor que da recompensa.

    Quanto ao Chelsea, depois de se ver com a guloseima nas mãos, não a largou mais e, embora não tenha criado grandes situações de golo, deu sempre a sensação de que se forçasse mais um bocadinho e aumentasse a intensidade em todas as ações, chegaria sem grandes problemas à baliza do Milan.

    Com este resultado o Chelsea assume o primeiro lugar do Grupo E com sete pontos. Já o Milan encontra-se em último lugar em igualdade pontual com o Dinamo de Zagreb com quatro pontos, mas a apenas dois pontos do RB Salzburg. Na próxima jornada o Chelsea desloca-se à Áustria e pode carimbar a passagem. Já o Milan viaja até à Croácia e não se pode dar ao luxo de perder pontos sob pena de ver o sonho dos oitavos ficar mais longe.

     

    A FIGURA

    Jorginho – Disse um dia Vicente del Bosque sobre Busquets: “Se assistires ao jogo inteiro não vês Busquets. Mas se olhares para Busquets, então vês o jogo inteiro”. Se o mítico treinador espanhol tivesse de analisar a partida de Jorginho, poderia replicar esta frase. O italiano pegou na varinha de Potter e dominou o meio-campo. Comunica com os colegas, mapeia o espaço através de constantes rotações do pescoço e tem facilidade no passe (tanto enquadrando os colegas como quebrando linhas). De grande penalidade colocou os blues na frente do marcador.

     

    O FORA DE JOGO


    Fikayo Tomori – O Milan estava por cima da partida, até Tomori agarrar Mount dentro da área. Deixou a equipa a jogar com menos um e viu Jorginho converter a grande penalidade em golo. De um momento para o outro o jogo mudou e é impossível dissociar o crescimento do Chelsea da expulsão do jogador formado nos blues.

     

    ANÁLISE TÁTICA – AC MILAN

    Stefano Pioli colocou o Milan a jogar num sistema tático diferente do que tinha sido apresentado em Londres, tendo o clube italiano apresentando-se em campo em 4-3-3 sem bola, com Krunic ao lado de Tonali – com referências de marcação individuais aos médios do Chelsea – e Bennacer no vértice mais recuado do triângulo.

    Com bola, os laterais comportavam-se de forma diferente. Enquanto Kalulu ficava na base da saída, juntando-se aos centrais numa saída a três, Theo Hernádez adotava um posicionamento interior, próximo de Bennacer com o argelino frequentemente a descer para entre os centrais (fazendo variar a saída em 3+2 e 4+1). O posicionamento de Hernández pretendia também oferecer maior liberdade a Rafael Leão para receber e ter possibilidade de acelerar. O Milan conseguia controlar a bola e impedir o Chelsea de jogar até Tomori cometer falta para grande penalidade.

    Após a expulsão do inglês o Milan reestruturou-se em 4-2-3 com Krunic a fazer a lateral direita e Bennacer a jogar a lado com Tonali. A entrada de Dest (saiu o extremo-direito Brahim Diaz) significou nova alteração no desenho: a terceira na primeira parte. O 4-3-2 voltou a juntar o triângulo inicial no meio-campo e colocou Leão mais centrado e próximo de Giroud.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Tatarusanu (6)

    Kalulu (6)

    Gabbia (6)

    Tomori (3)

    Theo Hernández (7)

    Bennacer (7)

    Tonali (6)

    Krunic (5)

    Brahim Díaz (5)

    Rafael Leão (7)

    Giroud (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Dest (7)

    Pobega (6)

    Rebic (6)

    Ballo-Toure (5)

    Origi (5)

    ANÁLISE TÁTICA – CHELSEA FC

    Do lado do Chelsea não houve surpresas. O 3-4-3 já faz parte do ADN do emblema londrino e, com exceção de Jorginho – recuperado de lesão – e de Chalobah – face à lesão de Fofana – apresentou o mesmo 11, nas mesmas funções que na partida da semana passada.

    Face à tónica inicial do Milan, que assumiu a batuta do jogo, o Chelsea procurou criar perigo através de transições, procurando recuperar a bola e colocá-la rapidamente nos vertiginosos Reece James (à direita) e Sterling (à esquerda). No entanto, foi o cerebral Mason Mount que, aproveitando o espaço entrelinhas e o lado cego dos médios do Milan, gerou vantagens por várias vezes.

    Com mais um em campo, a influência de Kovacic e de Jorginho aumentou e o Chelsea passou a ser capaz de gerar superioridades numéricas em todo o campo, através da projeção dos alas e da velocidade e condução dos centrais exteriores. As entradas de Gallagher e de Loftus-Cheek traduzem a tentativa do Chelsea manter a posse de bola durante a segunda parte.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Kepa (6)

    Reece James (7)

    Chalobah (6)

    Thiago Silva (7)

    Koulibaly (7)

    Chilwell (6)

    Kovacic (7)

    Jorginho (8)

    Mount (8)

    Sterling (6)

    Aubameyang (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Gallagher (7)

    Azpilicueta (6)

    Loftus-Cheek (6)

    Havertz (6)

    Cucurella (-)

     

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