Champions League | A caminho das emoções com um português à mistura

    Na noite desta quarta-feira chegou ao fim mais uma fase de grupos da Champions League e, com isso, já são conhecidos os 16 emblemas que se classificaram para os oitavas de final. Partimos assim para os momentos decisivos que fazem arrepiar os mais apaixonados por futebol.

    A título de curiosidade, houve 296 golos marcados ao longo desta fase, o que dá uma média de 3,09 por jogo. Os dois emblemas que mais faturaram foram, logicamente, o Manchester City (18) e o surpreendente Atlético Madrid (17). Em contrapartida, as “duas” piores defesas foram o Antuerpia com 17 tentos sofridos e o Manchester United, acompanhado do Celtic e Estrela vermelha, os três com 15 golos sofridos.

    Tendo isto em conta, analisemos então, grupo a grupo, quem passou para os oitavos final da liga milionária.

    Análise de cada grupo

    Grupo A

    Uma das maiores surpresas, senão a maior, vem do grupo A com o Copenhaga que ultrapassou o Manchester United. Os red devils fizeram uma fase de grupos deprimente e o Galatasaray, que perdeu o gás a meio caminho, deixou-se ultrapassar pelos Dinamarqueses que com oito pontos e na segunda posição garantiram, pela primeira vez na sua história, a passagem aos oitavos de final da Champions League. A equipa de Jacob Neestrup, em campo, demonstrou organização e confiança, algo que não se viu nas duas equipas que ficaram na terceira e quarta posição.

    Em primeiro colocado ficou o colosso Bayer de Munique com 16 pontos. Foram superiores perante as equipas acima, mas ainda há muitas arestas para limar. Acredito que a sorte de Tuchel foi as suas individualidades terem aparecidos em momentos fulcrais. De recordar os duelos com o Copenhaga, fora, o Galatasaray nas duas jornadas e até mesmo com o Manchester United em Munique.

    Grupo B

    O grupo B sucedeu o que já se perspetivava. O Arsenal conseguiu demonstrar com conforto o que todos sabem: que tem uma equipa com muita qualidade e tem capacidade para se juntar, nesta temporada, aos grandes europeus na luta pela “orelhuda”.

    Na segunda posição e que, assim, acompanha os gunners é o emblema neerlandês que foi uma das boas surpresas da prova. Malik Tillman (emprestado pelo Bayern), Peter Bosz, Vertessen e outros tantos que, com certeza, farão e fazem as delícias dos adeptos do líder invicto do seu campeonato nacional.

    Destaque também para o Lens que segue para a Liga Europa e deixou o Sevilha para trás na corrida pela presença na segunda maior competição europeia de clubes.

    Grupo C:

    Ai SC Braga, SC Braga, foi por tão pouco. Sem dúvida, a equipa que mais curiosidade tinha de ver nesta edição da Champions League. Primeiro porque não participavam nesta competição há vários anos e segundo, pelas equipas que, infelizmente, calharam-lhes no grupo.

    O que é certo é que o comportamento dos bracarenses foi exímio e demonstrou bem que há qualidade para fazer estragos fora de Portugal. De qualquer forma os deuses do futebol fizeram jus ao mérito e os arsenalistas seguem para a Liga Europa de forma justa, pois foram melhores nos confrontos com o Union. Capazes de equilibrar em vários períodos com o Nápoles (tanto em casa como fora) e perante o Real Madrid foram demasiado frágeis defensivamente e pouco assertivos na hora de finalizar.

    Em suma, o que vale no fim das contas são os resultados e o Real Madrid passou de forma destacada à próxima fase e posteriormente o Napoli.

    Grupo D:

    Após uma fase de grupos muito aquém por parte do SL Benfica, o Inter e a Real Sociedad não se fizeram rogadas e aproveitaram a fase menos boa dos encarnados para se sobreporem. O mesmo se adapta ao Salzburg que acabou mesmo por, em casa, desperdiçar a oportunidade de ir para a Liga Europa.

    Los Txuri-urdin foram o conjunto que no grupo D da Champions, na minha opinião, praticaram o futebol mais chamativo. Intensos, rápidos e sempre com a baliza nos olhos, culminou nas diversas exibições bem conseguidas e claro, no primeiro lugar do grupo que é muito importante.

    Já o Inter ficou na segunda posição do grupo e apesar de um futebol não tão vistoso, comparativamente com a Real, conseguiu ser preponderante e eficaz nos momentos decisivos e à semelhança da época transata, vencer. De recordar, que os nerazzurri chegaram, em 2022/23, às meias-finais da competição.

    Grupo E:

    O grupo E fica marcado por uns colchoneros goleadores e uma Lazio que volta aos oitavos de final da maior prova de clubes.

    A equipa comandada por Simeone, como referi na introdução a este artigo, registou 17 golos e conta com dois jogadores no topo da lista de melhores marcadores, Morata e Griezmann, ambos com cinco golos. Além disso, não perdeu nenhum jogo nesta fase de grupos da Champions, estatísticas que impressionam se compararmos com temporadas anteriores. Sem dúvida uma equipa a ter em atenção e que pode calhar, uma vez mais, no caminho dos dragões já em fevereiro.

    A Lazio que já estava apurada antes do duelo com o Atlético de Madrid, volta a estar presente nesta fase, dois anos depois. As tropas de Sarri fizeram uma fase de grupos muito competente e somaram 10 pontos, num conjunto de jogos que os favoreceu. Com todo o respeito ao Feyernoord que tem grandes jogadores e ao Celtic, e apesar de dificilmente escaparem a um “tubarão”, têm individualidades que podem fazer a diferença em grandes jogos.

    Grupo F

    O grupo da “morte” da Champions proporcionou o que se previa, decisão até ao último minuto. O Borussia Dortmund (1º) e o PSG (2º) foram as equipas que asseguraram a passagem para os oitavos.

    Os parisienses no início da competição eram dados como os principais favoritos a estar na primeira posição do grupo, mas o futebol da equipa de Paris não correspondeu, novamente, ao que se esperava e, por pouco, podiam ter concretizado mais um fiasco europeu.

    Em contrapartida, os alemães do Borussia Dortmund à quinta jornada já estavam apurados, algo que olhando para os restantes adversários (Newcastle, AC Milan) seria o elo mais fraco, mas Adeyemi, Brandt e companhia surpreenderam até mesmo o auri-negro (adepto do Borussia Dortmund) mais confiante.

    Grupo G

    O grupo mais lógico foi este, basta olharmos para a pontuação final. Manchester City, campeão da última edição, voltou a passear na fase de grupos da Champions League e apesar dos dois duelos frente ao Leipzig, onde teve algumas dificuldades, acabou por ser superior aos germânicos.

    O segundo classificado, o Leipzig, foi bastante regular e observando os outros oponentes, falo do terceiro e quarto classificado, fez o seu trabalho com distinção. Teve várias mudanças na sua base titular da temporada transata para a atual como, por exemplo, o Nkunku e conseguiu reerguer-se com a contratação de novos ativos que fazem a diferença, à cabeça Openda.

    Grupo H

    O único português que permanece em prova perfilou-se no grupo H e foi o FC Porto. Os dragões de Sérgio Conceição, diferentemente do que se sucede nas competições nacionais, foram uma equipa regular e merecem estar nos oitavos de final. Apesar de ter perdido os dois jogos frente ao FC Barcelona, de forma injusta, na minha opinião, principalmente no Estádio do Dragão, há espaço para sonhar nesta edição da Champions.

    Os catalães voltam a estar presentes nos oitavos de final, três anos depois, em primeiro lugar do grupo, somando 12 pontos e muitas dúvidas atreladas ao desempenho dos seus ativos. Contudo, o FC Barcelona regressa a um lugar de onde nunca devia ter saído, pela história e importância que tem para esta prova.

    De relembrar que o sorteio será realizado nesta segunda-feira, dia 18 de dezembro, às 12 horas.

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    Miguel Costa
    Miguel Costa
    Licenciado em Jornalismo e Comunicação, o Miguel é um apaixonado por desporto, algo que sempre esteve ligado à sua vida. Natural de Santiago do Cacém, o jornalismo desportivo é o seu grande objetivo. Tem sempre uma opinião na “ponta da língua”, nunca esquecendo a verdade desportiva. Escreve com acordo ortográfico.