FC Barcelona 0-3 FC Bayern München: Foram três, mas poderiam ter sido mais…

    A CRÓNICA: DOMÍNIO ALEMÃO IMPETUOSO

    396 dias depois do memorável duelo que terminou com um 2-8 no marcador, FC Barcelona e FC Bayern München voltaram a defrontar-se em jogo a contar para a Liga dos Campeões e os alemães voltaram a levar a melhor, sem dar qualquer hipótese à equipa espanhola.

    Barcelona até entrou pressionante e com vontade de “vingar” essa goleada, mas foi sol de pouca dura. O Bayern rapidamente identificou as “lacunas” dos primeiros 10 minutos de jogo e a partir daí começou a dar show em Camp Nou. Goretza e Sané foram os primeiros a testar as luvas de Marc ter Stegen, ao que se seguiram novas jogadas de rutura a fazer soar os alarmes na grande área espanhola.

    À passagem do minuto 34’, Thomas Müller tentou a sua sorte de fora da área e beneficiou de um desvio em Eric García (claramente traiçoeiro para a defesa de ter Stegen) para dar cor ao marcador. Até ao intervalo, a reação do Barcelona foi muito tímida e nem a qualidade das duas jogadas coletivas na resposta foi suficiente para incomodar Neuer.

    No regresso dos balneários, Sergio Busquets tentou assustar com um remate de fora da área, mas o jogo acabaria por seguir a mesma toada da primeira parte, com a evidente superioridade dos alemães. Primeiro foi Sané que esteve perto de finalizar com sucesso uma grande jogada coletiva. Logo a seguir, aos 56 minutos, Musiala atirou ao poste e, na recarga, Lewandoswki tratou de marcar o golo que já há muito se adivinhava.

    O Barcelona ainda tentou avançar no terreno para reduzir a desvantagem, mas a reação foi, mais uma vez, tímida. Apenas o recém-entrado Coutinho visou a baliza de Neuer ao atirar por cima. Do outro lado, o desequilíbrio do costume. Também o recém-entrado Sabitzer esteve perto de ampliar a vantagem, mas o terceiro golo ficou reservado para o bis de Lewandoswki. Novamente num lance de recarga (desta vez com Gnabry a mandar ao poste), o avançado polaco mostrou a razão de ser um dos melhores na sua posição. No sítio certo, à hora certa.

    Com este resultado, a equipa de Munique avança para a liderança isolada do grupo E, dado que o SL Benfica empatou na Ucrânia e não conquistou mais do que um ponto. Já o Barcelona volta a perder uma oportunidade para fazer frente a uma das melhores equipas da competição, com a particularidade não ter feito um único remate à baliza.

     

    A FIGURA

    Robert Lewandowski – Dois remates, dois golos. Não foi propriamente uma exibição brilhante do ponta de lança polaco, mas foi suficiente para demonstrar a competência e eficácia necessárias na hora de atirar à baliza. Curiosamente, os dois golos que marcou no segundo tempo nasceram de recargas após as bolas travadas pelo poste direito e isso mostra a capacidade de estar no sítio certo à hora certa. Algo a que Lewandoswki já há muito tempo se habituou, dado o faro de golo que possui.

    O FORA DE JOGO

    Ronald Koeman – Na antevisão ao encontro, o técnico neerlandês confiava que tinha a estratégia certa para travar o Barcelona. Porém, na realidade, saiu tudo ao lado. O esquema de três centrais prejudicou (e muito!) as habituais movimentações de rutura de jogadores como Pedri e Frenkie de Jong, anulando por completo boa parte da imprevisibilidade que dali poderia sair. Além disso, as lacunas defensivas não foram corrigidas com a linha de cinco jogadores e as próprias substituições em nada mudaram a toada do encontro. A situação em Camp Nou não é fácil e Koeman começa a perder mão na gestão do plantel…

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC BARCELONA

    Sem competir há mais de duas semanas, Ronald Koeman preparou-se para este duelo com uma estratégia diferente da habitual e foram vários os motivos a provocar as quatro mudanças em relação ao “onze” que tinha sido apresentado diante do Getafe CF. Eric García rendeu Clément Lenglet no eixo da linha defensiva, que passou a ser de três centrais e possibilitou também o regresso de Gerard Piqué após lesão. Além dessas trocas, Pedri regressou de férias e assumiu a sua posição no meio-campo, assim como o reforço Luuk de Jong, colmatando as ausências de Griezmann (saiu para o Atlético de Madrid) e do lesionado Braithwaite.

    Alinhados num 3-5-2, os espanhóis entraram mais agressivos e pressionantes, com os alas Jordi Alba e Sergi Roberto a subir no terreno assim que a fluidez do jogo o propiciava, mas também a baixarem para ajudar os três centrais nos largos períodos sem bola. Face a esse poderio germânico, a estratégia passou, muitas vezes, por esperar pelas aproximações do adversário e tentar sair rapidamente em contra-ataque. Contudo, os erros no último passe eram letais para inviabilizar ocasiões de perigo.

    A segunda parte não trouxe qualquer melhoria ao fio de jogo do Barcelona, da mesma forma que o segundo golo sofrido nos primeiros minutos não trouxe qualquer surpresa ao encontro. As substituições de Koeman à passagem da hora de jogo (com alguma aposta na juventude) favoreceram o regresso ao modelo tático de 4-3-3, mas essa tentativa de equilíbrio já veio tarde e não foi suficiente para assustar verdadeiramente Neuer.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marc-André ter Stegen (6)

    Eric García (4)

    Gerard Piqué (6)

    Ronald Araújo (7)

    Jordi Alba (5)

    Pedri (6)

    Sergio Busquets (6)

    Frenkie de Jong (6)

    Sergi Roberto (5)

    Luuk de Jong (6)

    Memphis Depay (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Gavi (5)

    Yusuf Demir (5)

    Oscar Mingueza (5)

    Philippe Coutinho (6)

    Alejandro Balde (5)

    ANÁLISE TÁTICA – FC BAYERN MÜNCHEN

    Já Julian Nagelsmann optou por alterar apenas duas peças em relação à goleada imposta no reduto do RB Leipzig no passado sábado: Niklas Süle regressou à titularidade para ocupar o lugar de Lucas Hernández no eixo da defesa e Jamal Musiala rendeu o extremo Sèrge Gnabry, que saiu “tocado” no último duelo e começou do banco de suplentes.

    A jogar no já habitual 4-2-3-1, os bávaros sentiram algumas dificuldades no período inicial para estancar as incursões dos espanhóis, mas rapidamente acordaram a tempo de equilibrar os duelos. Para isso, bastou subir as linhas e pressionar mais alto, de tal modo que as recuperações originaram sempre tentativas de remate à baliza contrária.

    A vantagem mínima no marcador em nada mudou a estratégia dos alemães, que continuaram persistentemente à procura de marcar mais golos, sempre com uma proposta de jogo tentadora a “partir” completamente o adversário.  As mexidas de Nagelsmann na equipa permitiram refrescar as principais setas ofensivas à baliza adversária e isso resultou em pleno, principalmente tendo em conta as duas jogadas consecutivas que antecederam o terceiro e último golo do jogo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Manuel Neuer (7)

    Alphonso Davies (6)

    Niklas Süle (7)

    Dayot Upamecano (8)

    Benjamin Pavard (7)

    Joshua Kimmich (6)

    Leon Goretzka (8)

    Jamal Musiala (7)

    Thomas Müller (7)

    Leroy Sané (7)

    Robert Lewandowski (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Lucas Hernández (7)

    Kingsley Coman (6)

    Sèrge Gnabry (6)

    Marcel Sabitzer (-)

    Josip Stanisic (-)

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Miguel Simões
    Miguel Simõeshttp://www.bolanarede.pt
    Já com uma licenciatura em Comunicação Social na bagagem, o Miguel é aluno do mestrado em Jornalismo e Comunicação, na Universidade de Coimbra. Apaixonado por futebol desde tenra idade, procura conciliar o melhor dos dois mundos: a escrita e o desporto.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.