FC Bayern 2-0 FC Barcelona: Na Baviera mandam os bávaros

    A CRÓNICA: EFICÁCIA ALEMÃ CRUCIFICOU ESFORÇO CATALÃO

    O confronto entre FC Bayern Munique e FC Barcelona prometia ser o ‘rebuçado’ mais saboroso da segunda jornada da Liga dos Campeões e não defraudou as expectativas dos espetadores.

    O duelo começou muito vivo, com oportunidades de parte a parte e um ritmo frenético. Bom para quem gosta de futebol. Certamente mais amargo para quem torce por um destes conjuntos. Só na primeira parte registaram-se 14 remates, tendo se mantido na mesma frequência de onda na segunda parte. Ambas as equipas procuravam surpreender de forma rápida e causar o caos através da transição, principalmente o Bayern, que raramente conseguia construir com o Barcelona recuado nas suas linhas. Foi aliás assim dessa forma que chegou ao segundo golo, uma vez que o primeiro nasceu através de canto.

    O Barcelona surgiu completamente transfigurado na partida em relação à temporada anterior, um pouco à imagem do que tem vindo a ser a sua nova cara em 2022/23 com Xavi ao comando.

    A meio de tanta contratação, na primeira parte destacam-se os ‘meninos’ Gavi e Pedri, que dominaram o meio-campo com tranquilidade. Na segunda, o trator demolidor da Baviera foi acionado e, quando assim é, não há hipótese. Movidos ao ritmo de Leroy Sané, os alemães saltaram com conforto para a vantagem por dois golos e não mais a largaram: primeiro por Lucas Hernandez e depois pela magia do extremo ex-Manchester City. A segunda parte trouxe a crucificação final com dois pregos cravados no caixão catalão em menos de cinco minutos. Sabe como se costuma dizer, não sabe? Quem não marca, normalmente sofre, e assim foi na Baviera.

    A FIGURA

    Leroy Sané – Na primeira parte Sané foi o inventor de praticamente todas as jogadas de perigo do Bayern Munique. Na segunda continuou a fazer por merecer o tão desejado golo, que acabou mesmo por chegar, dando maior tranquilidade à sua equipa numa altura em que esta já vencia por 1×0. Exibição muito interessante, partindo com frequência da direita para o meio, ora assistindo colegas em posição privilegiada, ora rematando com perigo. Jogaço!

    Apesar da derrota, destaque também para a enorme exibição de Pedri no meio-campo do Barcelona. Que jogo absurdo do médio espanhol. Mais incrível ainda é pensar que este craque tem apenas 19 anos de idade. Fica a menção honrosa.

    O FORA DE JOGO

    Raphinha – Esperava muito mais de Raphinha, extremo em quem Xavi depositou confiança ao incluir no onze inicial. Não criou perigo através do 1×1 e raramente conseguiu ligar-se com algum sucesso aos seus companheiros de setor. Jogo fraco e desinspirado, mas não foi o único culpado. Há várias opções no plantel do Barcelona e estas oportunidades não se poderão perder no futuro.

    Do outro lado, Sadio Mané também não convenceu, mas foi ‘tapado’ pela vitória coletiva dos alemães. Ainda assim, esteve apático e quase não se deu por ele em campo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC BAYERN MUNIQUE

    O Bayern Munique de Julian Nagelsmann alinhou em 4-2-3-1 como habitual, não fugindo muito aquilo que costuma ser o esquema mais tradicional dos bávaros em todas as competições.

    Alphonso Davies pela esquerda ia detonando a defesa catalã e complicando a vida a Raphinha, bem como os quatro elementos da frente, que apostavam na verticalidade de processos para chegar à baliza, ao contrário do seu adversário. Apesar de tudo, os alemães pareciam extramente tímidos

    Do ponto de vista defensivo a equipa da casa pareceu algo surpreendida num primeiro momento pelo poderio atacante e acima de tudo pela demonstração de força e personalidade dos blaugrana, que ora em contra-ataque, ora em ataque construído iam criando perigo para a baliza de Neuer.

    Marcel Sabitzer esteve sempre desinspirado e houve mesmo momentos em que o meio-campo do Bayern facilitou em demasia, perante o oportunismo característico do espírito culé, incutido por Xavi Hernández aos seus pupilos. Com a entrada de Goretzka ao intervalo a equipa ganhou personalidade e aos 10 minutos do segundo tempo já vencia por 2×0. Entrada de rompante a contrariar o poderio contrário: a frieza e eficácia alemã a vir ao de cima para resolver este duelo de titãs.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    MANUEL NEUER (7)

    BENJAMIN PAVARD (5)

    DAYOT UPAMECANO (8)

    LUCAS HERNÁNDEZ (7)

    ALPHONSO DAVIES (8)

    JOSHUA KIMMICH (7)

    MARCEL SABITZER (5)

    LEROY SANÉ (9)

    JAMAL MUSIALA (7)

    THOMAS MULLER (7)

    SADIO MANÉ (5)

    SUBSTITUIÇÕES

    NOUSSAIR MAZRAOUI (6)

    LEON GORETZKA (7)

    SERGE GNABRY (5)

    RYAN GRAVENBERCH (-)

    MATHYS TEL (-)

    ANÁLISE TÁTICA – FC BARCELONA

    Xavi fez o Barcelona alinhar no seu clássico 4-3-3, tendo como principais armas os três craques do meio campo-campo. Gavi e Pedri estiveram em sintonia e mostraram-se sempre muito destemidos nas combinações que iam executando com os colegas ao seu redor.

    Assegurados pela tranquilidade de Sergio Busquets, os dois prodígios da cantera blaugrana iam progredindo e mostrando toda a qualidade que possuem. Gavi era mais vertical no sentido da baliza, enquanto Pedri tinha funções mais cautelosas e de circulação da bola.

    Na frente a equipa forasteira esteve muito rematadora, fosse dentro ou fora de área, fazendo claramente por merecer o golo que teimou em não surgir. Exibição personalizada e destemida do conjunto catalão, que se ia lamentando com a falta de sentido matador do polaco Lewandowski e dos desinspirados Raphinha e Dembélé.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    MARC-ANDRÉ TER STEGEN (7)

    MARCOS ALONSO (6)

    ANDREAS CHRISTENSEN (7)

    RONALD ARAÚJO (7)

    JULES KOUNDÉ (6)

    SERGIO BUSQUETS (7)

    PEDRI (8)

    GAVI (8)

    OUSMANE DEMBÉLÉ (7)

    RAPHINHA (5)

    ROBERT LEWANDOWSKI (7)

    SUBSTITUIÇÕES

    FERRAN TORRES (5)

    FRENKIE DE JONG (6)

    ERIC GARCÍA (6)

    ANSU FATI (-)

    FRANCK KESSIÉ (-)

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    Gabriel Henriques Reis
    Gabriel Henriques Reishttp://www.bolanarede.pt
    Criado no Interior e a estudar Ciências da Comunicação, em Lisboa, no ISCSP. Desde cedo que o futebol foi a sua maior paixão, desde as distritais à elite do desporto-rei. Depois de uma tentativa inglória de ter sucesso com os pés, dentro das quatro linhas, ambiciona agora seguir a vertente de jornalista desportivo.