Apenas um play-off separa o SC Braga da fase de grupos da Liga dos Campeões! Sem surpresa, a equipa portuguesa deslocou-se até à Sérvia para sentenciar uma eliminatória que nunca esteve em dúvida, com uma goleada por 1-4 sobre o Backa Topola, e confirmou o apuramento para o play-off da Liga dos Campeões, poucos dias após o mau arranque de campeonato.
Ora, o Backa Topola apresentou-se num 4-3-3, no qual o meio-campo era composto por Petar Stanic, Milan Radin e Nikola Kuveljić, ao passo que Sasa Jovanović, Marko Rakonjac e Milos Pantovic formavam o trio atacante. No entanto, a turma sérvia fechava-se em 4-4-2, com a preocupação de impedir a ligação de Pizzi com Al Musrati-Vítor Carvalho.
Já o Braga dispunha-se num 4-2-3-1, com Pizzi a ser o dínamo da equipa, jogando à frente do duplo-pivot do meio-campo formado por Al Musrati e Vítor Carvalho, e atrás do homem da frente, Álvaro Djaló, que jogava na frente, como espécie de “falso 9”, com muita liberdade de movimentos e em constantes permutas posicionais. Nas alas, Ricardo Horta atuava pela direita e Bruma pela esquerda, procurando movimentos interiores, deixando o corredor inteiro para os laterais Víctor Gómez e Adrián Marín subirem e explorarem as costas dos defesas contrários, por vezes. Um ataque móvel, portanto. Ricardo Horta destacava-se como assistente, Bruma rasgava a partir da esquerda, Djaló incisivo e Gómez esticava pela direita.
O Backa Topola até tentou ameaçar nos primeiros momentos do jogo, a assumir a posse de bola a meio-campo para atrair e lançar longo, para as costas dos laterais do Braga, mas o resultado foi nulo, com os arsenalistas bem preparados e organizados.
Assim, com o passar do tempo, o Braga foi assumindo as rédeas do encontro e ficando mais confortável com o controlo do jogo e, claro, com o avolumar do resultado e do agregado da eliminatória.
A forma demasiado permissiva como defendeu a equipa sérvia fez com que no espaço de 20 minutos o Braga conseguisse chegar aos 0-4. Com dinâmica pelo flanco direito e Pizzi a aproveitar a oportunidade para dar dores de cabeça a Artur Jorge, certamente a tentar resolver alguns problemas após o desaire com o FC Famalicão, o Braga entrou em modo rolo compressor e o resultado alterou-se de forma natural. Pizzi, Bruma, Álvaro Djaló e Al Musrati fizeram o gosto ao pé, com recortes técnicos interessantíssimos pelo meio. Ricardo Horta assistiu duas vezes e Victor Gómez aproveitou todas as facilidades concedidas pelo lado esquerdo da defesa sérvia.
Foram quatro golos em 20 minutos. Um arranque de partida avassalador dos bracarenses e uma vantagem que marcava a diferença notória entre as duas equipas, embora a eficácia do Braga fosse notável. Atenção à solução de Álvaro Djaló como avançado-centro, já que tem potencial em certos cenários. Desde logo, porque o Braga utiliza médios com timing e inteligência nas ruturas (Pizzi e Ricardo Horta). A equipa leu bem o espaço por fora e os laterais destacaram-se.
Aos 39 minutos, o Backa Topola fez o primeiro golo da história num encontro europeu. Rakonjac deixou uma marca na história deste modesto clube sérvio, que ainda terá de crescer muito mais para sonhar em chegar à fase de grupos de uma Liga dos Campeões.
Ao intervalo, o jogo e a eliminatória estavam totalmente controlados pelo Braga, que protagonizou uns primeiros 15 minutos que tiraram qualquer dúvida que pudesse existir em relação a esta eliminatória. Cínica, a equipa lusa baixou linhas e deixou o Backa Topola ter bola, com a consciência de que em ataque rápido conseguia ferir o seu adversário. O golo (de honra) marcado pelos sérvios, na única oportunidade criada, serviu de consolo para os seus adeptos.
A pensar no que vem daqui para a frente, Artur Jorge trabalhou o resto da equipa, aproveitando para estrear Rony Lopes e dar oportunidades aos jovens Roger Fernandes e Djibril Soumaré.
A segunda parte, a um ritmo de passeio, por motivos óbvios, podia ter resultado numa vantagem ainda maior na eliminatória para a equipa portuguesa, mas o resultado acabou por não se alterar.
Sem contestação. O SC Braga vence a eliminatória por 1-7 no agregado, num jogo sem história, depois de uma primeira parte avassaladora do conjunto de Artur Jorge. Dominou, geriu o jogo como quis e não concedeu praticamente nenhuma oportunidade ao seu adversário, que, claramente, demonstrou não ter os mesmos argumentos.