O Manchester United está fora da Liga dos Campeões! Depois da eliminação na taça da liga inglesa, a turma de Van Gaal não conseguiu bater os alemães do Wolfsburgo e, dada a vitória caseira do PSV, foram relegados para o terceiro lugar do grupo B e estão, consequentemente, fora da próxima fase da liga milionária.
Era algo que já se adivinhava. O United ia decidir o apuramento em casa de um Wolsburgo em boa forma e a precisar de vencer. Os ingleses entraram com um onze bastante ofensivo (com Mata, Memphis, Martial e Lingard) e até marcaram primeiro, por intermédio de Anthony Martial, aos 10 minutos. Mas os “Lobos” responderam de forma quase imediata e bastaram 3 minutos para que Naldo (completamente sozinho na grande área), depois de um livre cobrado por Rodríguez, igualasse a partida. O Wolfsburgo continuou a carregar e, aos 29 minutos, numa brilhante jogada coletiva, finalizada pelo português Vieirinha, chegou à vantagem.
A partir daí o jogo abrandou, a equipa comandada pelo antigo selecionador holandês mostrava grandes dificuldades nas transições defensivas e o Wolfsburgo foi controlando a vantagem. Aos 82’, num canto apontado por Blind, Guilavogui tenta afastar e acaba por colocar o esférico dentro da própria baliza. No entanto, e ainda os adeptos do United estavam a festejar (o PSV estava empatado e este resultado permitia a qualificação ao United), já o Wolfsburgo restituía a vantagem. Novamente de bola parada, Naldo bisa na partida. Pouco tempo depois, o PSV marcou e selou a eliminação dos reds.
A realidade é que não foi na Volkswagen Arena que o United comprometeu o apuramento, mas sim nas duas partidas frente aos holandeses. A derrota em Eindhoven e o empate caseiro contra aquela que era, juntamente com o CSKA, a pior equipa do grupo, colocavam o United com apenas um ponto de vantagem sobre o terceiro classificado. O PSV, perante a possibilidade de passar (mediante um mau resultado dos ingleses no campo mais difícil do grupo) e a jogar em casa, não desperdiçou e bateu os russos que haviam eliminado o Sporting nos play-offs.
Continua, assim, o mau momento de forma dos red devils, que nos últimos 13 encontros só venceram 4 e foram eliminados de duas competições. Esta série de maus resultados deve-se, essencialmente, à falta de capacidade ofensiva demonstrada pela equipa – só marcaram em 7 destes últimos 13 jogos –, muito por culpa do sistema de Van Gaal. O treinador holandês, em prol da segurança defensiva, tem comprometido no setor contrário. A equipa joga muito recuada e com os setores bastante afastados, o que dificulta as transições. A juntar a isso, Rooney, Depay e Schweinsteiger têm estado claramente em sub-rendimento, principalmente os dois primeiros. O extremo, que até começou bem a época, caiu a pique e neste momento nada lhe sai bem, parece um jogador a menos. Com Lingard, que já vai sendo bastante utilizado, Pereira e Young à espreita por um lugar no onze, o holandês está longe de ser um indiscutível.
Por outro lado, o avançado da seleção inglesa vem confirmando as críticas de que tem sido alvo – já desde o ano passado – em Inglaterra. Wayne Rooney está lento, sem ideias, sem brilhantismo, e longe do Rooney dos tempos de Ferguson, que tantas alegrias dava aos adeptos do United.
De facto, quem tem salvado este United tem sido a defesa, principalmente Chris Smalling, que tem estado em grande forma esta época. O central assumiu-se como patrão da defesa dos reds (embora muito longe de Ferdinand e Vidiç) e tem ajudado a equipa a manter um excelente registo defensivo (10 golos sofridos na liga) – o melhor do campeonato.
No entanto, este United joga muito pouco futebol e, assim, apesar de estar a apenas 3 pontos da liderança, dificilmente será campeão. Louis Van Gaal precisa de tomar as rédeas e colocar o imenso talento que tem à sua disposição a vencer, e a vencer bem, porque não se espera menos daquele que é, certamente, o maior clube inglês da atualidade.
Foto de Capa: Manchester United FC