Está concluída a primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Nos últimos dois encontros, o Real fez história na Alemanha (vitória por 6-1 é apenas o segundo triunfo em 25 jogos em solo germânico), enquanto o Chelsea e o Galatasaray empataram em Istambul (1-1), o que dá à equipa de José Mourinho uma curta vantagem para o duelo em Stamford Bridge.
Em Gelsenkirchen, assistiu-se seguramente a uma das melhores exibições colectivas da temporada. O Real Madrid humilhou o Schalke 04 com uma vitória por 6-1 e está, obviamente, apurado para os quartos-de-final. O resultado até foi “simpático” para os alemães, tendo em conta o número de oportunidades desperdiçadas pelos merengues. Foi um autêntico vendaval ofensivo por parte da equipa de Carlo Ancelotti e os golos foram surgindo com naturalidade. O 1-0, da autoria de Benzema a passe de calcanhar de Ronaldo, resultou de uma jogada fantástica iniciada por Bale. Pouco depois seria o galês a marcar, em mais um lance individual só ao alcance de um predestinado. Pelo meio, Casillas evitou o golo da equipa da casa com uma defesa monumental. Até ao intervalo, Ronaldo ainda desperdiçou várias ocasiões claras para regressar aos golos, algo que apenas aconteceria na segunda parte. O português, após ultrapassar um adversário, fuzilou Fährmann para o 3-0. Com a eliminatória resolvida, esperava-se que o Real abrandasse o ritmo, já a pensar no encontro com o Atlético para a liga espanhola. No entanto, os espanhóis estão numa fase em que respiram confiança e partiram para a goleada. O trio da frente bisou: Bale fez o 4-0, Benzema aumentou para 5-0, após mais uma assistência incrível de Ronaldo, e o português também voltou a marcar. Huntelaar, com um tiro de fora da área, assinou o golo de honra do Schalke.
A nível individual, o principal destaque vai para Di María. É impressionante a forma como o ex-Benfica se está adaptar ao papel de médio interior, juntando à qualidade ofensiva uma maior responsabilidade a nível defensivo. O meio campo do Real, com Xabi a equilibrar, Modric – que realizou mais uma exibição ao seu nível –, e o argentino entendeu-se às mil maravilhas. Ronaldo, que regressou em grande estilo com dois golos e duas assistências, Bale, que mostrou a sua técnica fenomenal, e Benzema desequilibraram por completo a frágil defensiva do Schalke, que teve em Felipe Santana (central banal) o elo mais fraco. Do meio campo para a frente, Draxler acabou por desiludir, ao contrário de Farfán, que merece nota positiva.
No outro jogo do dia, o Chelsea alcançou um empate (1-1) no sempre difícil terreno do Galatasaray, deixando tudo em aberto para a segunda mão. Os blues marcaram cedo por intermédio de Fernando Torres, que encostou para a baliza deserta a passe de Azpilicueta. Em vantagem, a equipa de José Mourinho estava confortável no encontro e ia dominando um conjunto turco que dava demasiado espaço para as transições rápidas dos londrinos. Na segunda parte, a turma orientada por Roberto Mancini reagiu e acabou por chegar ao empate – Chedjou, na sequência de um canto – de forma justa. Na recta final da partida, Mourinho optou por gerir o resultado em vez de ir à procura de um golo que desse outra tranquilidade para a segunda mão. Ainda assim, o Chelsea tem tudo para seguir em frente.