É oficial. Depois da FIFA se ter deixado seduzir por esta nova ferramenta de apoio ao árbitro, ao tê-la implementado no Mundial, foi a vez da UEFA confirmar a utilização do VAR na edição 19/20 da Liga dos Campeões. Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, justifica esta demora na adoção do vídeo-árbitro com o tempo necessário à adaptação e criação de um sistema robusto e ao treino dos profissionais, de forma a que esta implementação seja um sucesso na Liga dos Campeões.
Do meu ponto de vista, esta medida peca por tardia podendo, por exemplo, ter sido implementada na fase a eliminar da edição atual. É certo que os erros vão continuar a acontecer, mas a função do VAR é ajudar o árbitro a tomar melhores decisões, reduzindo o número de erros, mas não erradicando-os.
A formação dos profissionais é o ponto mais benevolente desta ferramenta. Continuam a não ser assinalados penaltis claros ou a serem validados golos precedidos de fora-de-jogo sem que o vídeo-árbitro descortine estas infrações e as transmita ao árbitro principal. Muita das vezes, é preferível perder-se um minuto enquanto o árbitro principal visiona as imagens no monitor do que tomar-se uma decisão célere, mas errada.
Outro dos aspetos que pode melhorar o espetáculo é, à semelhança do que acontece no rugby, a mostragem nos ecrãs do estádio das imagens que o árbitro verá no caso de ser alertado pelo VAR, para que todos possam perceber e interpretar o lance no momento.
A arbitragem nunca será um assunto consensual e a polémica, mesmo com VAR, vai continuar. Esperemos é que este sistema seja bem utilizado, ajudando eficazmente o árbitro em decisões chave e que traga verdade desportiva a uma competição marcada, aqui ou acolá, por lances muito polémicos.
Foto de capa: FIFA