FC Barcelona 2-3 Real Madrid CF: “El Clasico das Arábias” saiu melhor que a encomenda

    A CRÓNICA: Meia-final em Riade sorriu ao Real Madrid CF

    O ‘El Clássico’ disputava-se pela primeira vez fora de terreno espanhol de forma oficial, com Riade (Arábia Saudita) a ser o palco escolhido para o efeito, à ocasião da primeira meia-final da Supertaça Espanhola. Quis o destino que a partida sorrisse ao Real Madrid CF, que teve uma tarefa bem mais complicada do que aquela que poderia esperar…

    O jogo até começou com nota de equilíbrio, mas cedo se percebeu ao que vinha o Real Madrid CF: jogava puramente na transição ofensiva e na vantagem que poderia ganhar perante a lenta e frágil defesa do FC Barcelona.

    Vinicíus Júnior fez o que quis e bem entendeu de Dani Alves, que no topo dos seus 38 anos de idade, não conseguiu acompanhar o jovem extremo, que acabou por marcar o primeiro da noite. Muito bem Karim Benzema na recuperação e melhor ainda o brasileiro na finalização.

    O FC Barcelona parecia querer reagir ao golo sofrido e foi em busca do empate, que apareceu caído do céu árabe diretamente no colo blaugrana: corte de Éder Militão bate em Luuk de Jong e acaba por trair Courtois. Empate inesperado ao intervalo em Riade.

    O segundo tempo trouxe um FC Barcelona completamente personalizado, muito por culpa da entrada de Pedri na partida, a assustar, e bem, a formação adversária, à priori favorita antes do apito inicial.

    A partida tornou-se dividida, e neste jogo de perigo constante, já se sabe que o Real Madrid dança bem melhor. Benzema assustou duas vezes e marcou à terceira. O avançado francês não hesitou em remeter a bola para o fundo das redes e mostrou que não é só Vinicíus quem sabe marcar.

    A resiliência do Barcelona foi novamente recompensada e Ansu Fati volta a empatar a partida, já depois do minuto 80’, de cabeça. O jogo foi para prolongamento e o Real Madrid voltou à liderança pela terceira vez, depois de ter estado a vencer em todas as partes. Fede Valverde, lançado já perto do fim do tempo regulamentar, fez o golo que acabou por oferecer a passagem à final da Supertaça.

    A FIGURA


    Vinicíus Júnior – Vini Júnior é, sem grandes dúvidas, um dos melhores extremos da cena do futebol internacional atualmente. Foi pelos seus pés que chegou o primeiro golo e muitas das situações de perigo que foram criadas. Abriu espaço e desgastou a defesa contrária, simplesmente a fazer o que melhor faz: driblar. Melhorou muito no passe e na tomada de decisão, tornando-se cada vez mais um dos mais irreverentes jogadores do plantel de Ancelotti. 

    O FORA DE JOGO


    Éder Militão – O defesa-central brasileiro sofreu muito com a ausência de David Alaba, companheiro de posto. Juntos têm formado uma das mais temidas duplas de defesas do mundo, mas hoje Militão esteve muitos furos abaixo do seu rendimento médio. Com culpas no primeiro golo sofrido e com sentimento de que poderia ter evitado o segundo. Noite para esquecer de um dos melhores centrais esta temporada.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC BARCELONA

    Xavi Hernández optou pela experiência no que às suas escolhas diz respeito. Luuk de Jong manteve a titularidade no eixo do ataque e Dani Alves foi aposta na direita para travar Vini Júnior. Quanto ao estilo tático, não houve grandes novidades. 4-3-3 espelhado visivelmente em momentos de ataque que se transformava numa espécie de 4-4-2 na pressão sem bola, com Ferrán e Luuk de Jong a jogarem lado a lado na pressão da saída de bola do Real Madrid.

    No jogo do FC Barcelona os dois médios interiores ganhavam importância redobrada. Gavi esteve ao nível que já nos habituou, Frenkie de Jong desiludiu e saiu ao intervalo para a entrada do regressado Pedri, mais ofensivo e vertical que o seu colega de setor. Os culés entraram mais personalizados na segunda parte, confirmando uma tendência que vinham a anunciar já no primeiro tempo de jogo. Com o regresso à vantagem por parte do Real Madrid, o Barcelona apresentou um esquema bastante ofensivo, onde chegaram a coabitar Pedri, Memphis Depay, Ousmane Dembélé, Ansu Fati e Abde, que entrou e saiu para dar lugar a Jutglà.

     

     

    11 INICIAIS E PONTUAÇÕES

    Marc-André Ter Stegen (6)

    Dani Alves (5)

    Ronald Araújo (7)

    Gerard Piqué (5)

    Jordi Alba (6)

    Sergio Busquets (6)

    Frenkie de Jong (5)

    Gavi (6)

    Ousmane Dembélé (7)

    Ferrán Torres (5)

    Luuk de Jong (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Pedri (6)

    Abde (4)

    Ansu Fati (7)

    Memphis Depay (6)

    Nico González (6)

    Ferran Jutglà (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – REAL MADRID CF

    Carlo Ancelotti alinhou no seu clássico 4-3-3 sem qualquer surpresa do ponto de vista tático. A equipa perdeu David Alaba por lesão, mas continuava com a sua identidade bem vincada: jogava na transição ofensiva, explorando o espaço nas costas da defesa blaugrana, principalmente por Vinicíus Júnior, combinando e associando-se a Marcos Asensio e Karim Benzema, os seus companheiros na frente. É assim que nasce o primeiro e foi assim que poderiam ter nascido mais golos para os merengues. A enorme facilidade em desequilibrar contra equipas destemidas e do seu nível voltava a ser visível. Em velocidade e igualdade numérica este é um dos melhores ataques do mundo.

    Luka Modrić também encheu o campo. Com 36 anos foi dono e senhor do meio-campo blanco, pautando a belo prazer a forma como se ia jogando. Por outro lado, exibição mais apagada dos elementos da defesa, habitualmente mais seguros e tranquilos. A estratégia não mudou, nem nos melhores momentos do Barcelona, que não parecia incomodar a ideia de o adversário ter mais bola e estar, aparentemente mais confortável na partida em posse.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Thibaut Courtois (6)

    Dani Carvajal (6)

    Nacho Fernández (6)

    Éder Militão (5)

    Ferland Mendy (5)

    Casemiro (6)

    Luka Modrić (7)

    Toni Kroos (6)

    Marco Asensio (5)

    Vinicíus Júnior (8)

    Karim Benzema (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Rodrygo (6)

    Fede Valverde (7)

    Lucas Vázquez (6)

    Camavinga (-)

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    Gabriel Henriques Reis
    Gabriel Henriques Reishttp://www.bolanarede.pt
    Criado no Interior e a estudar Ciências da Comunicação, em Lisboa, no ISCSP. Desde cedo que o futebol foi a sua maior paixão, desde as distritais à elite do desporto-rei. Depois de uma tentativa inglória de ter sucesso com os pés, dentro das quatro linhas, ambiciona agora seguir a vertente de jornalista desportivo.