FC Barcelona | Passado, presente e futuro interligados num misto de desgraça e brilho

    O ano era 2011. Mais uma vez, o FC Barcelona de Pep Guardiola tinha arrasado e dominado a Europa, ao vencerem cinco em seis troféus possíveis. Eram os senhores do mundo.

    Viviam tempos dourados e tudo corria às mil maravilhas. O que aconteceu? Da glória, só ficou a poeira, as estrelas saíram e, ao tormento, juntou-se a corrupção e a incompetência. Dez anos depois, o sonho é agora um pesadelo real.

     

    O estado atual do FC Barcelona é uma anedota. Entre a situação financeira do clube (chegou a 1,35 mil milhões de dívida) e o futebol coletivo que apresentam, não sei qual está pior.

    Más performances são o novo “normal” e ganhar é quase um milagre. Falta garra, entusiasmo e, mais importante que tudo, falta esperança. O tempo passa e o barco catalão vai-se afundando gradualmente.

    As sementes de um FC Barcelona incolor e enfraquecido foram cultivadas, sobretudo, por Josep Maria Bartomeu, a raiz de todos os males e um dos piores presidentes da história do futebol.

    No seu quintal, não escondia cadáveres. Escondia (sim) seis anos de incompetência, hipocrisia e corrupção que acabariam por ser revelados com o recente escândalo “Barçagate”. Cavou a sua própria sepultura e levou consigo o Barcelona atrás. É o que dá quando o dinheiro fala mais alto.

     

    Por outras palavras, o FC Barcelona atual é um reflexo do mandato de Bartomeu: catastrófico. E é aqui que o plano entra em ação, estilo Casa de Papel. Como diriam a maioria dos professores, os jovens são o futuro. Bem, aqui a história não é diferente, muito pelo contrário até.

    As escolinhas de La Masia continuam a ser uma fábrica de talentos puros: Ansu Fati, Álex Collado, Riqui Puig, Gavi, Nico González, Eric García, Óscar Mingueza e Alejandro Baldé. Calma e respira, que vêm mais. Faltam os “forasteiros” que passaram a ser família: Frenkie De Jong, Ousmane Dembélé, Pedri, Ronald Araujo, Francisco Trincão, Yusuf Demir e Dest. Com tanta estrela, quase parece uma constelação.

     

    Uma coisa é certa: o futuro do FC Barcelona está em boas mãos. No entanto, não basta ter jovens estrelas. Uma gestão de sucesso é de igual importância. Somando a limpeza administrativa, o regresso de Joan Laporta  e a abundância de talentos, o resultado pode ser majestoso. Conseguirão finalmente despertar o gigante adormecido? Eventualmente, é possível.

    Falámos do passado glorioso, do lamentável presente e especulámos sobre o futuro. Não é fácil pôr por palavras o quão bons foram e o quão maus são. Em tempos, Barcelona foi a capital do futebol. Puro como a água, feroz como um leão. Eram os reis da selva. Contudo, isso é coisa do passado e assistir à sua queda é (no mínimo) triste. Uma pena.

    Ainda assim, acredito num comeback histórico, maior que a remontada frente ao Paris Saint-Germain FC (2017). Acredito na eventual escalada de um Evereste de adversidades e numa vista imperial adiante. Acredito no regresso da magia, dos gritos loucos de felicidade e do velho sabor da vitória. A cambalhota à miséria e o grande final feliz. Porque não? Sempre ouvi dizer que depois da tempestade, vem a bonança. Eu acredito.

    FC Barcelona

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    Diogo Lagos Reis
    Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.