Real Madrid CF 2-0 Club Atlético de Madrid: “Merengues” vencem, convencem e fogem ao rival da cidade

    A CRÓNICA: VITÓRIA “PREVISÍVEL” FACE AOS MOMENTOS DAS EQUIPAS

    Para a 17ª jornada estava reservado um dos maiores, senão o maior jogo de Espanha nos dias que correm: o Dérbi de Madrid, que coloca frente a frente os dois emblemas vencedores dos dois últimos campeonatos espanhóis.

    O novo Santiago Bernabéu recebia assim o primeiro “El Derbi”, com a equipa da casa a ser claramente favorita à partida, com dez pontos à melhor sobre o rival, que devido a vários desaires não estava além do quarto lugar, atrás do Real Bétis e também do Sevilha FC. Ainda assim, as circunstâncias alteram-se de ano para ano, de jogo para jogo, mas mantém-se a elevada expetativa e mediatismo de um desafio que coloca frente a frente duas grandes equipas, cada uma ao seu jeito.

    E se esperávamos um jogo equilibrado com oportunidades de parte a parte, a equipa da casa rapidamente veio mostrar que, apesar da vantagem na liderança do campeonato não ia permitir facilitismos e o objetivo era apenas um: ganhar. Entraram mais fortes, a comandar no jogo, e com o Atlético de Madrid sempre no seu estilo mais expectante o inevitável acabou por acontecer: golo de Karim Benzema. Uma grande jogada de contra ataque dos comandados de Carlo Ancelotti, processos simples, cruzamento perfeito e remate mais perfeito ainda, a só parar no fundo das redes defendidas por Oblak, que nada pôde fazer.

    Até ao fim da primeira parte pouco ou nada de relevante veio a acontecer, sem ser um par de oportunidades não tão claras do Real Madrid, que conservou a vantagem para o ataque aos segundos quarenta e cinco minutos da partida.

    Simeone tinha de mudar algo e foi isso que fez logo ao intervalo, promovendo as entradas de João Félix e Lemar, para as saídas de Griezmann e Carrasco, que pouco ou nada fizeram no tempo em que estiveram em campo. Do outro lado o marcador do golo deu lugar a Jovic, talvez por problemas físicos que trazia de jornadas anteriores.

    Apesar de não ter conseguido marcar, as alterações promovidas pelo treinador do Atlético de Madrid deram frutos, essencialmente através do menino Félix que conseguiu dar um outro perfume ao ataque forasteiro, não só com remates como com possíveis assistências para colegas. Ainda assim a bola não entrou, muito por culpa de Courtois, e do lado contrário Vinícius e companhia não se mostravam tão pouco eficazes e com apenas uma chegada à baliza de Oblak acabaram por fazer o segundo: mais uma jogada de contra ataque, mais uma vez com processos simples, nova assistência de Vinícius Júnior e novo golo de primeira, desta vez de Asensio, que estava algo desaparecido do encontro e, num piscar de olhos e com um simples toque, “resolveu” a partida que se esperava muito complicada para a sua equipa.

    Até ao fim, mais uma vez pouco ou nada de importante aconteceu no dérbi de Madrid, algumas oportunidades para o Atlético de Madrid mas o resultado final estava feito e não viria a sofrer alterações. São agora 13 os pontos que separam as duas equipas, com os merengues a quase poderem começar a encomendar as faixas de campeão.

     

    A FIGURA

    Luka Modric – Com 36 anos, o médio croata conseguiu ser o melhor jogador numa partida tão exigente como a que se jogou no Santiago Bernabéu. Vinícius fez duas assistências e também podia levar este prémio, mas a verdade é que o médio encheu o campo não só com a qualidade que lhe reconhecemos mas também com uma agressividade que lhe permitiu, por exemplo, recuperar a bola para o primeiro golo da equipa. O meio campo dos merengues parece estar a carburar novamente e Modric é muito responsável por isso.

     

    O FORA DE JOGO

    Diego Simeone – Passa a ideia de que, se não tiver muita sorte à mistura, poucos serão os grandes jogos que a equipa do Atlético de Madrid vai ganhar. E isto não se deve ao facto de ter um plantel com pouca qualidade, mas sim à forma como Simeone o prepara para todas as partidas que raramente são partidas tranquilas.

    Conseguiu eliminar o FC Porto com a sorte que sabemos, e esta tática do futebol muito amarrado não parece compactuar com o perfil de jogadores que tem à sua disposição. A classificação no campeonato dita isso mesmo, e enquanto assim foro técnico argentino será sempre o principal responsável pela derrota da sua equipa.

     

    ANÁLISE TÁTICA – REAL MADRID CF

    Ancelotti apresentou o seu 4-3-3 mais forte neste momento, com a linha defensiva composta por Mendy à esquerda, Carvajal à direita e Alaba e Éder Militão no eixo. Logo à frente apareceu Casemiro, que contou com o apoio dos seus bem conhecidos Modric e Kroos, que parecem finalmente estar a assentar novamente como fizeram nos anos mais gloriosos do clube. Na frente Vinícius Júnior pela esquerda, Asensio pela direita e Benzema no centro, o goleador máximo deste conjunto que tem vindo a fazer coisas incríveis que o têm levado até a discussões sobre a possibilidade de vencer uma Bola de Ouro.

    Este conjunto parece sempre muito bem organizado em todos os cinco momentos-chave de uma partida, com todos os jogadores a saberem bem a posição que têm de ocupar mas também dotados de uma liberdade de que necessitam para poderem extrair o melhor de si, e isso aconteceu essencialmente no primeiro golo onde vimos Vinícius a assistir Benzema pela direita, lado oposto onde jogou na maioria do tempo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Courtois (7)

    Carvajal (6)

    Éder Militão (7)

    Alaba (7)

    Mendy (6)

    Casemiro (6)

    Kroos (7)

    Modric (8)

    Vinícius Júnior (8)

    Benzema (7)

    Asensio (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Jovic (6)

    Nacho Fernandéz (6)

    Valverde (-)

    Rodrygo (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CLUB ATLÉTICO DE MADRID

    Diego Simeone apresentou a equipa num 4-4-2 com duas linhas de quatro bem definidas. A mais recuada constituída por Llorente pela direita, Felipe e o central adaptado Kondogbia no centro e Hermoso pela esquerda. Mais à frente De Paul e Koke foram os dois responsáveis pelo meio campo, com Carrasco pela esquerda e Correa pela direita. Na frente Griezmann e Matheus Cunha, com ambos a terem a responsabilidade de ajudar os homens do meio campo no momento defensivo, para que não fosse essa uma batalha perdida frente aos três homens do outro lado.

    O plano para este jogo foi o que já conhecemos de Simeone: esperar pelo adversário, defender bem, para depois sair em contra ataque e ferir o adversário nesse momento.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Oblak (5)

    Llorente (5)

    Felipe (5)

    Kondogbia (6)

    Mario Hermoso (5)

    De Paul (4)

    Koke (4)

    Correa (5)

    Ferreira Carrasco (4)

    Matheus Cunha (5)

    Griezmann (4)

    SUBS UTILIZADOS

    João Félix (7)

    Lemar (6)

    Renan Lodi (5)

    Luis Suárez (5)

    Herrera (5)

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    Guilherme Vilabril Rodrigues
    Guilherme Vilabril Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Guilherme estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação de Comunicação Social e é um apaixonado pelo futebol. Praticante desde os três anos, desde cedo que foi rodeado por bola e por treinadores de bancada. Quer ser jornalista desportivo, e viu no Bola na Rede uma excelente oportunidade para começar a dar os primeiros toques.