Tribuna VIP: Peça Xavi

    As iniciais do seu nome auxiliam a recordar um trajecto que se confunde com uma cidade e região que, ao longo de décadas, poucos deixa indiferente, e se expandiu a nível global:

    B de bola que circula de pé para pé no celebrizado tiki taka, num estilo de jogo que encantou gerações e que faz do passe a mensagem do futebol, numa arte que foi colocada no terreno de jogo por craques de dimensão universal. Só há uma bola em cada jogo, e esta não se cansa de ser bem tratada/passada.

    A de ADN, que é fácil de distinguir e deve ser honrado por toda a história. Xavi conhece bem, desde a sua base, com uma camisola que só despiu no final de uma carreira ao mais alto nível, no Qatar, local onde iniciou o seu trajecto de treinador.

    R de respeito que voltam a conquistar fruto dos resultados, profundidade e qualidade de um plantel, cujo regresso de alguém que sabe o que significa a mística, vencer e qual o percurso para voltar a conquistar o coração dos adeptos do tribunal de Camp Nou.

    C de Cruyff, um nome incontornável no clube, cujo legado é patente num estilo que todos reconhecem a beleza e impacto na história do jogo. O actual técnico catalão personifica a continuidade deste modelo, onde bebeu muito das suas ideias de jogo com este senhor do futebol, que é um dos melhores intérpretes de sempre desta modalidade.

    E de expectativas elevadas cada vez que jogam, seja qual for a competição ou adversário. As conquistas anteriores aumentam as exigências diárias e, para tal, o discernimento entre outros aspectos deve chegar pela escolha de elementos para serem trabalhados diariamente por Xavi e a sua equipa técnica, pois a linguagem do futebol é universal quando os jogadores falam o mesmo idioma estratégico e táctico.

    L de La Masia, o viveiro de jogadores cujos escalões de formação alimentam a equipa principal com pré requisitos individuais e colectivos visíveis numa maneira de jogar ímpar, e onde rapidamente se identificam jogadores de baixa estatura, mas de enorme talento. São gerações de evidente qualidade e quantidade, cujo filtro para o profissionalismo se efectua de forma natural, embora outros acabem por brilhar noutras paragens.

    Pedri
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    O de organização que tanto tem faltado nos últimos tempos, com consequente insucesso desportivo, e na tomada de decisões estruturais. Quando os resultados não surgem, rapidamente tudo se coloca em causa, no entanto as vitórias também estão longe de significar que tudo está bem no clube. Para tal, é essencial tempo para sustentar uma ideia bem (re)conhecida por aquelas bandas.

    N de notícias que surgem dentro e fora das quatro linhas que, fruto do mediatismo à escala planetária, contribuem para o atribulado quotidiano de um balneário cujo fortalecimento se torna fundamental para a resolução dos problemas e obstáculos que se deparam por parte dos adversários.

    A de arte que procuram reencontrar para fazer brilhar as estrelas individuais. Mas, para tal, o colectivo tem de funcionar, reivindicando o protagonismo para assumir as despesas do jogo, fazendo recuar e compactar os oponentes para depois resolverem a equação espácio-temporal. Recordando “Xavi Iniesta”, uma das frases mais proferidas pelos narradores dos inúmeros jogos que fizeram juntos, alimentando os avançados e equilibrando a equipa.

    As mais recentes exibições deixam água na boca aos adeptos de futebol e tiram o sono aos adversários que os terão de enfrentar. Venham os próximos jogos e capítulos desta história catalã…

     

    Artigo de opinião de Óscar Botelho,
    analista e comentador ELEVEN

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