SC Braga 3-3 Leicester City FC: O suspense para cumprir o destino ao cair do pano

    A CRÓNICA: ORA AGORA MARCO EU, ORA AGORA MARCAS TU. FOI ASSIM ESTE SC BRAGA X LEICESTER CITY FC

    Quinta-feira ao final de tarde, onde a noite (europeia) já caía e a bola rolou no Estádio Municipal de Braga, após o minuto de silêncio pelo falecimento de Diego Armando Maradona. E foi um jogo que não podia ter começado melhor para a formação de Carlos Carvalhal. No seguimento de uma jogada individual de Ricardo Esgaio, e duas tentativas falhadas a visar a baliza de Schmeichel, foi Al Musrati que, à lei da bomba e à entrada da grande área, rematou para o fundo das redes do Leicester e inaugurou o marcador após quatro minutos do apito inicial.

    Falamos de noite europeia e não existe uma assim se não tiver emoção. Foram precisos apenas cinco minutos para Barnes igualar o marcador, com um remate que Matheus não conseguiu parar. Lia-se 1-1 no marcador a chegar aos dez minutos no encontro.

    Após terem sido marcados os golos, o jogo virou outro. O Leicester, nos minutos seguintes ao golo de Barnes, manteve-se a posse sem criar oportunidades e, consequentemente, aconteceu o mesmo à turma do Minho. Com a pressão criada pelo SC Braga, a equipa inglesa viu-se obrigada a cometer algumas faltas, mas nem isso serviu para parar a posse de bola da equipa minhota. Foram precisos 13 minutos para sair deste “par ou ímpar”, ou seja, o número de minutos que Paulinho levou até marcar o golo que dava a vantagem para o Braga. O segundo golo da equipa de Carlos Carvalhal é o culminar de uma jogada coletiva fantástica que “trocou as voltas” à linha defensiva do Leicester, que não sabia para onde se virar, e sentou Kasper Schmeichel.  É o que se chama, na gíria, o “tu cá – tu lá” à moda do Braga.

    E não tardou a tentativa de resposta da equipa inglesa. Apenas quatro minutos depois do golo bracarense, Cengiz Under apanhou a defesa adversária descompensada, na pequena área sentou Matheus, mas o guarda-redes fez os impossíveis e impediu o golo do empate dos visitantes.

    A cinco minutos do recolher para os balneários, o SC Braga criou grandes oportunidades de aumentar a vantagem. Galeno cruzou para a pequena área, Ricardo Horta recebeu, mas o guarda-redes da equipa inglesa defendeu para fora da área. Ao tentar efetuar a recarga, Galeno não conseguiu completar o remate porque… o árbitro não deixou, literalmente falando, dado que se colocou à frente do jogador.

    No minuto final da primeira parte, Sequeira tentou vingar o colega. Depois de receber o cruzamento, rematou à queima contra o corpo de Kasper Schmeichel que enviou a bola para fora das quatro linhas, oferecendo pontapé de canto para a equipa minhota. No seguimento da jogada, depois de batida a bola, Paulinho não bisou por centímetros. O avançado bem se esticou, mas não foi o suficiente para chegar à bola.

    A segunda parte começou sem muita história, apenas um jogo bastante equilibrado sem muitas oportunidades e um tomar de posição algo agressivo por parte da equipa de Brendan Rodgers. Muitas foram as faltas e dois os cartões amarelos mostrados por Daniele Orsato logo nos primeiros minutos.

    Com a falta de caráter ofensivo, Rodgers fez entrar Vardy aos 60 minutos da partida, na ânsia de inverter o resultado. Mas não parecia ter surtido grande efeito, dado que a única oportunidade que os foxes tiveram após a sua entrada foi um pontapé livre cobrado pelo recém-entrado no encontro Maddison, que acabou nas mãos de Matheus e o SC Braga continua a pressionar, da mesma forma apresentada na primeira parte.

    Aos 67 minutos, depois de uma jogada coletiva quase feita com regra e esquadro, Paulinho rematou e, desta vez, foi a bola que esteve a centímetros de entrar na baliza de Schmeichel, mas tirou apenas tinta à trave.

    O equilíbrio permaneceu no encontro e também acabou por surgir no marcador. Faltavam pouco mais de 10 minutos para o final da partida e Luke Thomas fez Matheus ir ao fundo da sua baliza para recolher a bola. Foi o golo do empate dos foxes ao 79 minutos da partida, depois de um remate no meio da confusão.

    E jogo europeu não seria jogo europeu se não existisse emoção. Faltava apenas um minuto para o final do tempo regulamentar e fez-se cumprir Fransérgio. Foi o veterano dos minhotos que rematou para o fundo da baliza da equipa inglesa e, mesmo assim, não selou o resultado.

    Já passavam cinco minutos para lá dos 90 regulamentares e, por intermédio de Jamie Vardy, o Leicester acabou, esse sim, por selar o resultado da partida. Viveu-se futebol e um 3 a 3 no Estádio Municipal de Braga.

     

    A FIGURA

    A ligação entre o meio-campo e o ataque do SC Braga – Foi claramente o ponto forte do jogo da equipa minhota. Carvalhal optou pelo melhor “set” de jogadores que tinha na sua posse e estes não desapontaram. Se os guerreiros foram a melhor equipa na partida, foi dado ao jogo e à ligação entre os jogadores que compunham ambos os setores do campo.

     

    O FORA DE JOGO

    Primeira parte do Leicester City – Apesar do golo marcado, os foxes pareceram não estar tão dentro do jogo, dado terem sido poucas as ocasiões de golo criadas pela equipa. O meio-campo fez sonhar a restante equipa, mas os primeiros 45 minutos deixaram bastante a desejar, no geral. O resultado e a exibição valeram pela segunda parte.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA

    Carlos Carvalhal optou por um 4-4-2 nesta noite europeia, mas uma versão algo ofensiva. Enquanto as linhas da defesa e do meio-campo estavam bem coordenadas entre si, a prioridade foi sempre servir Paulinho.

    As alas, ocupadas por Ricardo Esgaio e Sequeira, foram as peças importantes no jogo ofensivo da equipa, mas nada como a ligação entre o meio-campo de Al Musrati, Horta, Castro e Iuri Medeiros com o avançado português e Galeno.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Matheus (6)

    Tormena (7)

    Sequeira (6)

    Al Musrati (8)

    Paulinho (8)

    Bruno Viana (6)

    Ricardo Horta (7)

    Iuri Medeiros (6)

    Ricardo Esgaio (7)

    Castro (7)

    Galeno (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Raul Silva (6)

    Fransérgio (-)

    André Horta (-)

    Schettine (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – LEICESTER CITY FC

    Brendan Rodgers continuou com o esquema tático que tens utilizado nos últimos jogos. O 3-4-2-1 de eleição do treinador surtiu efeito apenas entre os meio-campistas. Apenas Albrighton, Choudhury, Thomas e Barnes, que acabou por ser substituído, tiveram alguma influência no encontro e na forma como a equipa jogou, tanto ofensivamente como defensivamente.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Schmeichel (6)

    Justin (7)

    Evans (6)

    Fuchs (5)

    Albrighton (6)

    Choudhury (6)

    Praet (6)

    Thomas (7)

    Under (7)

    Barnes (7)

    Iheanacho (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Tielemans (6)

    Fofana (6)

    Vardy (7)

    Maddison (7)

    Perez (6)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Leicester City FC

    Não foram colocadas questões ao treinador do Leicester City FC, Brendan Rodgers

    SC Braga

    BnR: Como viu o jogo e como se sentem os jogadores depois deste resultado emotivo ao cair do pano?

    Carlos Carvalhal: Foi um grande jogo de futebol, absolutamente fantástico. É difícil lidar com um resultado destes, mas é olhar para o próximo jogo. Tínhamos a intenção de vencer, mas o plantel deles é muito valioso. Conseguimos o 3-3 e este empate dá-nos boas perspetivas. Temos tudo em aberto para passar.

     

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    Andreia Araújo
    Andreia Araújohttp://www.bolanarede.pt
    A Andreia é licenciada Ciências da Comunicação, no ramo de Jornalismo. Depois de ter praticado basquetebol durante anos, encontrou no desporto e no jornalismo as suas maiores paixões. Um dos maiores desejos é ser uma das vozes das mulheres no mundo do desporto e ambição para isso mesmo não lhe falta.