Peculiar é também, no caso do Tottenham, a relação que é mantida entre as bancadas de White Hart Lane e o melhor marcador da equipa, Harry Kane. Como o próprio cântico de apoio ao n.º 10 dos Spurs, he’s one of our own. E várias são, durante a partida, as vezes em que é entoado esse cântico, não só a cada golo que marca, mas também a cada vez que corre aquele metro extra, com aquele bocadinho a mais de velocidade e pressiona o portador da bola com uma vontade acima da média, atributos que só são desbloqueáveis a jogadores que jogam pelo símbolo que carregam no peito, e não pelo nome que ostentam nas costas. Mas, sobretudo, é um jogador que está obrigado a sentir o carinho que os adeptos lhe têm, pela forma como o amparam sempre que um lance lhe corre menos mal e lhe dizem “Go on son!”
O jogo terminou, e o dia para os adeptos da casa era de festa. Os Spurs brilharam, encheram o campo, e após derrota frente aos vizinhos do Chelsea, os homens de Pochettino disseram presente em vésperas de uma deslocação trabalhosa a Old Trafford, ficando colados ao Top-4 a meros três pontos do City e do Liverpool.
Para mim, o dia foi de festa, pois orgulhosamente assumo que para mim, ver o melhor campeonato do mundo ao vivo foi o concretizar de um sonho enquanto adepto de futebol, num palco tipicamente britânico, em que tive o privilégio de participar numa bela tarde de futebol.