Dérbi cheio de emoção em Stamford Bridge | Chelsea FC 2-2 Arsenal FC

    Dérbis de Londres não são propriamente uma ocorrência rara na Premier League – esta jornada até conta com dois -, onde competem atualmente sete equipas da capital inglesa, mas não deixam de ser especiais. Um dos maiores, pelo menos este século, colocava Chelsea FC e Arsenal FC frente a frente neste sábado chuvoso.

    Mauricio Pochettino encarava, assim, o maior desafio desde que assumiu o leme dos “blues”, mas em boa altura. Antes deste jogo, o técnico argentino não só havia chegado às três vitórias consecutivas pela primeira vez no Chelsea, como terá certamente beneficiado da pausa para compromissos internacionais para continuar a trabalhar com as várias caras de um plantel muito jovem.

    Do outro lado, estava o Arsenal, que ocupava o segundo lugar com os mesmos pontos que o líder e rival Tottenham Hotspur FC e, como tal, não se podia dar ao luxo de escorregar em qualquer circunstância. Os “gunners” vinham de um triunfo frente ao Manchester City FC (1-0) e já levavam cinco anos sem experienciar o sabor da derrota em Stamford Bridge, de maneira que eram os maiores favoritos para esta partida.

    Ora, ambas as equipas dispuseram-se num 4-2-3-1. No Chelsea, os laterais eram Malo Gusto, do lado direito, e Marc Cucurella, do lado esquerdo, ao passo que o meio-campo era composto pelo duplo-pivot Moisés Caicedo-Enzo Fernández. À frente destes dois, coloca-se Conor Gallagher, sendo que os extremos eram Raheem Sterling e Mikhaylo Mudryk, que jogavam no apoio ao falso 9, Cole Palmer, muitas vezes descaído para a ala direita.

    Já no Arsenal, os laterais eram Ben White (mais defensivo) e Oleksandr Zinchenko (constantemente a centralizar-se para ajudar na construção do jogo). O meio-campo, por sua vez, era formado por Declan Rice e Jorginho, com Martin Ødegaard a ser o dínamo da equipa. Nas alas, Bukayo Saka vivia “espetado” na direita, enquanto Gabriel Martinelli dava verticalidade na esquerda, sendo que o ponta-de-lança era Gabriel Jesus, sempre muito associativo.

    Relativamente ao jogo em si, o Chelsea entrou tão bem que me arrisco a dizer que foi a melhor entrada dos “blues” numa partida nesta época desportiva. Prova disso foi o golo madrugador da turma de Mauricio Pocchetino. Depois de um lance onde Cole Palmer podia ter visto o cartão vermelho por uma entrada dura sobre Gabriel Jesus, foi mesmo o ex-Man. City a inaugurar o marcador. A bola chegou a Sterling, que cruzou para o coração da área, onde apareceu Palmer a cabecear e a bola bateu no braço de William Saliba. Penálti para o Chelsea, Palmer assumiu a marcação e não tremeu perante David Raya, assinalando o seu segundo golo nesta edição da Premier League. 1-0 para os da casa, um golo que fazia justiça no marcador, face ao que se observava dentro de campo.

    Era bem evidente que a intenção do Chelsea passava por construir, primeiramente à esquerda, para, depois, fazer mossa na direita, fazendo girar a pressão do Arsenal. Para isso, contribuíam os factos de Cole Palmer aparecer na meia-direita e de Sterling “atacar” Zinchenko em velocidade. Por outro lado, Mikel Arteta parece sempre assumir este meio-campo nos jogos mais exigentes, mas a equipa partiu-se demasiado no início do encontro, o que originou um golo fácil e previsível para o adversário.

    Aos 30 minutos, Gallagher progrediu com bola no meio-campo contrário e deu para Palmer, que rematou a rasar o poste da baliza de David Raya. Nada de muito mais significativo para registar antes do intervalo, pelo que o 1-0 no marcador era justo.

    E a verdade é que, no reatamento da segunda parte, surgiu um novo tento para os “blues”. Recuperação de bola por intermédio de Gallagher ainda no seu meio-campo – uma vez mais, a trazer a equipa para a frente – e este assistiu Mudryk para um remate inesperado, mas que tinha tudo de intencional. O internacional ucraniano viu Raya ligeiramente adiantado e colocou a bola na rede lateral, batendo o guardião espanhol por completo.

    Arteta, naturalmente descontente com a exibição da sua equipa, fez entrar Emil Smith-Rowe e Eddie Nketiah para os lugares de Jorginho e Gabriel Jesus, respetivamente. Os “gunners” passaram a ter mais paciência, passaram a conseguir chegar mais vezes à baliza de Robert Sánchez, mas nada fazia prever o que viria a acontecer nos próximos 15 minutos.

    Primeiro, aos 77’, o próprio Robert Sánchez, após um atraso de Levi Colwill, errou, de forma clamorosa, o timing da entrega e Declan Rice (que nem tinha pedido arroz para o jantar) nem hesitou quando a bola lhe chegou aos pés. O médio inglês, a mais de 30 metros de distância, desferiu um remate colocadíssimo para a deserta baliza contrária, reduzindo para 2-1.

    Após o golo, o Arsenal começou a acreditar ainda mais, sinal esse que partiu do banco, sobretudo através de Mikel Arteta, que colocou Kai Havertz e Leandro Trossard em campo (saíram Ødegaard e Martinelli). Posto isto, sete minutos volvidos, Bukayo Saka puxou para dentro, cruzou de forma exímia para o segundo poste, onde apareceu o recém-entrado Trossard a finalizar, empatando a partida a duas bolas.

    No minuto seguinte, Nketiah quase ia marcando num remate traiçoeiro, mas, a partir daí, os jogadores passaram a praticar um futebol mais regulado pelo coração do que pela cabeça, pelo que o jogo perdeu algum discernimento, ainda que a emoção tivesse permanecido até final.

    Em suma, aceita-se o resultado, muito pela fantástica reação e recuperação do Arsenal, que, apesar de ter sido inferior na primeira parte, esteve bem melhor na segunda parte, sobretudo a partir dos 75 minutos. Assim, no contexto “blue, pode-se dizer que um erro de Robert Sánchez começou por deitar tudo a perder…

    Grande jogo de futebol em Stamford Bridge!

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    Raul Saraiva
    Raul Saraiva
    Jovem entusiasta e curioso, o Raúl tem 18 anos e está prestes a ingressar na Universidade. O seu objetivo é fazer jornalismo, de preferência desportivo, até porque a sua paixão pelo desporto é infindável e inigualável. Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora ver, falar e escrever sobre futebol, nunca fugindo às táticas envolvidas no mesmo. O desporto-rei é, assim, a sua grande paixão e o seu refúgio para escapulir nos momentos em que a sua grave doença se faz sentir. Ainda assim, também se interessa bastante por NBA, futsal, hóquei em patins, andebol, voleibol e ténis. Acredita que se aprende diariamente e que, por isso, o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.