Fim de linha para Mauricio Pochettino. O técnico argentino foi despedido pela direção dos Spurs, que argumentou que a decisão se deve aos maus resultados e classificação do clube no campeonato.
Segue-se José Mourinho, que foi oficializado na manhã do dia seguinte, com um contrato válido até 2023. Depois de Chelsea FC e Manchester United FC, este vai ser o terceiro clube inglês treinado pelo special one. Um regresso a Londres, cidade que viu o técnico setubalense ganhar dimensão internacional e que promete ter novo desafio apelativo para José Mourinho. Mas, neste texto, queria centrar-me no seu antecessor. Falemos então de Pochettino.
A saída do técnico pode dizer-se que foi inesperada, e com algumas figuras ligadas ao clube a mostrarem algum desagrado com a decisão de Daniel Levy. A verdade é que ainda que o desempenho no campeonato esteja muito abaixo das expectativas, o clube tem praticamente garantida a passagem à próxima fase da Liga dos Campeões.
Estranha-se o timing da decisão, numa altura em que as competições dos clubes estão paradas, o novo técnico terá muito pouco tempo para mostrar o seu trabalho, que vai ser árduo com a aproximação do terrível mês de Dezembro, que como se sabe, tem todas as semanas praticamente preenchidas com mais que um jogo, havendo, por isso, pouco espaço para trabalhar ideias e estilos de jogo.
Com o argentino ao leme as últimas épocas nos Spurs foram de enormes feitos, com a ida à final da Champions a ser o expoente máximo.
Mais, não se pode escamotear todo o trabalho do argentino que marcou uma era no clube londrino. Em cinco épocas e meia o Tottenham conseguiu lograr quatro participações seguidas na Liga dos Campeões, um feito nunca antes conseguido.
De registo também as excelentes campanhas na Premier League, com dois terceiros lugares e um vice-campeonato, que catapultaram o Tottenham como um dos melhores clubes ingleses da actualidade, e quem diria, um candidato ao título!
Faltou um título a Pochettino para que o seu trabalho ficasse imortalizado e é precisamente a isso que os críticos apontam o dedo.
De nada serve praticar um futebol atraente, rendilhado e conseguir feitos atrás de feitos se no final não deixas a tua marca, o teu legado, ganhando um título. Foi, na minha opinião, a pedra no sapato de um dos melhores treinadores da actualidade que de certo vai encontrar novo desafio à sua altura.
Mas se pusermos tudo isto na balança, o saldo é claramente positivo para o lado de Pochettino, basta olhar ao estatuto que o clube tinha quando ele chegou e olhar ao seu estatuto agora. Mesmo assim a decisão de Levy está tomada e Spurs e Pochettino seguem rumos diferentes.
Vou ser sincero, acho que Pochettino deveria ter saído no final da época passada porque que já deu tudo o que tinha a dar ao clube, uma vez que o Tottenham está agora numa posição que já “obriga” a que sejam exigidos títulos e isso Pochettino não podia/conseguia dar.
Segue-se agora José Mourinho e espero que tenha aqui uma oportunidade em Londres para voltar a ser feliz. Quanto a Mauricio, o teatro dos sonhos era o desafio ideal mas tenho receio que a má gerência do clube, aliada à qualidade da equipa e todos os egos que emanam dela, estraguem mais um treinador.
É pena que a saída de um treinador seja uma vez mais ditada pelos maus resultados, num futebol cada vez mais industrializado!
Um dia estás a treinar a equipa na final da Champions, no outro és despedido, a vida de treinador é de facto ingrata! Boa sorte, Pochettino.
Foto de Capa: UEFA
Artigo revisto por Diogo Teixeira