Ora, caro leitor, cá nos encontramos outra vez não é? Quando comecei a escrever este texto a minha disposição era outra, digamos que é a segunda vez que escrevo o mesmo artigo e provavelmente o meu tom amável e bem-disposto é capaz de se ter desvanecido aquando da paragem cerebral (artificial) do meu word que deitou o artigo às… urtigas. Afinal ainda estou cheio de piadas, cuidado.
A minha ausência dos textos de opinião do Bola na Rede deve-se, em parte, à minha recente visita à capital inglesa. Londres é uma cidade diferente, se há cidade em que uma pessoa se pode perder, em mais do que um sentido, é esta. Na minha viagem, que a espaços se assemelhou a uma epopeia, tive a sorte de me encontrar na cidade no dia do jogo entre o Chelsea e o Tottenham. E um derby londrino era algo que me despertava mais atenção do que visitar um museu, como devem imaginar. Talvez porque sou estúpido, ou talvez porque o futebol me faz ser assim. O jogo começava às 17 se não me engano, e nós ainda andavamos meio perdidos no centro da cidade quando se deu o apito inicial. Não tínhamos tempo para ver o jogo todo, até porque a nossa vida era outra e em Londres a noite começa e acaba mais cedo. Contudo, conseguimos passar por um pub perto do local onde nos encontravamos e ainda tivemos a oportunidade de assistir ao 2º golo, marcado de penalti pelo Hazard. Explosão de alegria no pub, sorrisos, abraços e muita, muita cerveja a circular, cerveja essa que fez com que eu tivesse que reprimir a vontade de me juntar à festa e alegar a minha eterna paixão à equipa de Mourinho. Algo que até seria mentira, mas para a festa vale quase tudo. Não aconteceu, e a nossa noite acabou por ter outro rumo, um bem engraçado até, mas isso fica para outro dia.
O Chelsea acabou por vencer por 4-0 esse derby, o que foi positivo em dois sentidos; por um lado foi bom porque afundou, ainda mais, um Tottenham em espiral descendente que ainda ia receber o Benfica, por outro lado foi positivo para a equipa do Benfica mas a de Londres que veste de azul. Matic, David Luiz, Ramires e companhia ganharam moral para os jogos que se seguiram, e que moral foi. Apenas em Birmingham frente ao Aston Villa a equipa de Mourinho vacilou, depois disso, uma vitória fácil e expressiva frente ao Galatasaray a contar para a liga dos campeões e no passado fim de semana um massacre digno de bolinha vermelha no canto superior direito frente ao Arsenal. Dois derbys no mesmo mês e a contagem foi até aos 10-0 para o Chelsea. Se o jogo frente ao Tottenham foi impressionante em termos de demonstração de caudal ofensivo o jogo contra o Arsenal nem merece comentários. Extra-futebol, o final da troca de comentários entre Mourinho e Wenger teve a sua piada visto que o resultado veio dar razão ao português. Pode ser que o Mourinho fique um bocadinho mais arrogante que ele está a precisar e eu gosto dele é assim.
PS: Achei piada à diferença de mentalidades entre os Ingleses e os “tugas”, talvez pela maior diversidade, mais depressa se ouvia falar espanhol que inglês, num dia de derby a vida continuava como se nada se passasse. Cá Lisboa pára para ver um Benfica – Sporting, lá parecia que se estavam a borrifar. Só nos pubs, cafés e afins se viam adeptos.