Liverpool FC 4-3 Leeds United FC: Reds sorriem num clássico de loucos

    A CRÓNICA: CAMPEÃO SUA PARA VENCER UM LEEDS PROMISSOR

    A antecipação era muita para o embate entre Liverpool FC e Leeds United FC, que jogaram hoje, em Anfield Road, um dos grandes clássicos do futebol britânico. Um jogo que já não acontecia na Premier League há 16 anos.

    O início foi emocionante. Decorria o minuto 3 quando o defesa alemão Robin Koch colocou o braço à frente dum remate do Salah e o juíz Michael Oliver não perdoou. O egípcio encarregou-se de cobrar o penálti, e estava feito o 1-0.

    Mais surpreendente foi a resposta do Leeds United, que tomou o controlo do jogo a partir daí. Aos 9 minutos, ia havendo golo português, de Hélder Costa, mas acaba anulado por existir fora-de-jogo. Apesar da infelicidade, o empate chega mesmo por intermédio de Jack Harrison que, depois dum passe monumental de Philips, fintou Alexander-Arnold e colocou a bola no canto inferior esquerdo da baliza defendida por Allison.

    Embora o Leeds estivesse por cima da partida, o Liverpool conseguiu as melhores oportunidades enquanto o jogo estava empatado. Primeiro, um golo anulado a Sadio Mané, depois de Robertson ser encontrado em posição irregular. E finalmente o 2-1, que nasce de bola parada: canto de Robertson batido ao primeiro poste e respetiva cabeçada certeira de Virgil Van Dijk.

    Aos 29 minutos, o Leeds torna a empatar o jogo depois dum erro tremendo de Van Dijk, que tenta aliviar uma bola fácil para Robertson, e acaba a oferecer o golo de bandeja ao avançado Patrick Bamford. Bastaram 3 minutos para ver o marcador a mexer de novo, com um golo fenomenal do rei egípcio, que coloca a bola no buraco da agulha que estava descoberto na baliza defendida pelo jovem francês, Meslier. Vale a pena ver.

    Ao intervalo, conta-se a história dum jogo de loucos. 3-2 e uma vantagem merecida do Liverpool, que criou mais situações de perigo.

    A segunda parte começa bem mais lenta do que a anterior e o primeiro lance de perigo é o terceiro golo anulado da partida, aos 57 minutos. Depois dum passe de Robin Koch para Jack Harrison, o inglês pica a bola por cima de Allison, mas a bandeirola estava levantada e o golo não contou. O Leeds estava novamente a ser a melhor equipa em campo e chegou, com justiça, pela terceira vez ao empate. Um bom cruzamento de Hélder Costa encontra Klich, que não deixa hipóteses a Alisson. O marcador ditava 3-3 aos 66 minutos.

    Volvia o minuto 79 quando surge o quarto golo anulado da partida. Van Dijk surge completamente isolado depois dum pontapé de canto e mete a bola na baliza, mas Michael Oliver assinala falta de Curtis Jones sobre Robin Koch.

    O Liverpool chega à liderança pela quarta vez no jogo aos 87 minutos, depois do ex-avançado do Valência, Rodrigo, ter feito uma entrada algo infantil sobre Fabinho dentro da grande área. Novo penálti para Salah, novo golo. O egípcio faz o hat-trick e devolve a liderança ao Liverpool.

    O resultado final fixa-se nos 4-3, num jogo cheio de plot twists. Apesar de a vitória ser justa, o campeão ia deixando fugir pontos na 1.ª jornada e tem muito trabalho pela frente. Uma palavra de apreço para o Leeds United, que, apesar da derrota deixa uma grande réplica daquilo que ainda pode oferecer aos telespetadores nas próximas 37 jornadas.

    A FIGURA

    Mohamed Salah – O rei egípcio foi a grande figura do primeiro clássico entre Liverpool e Leeds nos últimos 16 anos. Sempre inconformado com a performance abaixo do esperado do campeão em título, precisou de marcar três golos para garantir um começo vitorioso dos Reds na defesa do título. Mo Salah teve um grande jogo e assume, desde já, a candidatura à Bota de Ouro. Para já, vai à frente. Já lá cantam três!

     O FORA DE JOGO

    Trent Alexander-Arnold – Arranque em falso para o prodigioso lateral-direito. Com culpas diretas no primeiro e terceiro golos do Leeds, Alexander-Arnold parece não ter feito uma única ação positiva ao longo de todo o jogo. Fora, talvez, um lançamento em que desmarcou Salah na segunda parte. E isso é dizer suficiente sobre o dia não que teve hoje diante do Leeds. Um jogo para esquecer do inglês de 21 anos.

     

    ANÁLISE TÁTICA – LIVERPOOL FC

     O carismático Jürgen Klopp apresentou o seu já tradicional 4-3-3 para o início da defesa ao título de campeão da Premier League. Intensidade, velocidade e impiedade. O ritmo imposto pelos campeões até começou por ser completamente vertiginoso, mas foi-se desvanecendo ao longo da partida. Com o mau jogo de Alexander-Arnold, a sempre perigosa ala direita foi inofensiva. O meio-campo tinha Jordan Henderson a passo de caracol, devido a uma lesão de que ainda está a recuperar, e Naby Keita, que não esteve à altura de assumir o protagonismo que lhe era pedido. Até Van Dijk não esteve ao nível expectável, ainda que tenha marcado um golo. Taticamente, vimos o Liverpool do costume: futebol a dois toques, rápido e um contra-ataque sempre perigoso. Mas com um desempenho abaixo do habitual. Os Reds ganham o jogo pela qualidade individual dos jogadores, nomeadamente de Mo Salah.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES 

     Allison (6)

    Alexander-Arnold (4)

    Joe Gomez (5)

    Virgil Van Dijk (6)

    Andy Robertson (7)

    Georginio Wijnaldum (7)

    Jordan Henderson (6)

    Naby Keita (5)

    Mohamed Salah (9)

    Sadio Mané (7)

    Roberto Firmino (5) 

    SUBS UTILIZADOS 

    Curtis Jones (6)

    Joel Matip (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – LEEDS UNITED FC

     O regresso do Leeds à Premier League não foi fácil, e ditou a sorte que a turma de Marcelo Bielsa fosse visitar a casa do campeão na jornada inaugural da Liga inglesa. Perante o desafio, o argentino de 65 anos montou um 4-1-4-1 com as linhas baixas para tentar assegurar alguma robusteza no meio-campo e limitar a transição rápida do Liverpool. O sensacional Leeds conseguiu anular o Liverpool numa grande e boa parte do jogo e quase conseguiu fugir com pelo menos um ponto para o Norte de Inglaterra. Ficam muito bons sinais, quer individualmente quer na abordagem coletiva da equipa e à sua capacidade de adaptação, não obstante o adversário que tem pela frente. Um futebol ofensivo, ponderado e cheio de ideias. Uma das equipas a acompanhar nesta época da Premier League.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES 

     Illan Meslier (7)

    Luke Ayling (6)

    Robin Koch (5)

    Pascal Struijk (6)

    Stuart Dallas (6)

    Kalvin Philips (7)

    Hélder Costa (7)

    Pablo Hernández (6)

    Mateusz Klich (7)

    Jack Harrison (7)

    Patrick Bamford (6)

    SUBS UTILIZADOS

     Rodrigo (5)

    Tyler Roberts (6)

    Jamie Shackleton (-)

    Artigo revisto

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    Diogo Dá Mesquita
    Diogo Dá Mesquitahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Jornalismo pela Universidade Católica. Também tirou o curso de árbitro na Associação de Futebol de Lisboa. Tinha 8 anos quando começou a perceber a emoção que o desporto movia. No espaço de quinze dias, observou a família a chorar de alegria o golo do Miguel Garcia em Alkmaar, a tristeza da derrota em Alvalade contra o CSKA o ensurdecedor apoio dos adeptos do Liverpool enquanto perdiam a final da Liga dos Campeões por 3-0. Hoje, e cada vez mais apaixonado por futebol, continua a desenhar o seu percurso para tentar devolver a esta indústria tudo o que dela já recebeu.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.