Maurizio Sarri ao leme do Chelsea: os primeiros apontamentos e o amigo Jorge

    Finalmente! Começou a Premier League e há muitos novos treinadores a querer mostrar as capacidades que demonstraram no passado. Um deles é Maurizio Sarri que nos últimos três anos demonstrou qualidades táticas invulgares ao comando do Nápoles. Apesar de não ter conquistado qualquer título, o italiano chamou a atenção da direção do Chelsea. Arrivederci Antonio Conte, ciao Sarri! Em dois jogos disputados pelos ‘blues’, vemos que há coisas a mudar.

    Nesta troca de transalpinos no banco de Stanford Bridge, o técnico de 59 anos viu o clube ceder alguns jogadores. O primeiro é Thibaut Courtois. O belga rumou ao Real Madrid e demonstrou ser um guardião que pode valer muitos pontos ao longo de uma temporada. Para colmatar essa saída, veio Kepa Arrizabalaga, do Atlético Bilbau, pela verba surpreendente de 80 milhões de euros, a mais alta de sempre por um guarda-redes. Quem também disse adeus ao Chelsea foram o defesa Kurt Zouma, o médio Tiemoué Bakayoko e, novamente, Michy Bastshuayi. Para reforçar os londrinos perante estas saídas, Sarri trouxe de Nápoles o médio brasileiro Jorginho e teve ainda direito a receber Kovacic, do Real Madrid, mas ainda não integrado na equipa.

    Cumpridos 120 minutos ao serviço do Chelsea, notamos logo à primeira vista que Sarri – apesar das influências italianas – acabou com o sistema de 3 defesas e retomou ao esquema 4-3-3. Apesar da primeira opção oferecer uma velocidade e verticalidade fora do normal, este treinador italiano revê-se na ideia de que com posse de bola em rápida progressão consegue chegar aos desejados golos. Em vários momentos de jogo, especialmente no último frente ao Huddersfield, o Chelsea consegue construir uma jogada a partir da sua área a trocar bola mesmo que tenha os seus jogadores a serem pressionados posicionalmente pelo adversário. O mais interessante é que este ‘Sarrismo’ (ou ‘Sarriball’, como andam a dizer os ingleses) obriga a que muitos jogadores estejam mais próximos do ângulo do esférico, dando opções de passe a todos os colegas. Algumas entregas de bola são a dois toques (receção e passe) e outras são até a um toque, onde podemos ver várias triangulações que dão espaço aos atacantes
    .
    Basta ver como o Chelsea quase chegou ao segundo golo contra o Huddersfield em jogo que terminou 0-3 a favor dos londrinos. Marcos Alonso fica praticamente isolado dentro da área do adversário, mas sofre falta e é marcada grande penalidade.

     

    Com bola, todos são capazes para Sarri. Já sem ela, é onde tem entrado Jorginho. O médio brasileiro de facto tem o dedo deste novo treinador. O brasileiro é o jogador que tem definido no relvado os espaços entre as linhas do esquema defensivo e meio campo dos ‘blues’. Num dos amigáveis do Chelsea, Jorginho chama o quarteto defensivo para avançar no terreno, juntando-se um pouco mais ao trio de médios. Quando os oponentes já entravam no meio campo dos ‘blues’, a marcação aos avançados já era mais fácil. Ora, há uma procura maior em estabilizar o papel dos defesas no ataque do Chelsea, especialmente o de David Luiz, que muito gosta de estar em terrenos mais adiantados e de Azpilicueta que era anteriormente um lateral direito de alguma propensão ofensiva.

    O papel de Jorginho tem sido notável na implementação das ideias de jogo de Sarri no Chelsea
    Fonte: Chelsea FC

    Fazer o melhor usufruto da posse de bola e procurar espaços em terrenos ofensivos é possível com os recursos humanos já existentes no Chelsea. Bola no solo beneficia N’Golo Kanté no meio campo, Cesc Fàbregas é um jogador reconhecidamente ligado à cultura da posse de bola. Na frente, Pedro Rodríguez tem as mesmas semelhanças e muita técnica, que também não faltam a Willian e Hazard quando for preciso contornar adversários.

    Jorginho entra com o pé direito na Premier League. Primeiro jogo, primeiro golo
    Fonte: Chelsea FC

    “Não estou aqui para fazer outro Nápoles, mas sim um bom Chelsea”, disse Sarri após o final do seu jogo de estreia no campeonato inglês. De facto, na Community Shield – a Supertaça de Inglaterra – a ideia não foi bem executada dado à grandeza do adversário que era o Manchester City de Guardiola. No entanto, estará a máquina bem oleada num futuro jogo mais complicado? O próximo é já o Arsenal… Por enquanto, Sarri vai dando mais liberdade ao dia-a-dia dos seus jogadores e ganha um espaço para poder fumar, em vez de mascar cigarros!

    Foto de Capa: Chelsea FC

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    Francisco Correia
    Francisco Correiahttp://www.bolanarede.pt
    Desde os galácticos do Real Madrid, do grandioso Barcelona de Rijkaard e Guardiola, e ainda a conquista da Liga dos Campeões do Porto de Mourinho em 2004, o Francisco tem o talento de meter bola em tudo o que é conversa, apesar de saber que há muitas mais coisas que importam. As ligas inglesa e alemã são as suas predilectas, mas a sua paixão pelo futebol português ainda é desmedida a par com a rádio. Tem também um Mestrado em Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.