Mikel Arteta voltou ao Arsenal, desta vez como treinador. Esta é a primeira aventura do espanhol como treinador principal, depois de três épocas e meia como adjunto de Pep Guardiola no Manchester City.
O antigo centro campista volta ao Arsenal três anos depois de terminar a carreira de jogador. Arteta representou os Gunners entre as épocas de 2011/12 e 2015/2016, tendo realizado 150 jogos oficiais e marcado 16 golos. Foi contratado para cumprir a árdua tarefa de substituir Fábregas, que rumou ao Barcelona, e Nasri, que se transferiu para o Manchester City.
Mikel Arteta construiu uma grande carreira como jogador. Formado nas escolas do Barcelona, teve passagens pelo Paris SG, Rangers, Real Sociedad, Everton, e por fim, Arsenal.
Em 2016 aceitou o convite de Pep Guardiola e integrou a sua equipa técnica no Manchester City. Como treinador adjunto conquistou dois títulos da Premier League, duas EFL Cup, duas Community Shield, e venceu a FA Cup também por uma vez. Um grande currículo em apenas três temporadas e meia.
Esta é uma grande oportunidade para Arteta, que com apenas 37 anos tem a possibilidade de orientar um colosso do futebol inglês.
A contratação do espanhol para o comando técnico dos Gunners foi uma jogada de risco, derivado da falta de experiência como treinador principal. Estreou-se com um empate em casa do Bournemouth, e em seguida foi derrotado em casa frente ao rival Chelsea, no seu primeiro grande jogo como treinador principal.
Do meu ponto de vista, o técnico espanhol foi uma escolha acertada. Neste momento o Arsenal ocupa o 12º lugar no campeonato inglês, e só uma jogada de risco pode alterar este momento crítico que o Arsenal atravessa.
Mikel Arteta conhece bem o clube que já foi “sua casa” e sabe o que é preciso para vestir a camisola Gunner. Nestes dois primeiros jogos foi possível observar a aposta na juventude, com a entrega da titularidade a Maitland-Niles, Bukayo Saka e Reiss Nelson, que foram formados no clube.
O técnico espanhol decidiu fazer duas alterações no onze inicial para o encontro com o Chelsea. Retirou da titularidade Sokratis, que saiu lesionado no último encontro e colocou Chambers. Granit Xhaka, que gerou muita polémica esta época devido às suas más exibições e que também perdeu a braçadeira de capitão após um gesto controverso, saiu do onze para a entrada de Guendouzi. O jovem médio francês realizou uma ótima exibição.
No encontro frente ao Bournemouth, o Arsenal sofreu primeiro, mas acabou por empatar por intermédio de Aubameyang. No derby londrino, o Arsenal adiantou-se no marcador ao minuto 13’ novamente com um golo de Aubameyang, mas o Chelsea acabou por ser superior, e teve a força física e mental necessária para dar a reviravolta no resultado. O cansaço acumulado do jogo disputado na passada quinta-feira e a falta de experiência de Arteta nesta nova tarefa acabaram por resultar na derrota dos Gunners. Lampard também teve muito mérito na forma como geriu o encontro.
Os adeptos já anseiam o título de campeão inglês, que lhes “escapa” desde 2003/2004. Esta temporada é impossível concretizar esse sonho, visto que a distância para o líder Liverpool é enorme. O clube deve recorrer ao mercado de transferências em janeiro, reforçando as lacunas presentes na defesa, que já conta com 30 golos sofridos nesta temporada na Premier League. O ponto forte do plantel é o ataque composto pelo capitão e melhor marcador da equipa Aubameyang, Lacazette, Nicolas Pépé e o jovem prodígio Martinelli.
Nesta fase, Arteta aparenta ser a melhor escolha, aliando o conhecimento interno do clube à aprendizagem resultante da sua passagem na equipa técnica de Pep Guardiola. Com contrato assinado até 2023, Arteta terá tempo para crescer enquanto treinador e também de aplicar a sua ideia de jogo, numa época aparentemente “perdida”.
Foto de Capa: Arsenal FC
Artigo revisto por Joana Mendes