A CRÓNICA: QUANDO A DEFESA NEM SEMPRE É O MELHOR ATAQUE…
Duelo de estilos parecidos entre Wolverhampton e Tottenham na primeira das tradicionais jornadas nesta época festiva em Inglaterra. A diferença reside sobretudo na falta de adeptos nos estádios – pelo menos na maioria –, porque a intensidade, essa, continua em alta rotação.
Num jogo em que José Mourinho entrou com a tática que eu esperava ver nos “Wolves” e vice-versa do outro lado. Vimos duas equipas com uma matriz muito definida, apesar do modelo empregue: defesas sólidas e privilégio dos contra-ataques velozes para fazer dano no adversário.
No entanto, como não podem simplesmente defender e esperar que o outro ataque durante os 90 minutos, alguma teria de tomar mais a iniciativa, o que aconteceu durante a primeira parte por parte dos homens da casa, muito devido ao facto de entrarem em campo praticamente em desvantagem. O Tottenham Hotspur FC chegou com ânsias de conseguir um golo e logo no segundo minuto alcançou a vantagem com um excelente remate de fora da área do “revitalizado” pelas mãos do “Special One”, Tanguy Ndombele. Algumas boas oportunidades para os homens de Nuno a seguir a este momento, mas com pouco acerto.
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— Wolves (@Wolves) December 27, 2020
A segunda parte começou precisamente na mesma toada, com o Tottenham Hotspur FC a defender bem e o Wolverhampton Wanderers FC a tentar furar essa linha defensiva bem organizada. Podence e Fábio Silva melhoraram consideravelmente, mas para mal dos seus pecados, Sanchez – o pior dos visitantes na primeira parte – também melhorou.
A pressão nunca foi muito alta parte dos “Wolves”, mas tiveram algumas ocasiões até ao fim e numa bola parada, num canto marcado pelo melhor em campo – Pedro Neto – o marroquino Saiss fez o 1-1. A máxima “quem não marca, sofre” volta a aplicar-se num jogo dos “Spurs” de José Mourinho.
Empate no marcador, após o término o jogo, e mais um dissabor para José Mourinho na luta pelo Top 4 da Primeira Liga Inglesa mesmo ao fim de uma partida que passou totalmente a defender.
A FIGURA
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Pedro Neto – O melhor em campo. Sempre inconformado, impossível de parar no 1vs1, e com muita qualidade no passe. Se melhora no remate, começa a ser (ainda mais) um caso sério do futebol português, pedindo outros voos. Foi quase sempre ele e Podence a criar perigo, em contraste com um Adama Traoré pobre de ideias: não compreendo o hype, tem muita velocidade e força física, mas com a bola nos pés decide quase sempre mal, apesar de ter técnica. Rúben Neves também esteve particularmente bem.
O FORA DE JOGO
“Everybody gave what they could give, we had a very solid performance, we were never in trouble, we were always in control.”
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— Tottenham Hotspur (@SpursOfficial) July 7, 2020
José Mourinho – “Parece que está na altura de começar a defender com todos um bocado mais tarde, não acha mister? Já aqui defendi a sua forma de pensar o jogo, noutros rescaldos feitos esta época, mas os adversários começam a perceber o que fazer e os seus “Spurs” tem qualidade atacante para muito mais”. Ainda assim, não foi pelo golo sofrido que o Tottenham Hotspur FC não foi competente defensivamente, foi muito incompetente (isso sim) no ataque. Kane e Son estiveram particularmente apagados.
ANÁLISE TÁTICA – WOLVERHAMPTON WANDERERS FC
Nuno Espirito Santo abordou este jogo como tem feito algumas vezes durante esta época na Primeira Liga Inglesa: em 4-2-3-1. Parece-me que não é a melhor opção (gosto mais de ver o Wolverhampton a jogar em 3-4-3), mas ainda assim tem jogadores com muita qualidade para fazer todas as posições.
Pudemos ver que Moutinho e Rúben Neves tinham a missão de construir e lançar, sempre que possível, a corrida de Adama, Neto e Podence. Sem Jimenez a equipa fica mais curta no ataque, mas Fábio Silva é um excelente valor que precisa de tempo para se adaptar.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Rui Patrício (6)
Semedo (6)
Coady (5)
Saiss (7)
Marçal (5)
Rubén Neves (6)
Moutinho (6)
Adama (5)
Podence (6)
Neto (8)
Fábio Silva (6)
SUBS UTILIZADOS
Ait Nouri (-)
Otasowie (-)
Vitinha (-)
ANÁLISE TÁTICA – TOTTENHAM HOTSPUR FC
Alteração no figurino habitual para um 3-5-2, que não é estranho a José Mourinho, mas bem menos utilizado durante esta temporada. Na verdade, depois do golo madrugador, acabámos por ver muito mais um 5-2-1-2, com uma defesa com mais elementos e Ndombele a assumir-se como peça-chave dos “Spurs” na saída para os ataques rápidos.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Lloris (6)
Doherty (6)
Davies (6)
Sanchez (6)
Dier (7)
Reguilon (6)
Hojbjerg (7)
Winks (6)
Ndombele (8)
Son (6)
Kane (6)
SUBS UTILIZADOS
Bergwijn (5)
Sissoko (-)
Lamela (-)