Bem-vindo a casa, José Mourinho

O RELATO DE UMA VIAGEM ATÉ ITÁLIA PARA VER O REGRESSO DE MOURINHO AO GIUSEPPE MEAZZA

Tive o privilégio de, na bancada central do Giuseppe Meazza, com convite de um director nerazzurri, assistir ao regresso de José Mourinho a um palco onde foi e fez feliz os adeptos que o brindaram com aplausos, numa receção calorosa, mal apareceu no relvado milanês. O burburinho era bem evidente, antes do jogo da Coppa de Itália, na qual defrontou, pela primeira vez, o Inter como visitante. Mourinho foi presenteado com uma tarja “Bentornato a casa, José” no topo norte de um dos míticos estádios do Mundo, reflectindo toda a emoção sentida antes, durante e depois deste confronto.

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A última vez que tinha orientado a equipa milanesa, naquele relvado, foi a 9 de Maio de 2010 numa intensa vitória por 4-3 frente ao Chievo, dias antes da inesquecível conquista da Champions League em pleno Santiago Bernabéu, com um bis de Diego Milito, que abateu o gigante bávaro, o Bayern de Munique. Antes disso, protagonizou e discutiu as meias-finais com o Barcelona de Pep Guardiola, sendo a orelhuda a cereja no topo do bolo, depois de 108 jogos, ao comando da equipa, durante duas históricas épocas. Erguendo igualmente duas Serie A, uma Coppa e uma Supercoppa para depois se transferir para os merengues do Real Madrid, com imagens que dificilmente sairão da memória, após esse título europeu em pleno relvado ou no sentido abraço a chorar agarrado a Materazzi, já com as luzes do estádio desligadas.

Nesta noite de reencontros o sabor foi agridoce, devido ao golo matutino do adversário que resultou na derrota e consequente eliminação, mas antes do apito final, foi brindado pelos adeptos que cantaram o seu nome e o treinador retribuiu gestualmente o carinho, na área técnica onde permaneceu de pé, desde o minuto inicial, no seu estilo habitual. Agradeceu igualmente na conferência de imprensa a forma como foi recebido por todos os elementos da estrutura nerazzurri, reforçando a relação eterna entre ambas as partes, como prova de cultura desportiva e memória de um público que reconhece todo o trabalho feito que ficará imortalizado no museu.

As iniciais do seu nome auxiliam a recordar um trajecto profissional que começou na sua cidade Natal, no final da década de 80, e se expandiu pelas principais competições europeias:

M de Mind games, pois os jogos não se começam a jogar no apito inicial e Mourinho sempre foi mestre nessa arte motivacional e provocatória, com o intuito de partir em vantagem para cada duelo nacional ou internacional, em mais de 1000 jogos na sua carreira ímpar.

O de Orientação para várias gerações de treinadores pela mudança que promoveu ao nível do quotidiano no campo, com a chegada da periodização táctica e todas as inerentes alterações do processo de treino de uma equipa de futebol a nível individual e colectivo.

U de Único pois apesar de estar longe da consensualidade, não deixa ninguém indiferente, pela atitude competitiva e maneira de estar num jogo e na vida, pois o seu nome é (re)conhecido em qualquer parte do globo, por amantes de futebol e não só.

R de Roma a sua actual paragem do percurso que começou na Luz como treinador principal e rapidamente se catapultou para o mais elevado patamar competitivo, a nível mundial, com passagens pelo Porto, Londres, Milão, Madrid e Manchester, com títulos conquistados nos quatro países, onde (já) treinou.

I de Imprensa dada a relação sempre intensa com destaque para conferências com muito sumo e muitas delas que ficam na memória por tudo o que disse e posteriormente foi escrito e comentado, marcando um estilo diferenciador.

N de Nacional dada a importância que o seu percurso teve/tem para a abertura de portas de forma inédita para centenas de treinadores portugueses espalhados por esse Mundo fora, a todos os níveis, seja como principais ou como adjuntos, forma como Mourinho arrancou a sua carreira profissional.

H de História, aconteça o que acontecer, daqui para a frente o seu nome já está escrito e cravado, dado o palmarés e prestígio conquistado, pelas conquistas, vitórias e títulos individuais e de equipas em diversos países europeus.

O de Organização muito além dos exercícios de treino, estratégia ou dispositivo táctico, potenciou toda a uma dinâmica colectiva dentro e fora do balneário, com repercussões na equipa técnica e própria estrutura do clube, espelhada na forma de jogar.

Venham os próximos capítulos da carreira do Special One

Artigo revisto por Joana Mendes

Óscar Botelho
Óscar Botelhohttp://www.bolanarede.pt
O Óscar é comentador de futebol e membro da Tribuna VIP do Bola na Rede.

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