A temporada 2013/2014 pode marcar uma das épocas mais negras da história do futebol da Associazione Calcio Milan. Os péssimos resultados, aliados às fracas exibições, já levaram à substituição de treinador, à entrada de Barbara Berlusconi para directora geral do clube e a uma enorme insatisfação por parte dos tiffosi, impacientes por uma reviravolta no rumo que a época leva.
A trinta pontos da líder Juventus, no campeonato, o Milan afundou-se também na Taça de Itália. Com o título a ser uma miragem, a taça nacional era a grande aposta de formação orientada por Clarence Seedorf, mas uma derrota por 1-2, frente à Udinese, ditou a saída de cena dos rossoneri nesta competição.
Pode dizer-se que o Milan durou apenas singelos 15 minutos nessa partida frente à equipa de Udine. Foi nesse quarto de hora inicial que chegou ao golo através de Balotelli, mas, a partir daí, todos os problemas da época voltaram a emergir. Mostrando enorme fragilidade, mesmo jogando em casa, o Milan deixou a formação forasteira tomar conta do jogo e foi com naturalidade que a Udinese chegou à vitória. Emanuelson somou o enésimo erro na temporada ao fazer falta dentro da sua grande área, o que permitiu a Muriel empatar o encontro ainda na primeira parte. O tento de Nico Lopez selou a qualificação da Udinese para as meias finais da Taça e gelou um San Siro já de si escuro e frio.
Se pensarmos que o Milan está longe dos lugares europeus e conquistar a Liga dos Campeões parece ser uma tarefa impossível, a Taça constituía a grande chance de qualificação para as competições europeias. Um Milan fora da Europa é um cenário que se começa a desenhar cada vez com maior nitidez. Aquele que é o segundo clube com mais Champions conquistadas, com um total de sete, corre o sério risco de ficar confinado ao território italiano em 2014/2015.
Seedorf, que chegou há duas semanas e é o menos culpado de toda esta situação, já veio dizer que não faz milagres e que os assobios dos tiffosi são normais, mas que está preparado para a luta. O técnico holandês pede tempo para executar as suas ideias e transmitir a força mental necessária aos jogadores, os quais estão completamente intranquilos, segundo salienta Seedorf. Com rasgados elogios para Balotelli e Kakà, o treinador milanês pretende transferir a confiança do italiano e do brasileiro ao resto da equipa por forma a que o grupo consiga tornar-se mais forte e potencialmente vencedor.
O próximo embate do Milan é na Sardenha, este Domingo, no sempre difícil reduto do Cagliari, o que certamente faz temer os tiffosi do Milan, que só viram a sua equipa ganhar um dos dez jogos já disputados fora de portas na Serie A esta temporada.