O histórico dérbi de Itália

    No contexto futebolístico, a palavra dérbi remete-nos, desde logo, para um embate entre duas equipas que pertencem à mesma cidade ou região. Exemplos disso são os nossos bem conhecidos Benfica vs Sporting ou Vitória de Guimarães vs Braga, que estão associados a Lisboa e ao Minho, respectivamente.

    Contudo, em Itália, o dérbi extravasa os limites de uma cidade ou região para se estender a todo o território nacional. Juventus e Inter de Milão protagonizam o aclamado e histórico dérbi de Itália. Já no próximo Domingo, dia 2 de Fevereiro, os dois clubes irão defrontar-se pela 216ª vez na sua história, num embate marcado para Turim e que faz parte do elenco da 22ª jornada da Serie A.

    O primeiro capítulo desta já longa história de dérbi de Itália foi escrita há mais de 100 anos. A data de 12 de Novembro de 1909 ficará marcada, para sempre, como o pontapé de saída nos duelos entre bianconeri e nerazzurri. O termo “Dérbi de Itália”, contudo, só viria a saltar para a boca dos apaixonados do futebol muitos anos mais tarde, mais concretamente em 1967, quando o jornalista italiano Gianni Brera ousou denominar de dérbi este encontro entre Juve e Inter.

    Foi no período entre a I e a II Guerra Mundial que o dérbi Italiano ganhou uma expressão que fez dele um dos duelos mais apetecíveis do futebol europeu. Recorde-se que Itália sagrou-se campeã do Mundo precisamante nesta era, mais concrectamente em 1930 e 1934. Dois obreiros desses títulos mundiais foram os capitães de Juve e Inter naquela altura. Giuseppe Meazza equipava pela formação de Milão, ao passo que Giampero Combi capitaneava a equipa de Turim. Dois históricos, dois homens fundamentais para o futebol transalpino e para as equipas onde jogaram, fazendo com que o dérbi ganhasse esta conotação de maior duelo futebolístico daquele país.

    Guiseppe Meazza (à direita), num dos muitos dérbis de Itália que jogou / Fonte: Wikipédia
    Guiseppe Meazza (à direita), num dos muitos dérbis de Itália que jogou
    Fonte: Wikipédia

    Passados todos estes anos, a estatística sorri à Juventus, que venceu 94 dos 215 jogos realizados. O Inter soma 67 vitórias, ao passo que o número de empates é de 54. Dos 575 golos marcados neste dérbi, 306 foram obtidos pela equipa de Turim, ao passo que os milaneses “apenas” somaram 269. É também a Juve que domina no que a goleadas diz respeito, já que, em 1961, logrou vencer o seu rival de sempre por uns expressivos 9-1.

    As últimas épocas têm confirmado este ascendente bianconero, apesar de o último jogo entre estas duas formações ter ditado um empate a uma bola. Mauro Iccardi, para o Inter, e Arturo Vidal, para a Juventus, foram os autores dos dois últimos golos do dérbi de Itália, que volta já este Domingo.

     

    Vidal a ganhar um lance a Alvarez e Taider, no último dérbi de Itália / Fonte: http://www.cbc.ca/sports
    Vidal a ganhar um lance a Alvarez e Taider, no último dérbi de Itália
    Fonte: cbc.ca/sports

    A jogar em casa e com surpreendentes 23 pontos de vantagem sobre o Inter, a bicampeã Juventus parece ser claramente favorita para esta partida que se avizinha. O domínio claro do campeonato por parte da formação de Antonio Conte tem contrastado com o péssimo registo da equipa de Walter Mazzarri, que, ainda há uma semana, empatou, em casa, perante o lanterna vermelha Catania.

    Mas o dérbi de Itália é muito mais do que uma simples partida de futebol. É, acima de tudo, um encontro onde o peso histórico joga e onde todos os intervenientes sonham fazer parte como um dos protagonistas. De Meazza a Zanetti, de Combi a Buffon, a história escreve-se, ano a ano, sempre com capítulos diferentes, mas sempre com a mesma vontade de triunfar por parte dos dois emblemas. Que seja um grande jogo de futebol, no dérbi do país europeu com mais títulos mundiais.

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    João Dias
    João Dias
    O João é um apaixonado pelo futebol, gosta de escrever e discutir a modalidade. É fã incondicional do Barça e do Napoli!                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.