Giuseppe Meazza divide com San Siro o nome do estádio que, nesta época, tem visto confirmado o potencial por muitos augurado a um avançado que chegara a Milão com a difícil tarefa de substituir um conterrâneo na frente de ataque nerazurri: falamos, claro, de Lautaro Martínez.
Nascido e criado na Bahia Branca, cidade portuária na província de Buenos Aires e cujo nome deriva dos salitres da sua costa, Lautaro, à imagem da cidade natal, possui também ele uma alcunha que advém das suas características: El Toro é o nome de batismo futebolístico do argentino, dada a força, abengação e comprometimento em campo do avançado ao longo dos noventa minutos.
Tendo começado a competir por uma equipa local, rapidamente despertou a cobiça dos maiores símbolos argentinos, que após o verem na Liga Regional da Província de Buenos Aires moveram esforços para a sua contratação. A sorte acabou por sorrir ao Racing Club, que o estreou numa partida em que o então jovencito substituiu o ídolo de infância Diego Milito.
As exibições ao serviço do clube de Alvallaneda e das seleções jovens argentinas catapultaram-no para a capital da moda. Em Milão, enfrentava a concorrência de Mauro Icardi, capitão e símbolo do clube ao qual acabara de chegar. Mas como o azar de uns é a sorte de outros, a má relação de Icardi com a direção e adeptos levou-o para Paris, abrindo assim espaço a Lautaro no plantel dos II Biscione. A este juntou-se Romelu Lukaku e ambos criaram uma sociedade que vem dando frutos e que está cada vez mais entrosada.
Não alheio à qualidade de Martínez, o Inter vai surpreendendo a octocampeã Juventus e companhia, tendo chegado à liderança isolada da Serie A no último fim-de-semana, na receção à SPAL 2013, num encontro que teve como protagonista maior – imagine-se – o pequeno bombardeiro que, ao bisar, alcançou também a marca de oito golos em 14 jornadas, batendo a marca pessoal da temporada passada (6).
Ao notável registo interno, Lautaro vai engordando as estatísticas na Liga dos Campeões. A equipa milanesa, que agarrou a última vaga de acesso à prova da rainha da Europa terminando em 4.º lugar na temporada transata – com os mesmo pontos da também europeia Atalanta e apenas mais que o rival AC Milan -, voltou esta época aos palcos internacionais de maior cartaz à boleia de El Toro, uma vez que o avançado tem contribuído com golos (5) e boas exibições para o 2.º lugar do Grupo F, só atrás do Barcelona e à frente de Borussia de Dortmund e Slavia de Praga.
Ao serviço da seleção albiceleste, pela qual se estreou num jogo de má memória para os sul-americanos (6-1 frente à Espanha) substituindo Gonzalo Higuaín, o interista esteve no lote de convocáveis para o Mundial de 2018, mas acabou por ver a competição a partir de casa; no entanto, já este ano, brilhou com um hat-trick frente ao México e parece lançado para ser a ponta letal de uma seleção que atravessa um momento de reinvenção.
Com apenas 22 anos, Lautaro é um dos jogadores mais cobiçados da atualidade. Barcelona e Manchester City parecem ser os principais pretendentes de um jogador que, como disse Veron, é uma mistura de Aguero, Batistuta e Crespo.
Foto de Capa: Inter
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão