Há cidades que têm mais história do que regiões e até do que países. Há cidades que guardam dentro de si marcos culturais sem paralelo. Há cidades que são consensuais na beleza e no encanto. Uma dessas cidades é Florença.
Capital da Toscânia, Florença é palco de obras da autoria de génios como Miguel Ângelo ou Leonardo da Vinci. Da estátua de David à Ponte Vecchio, passando pela galeria dos Uffizi, todos os recantos das estreitas ruas são pedaços de História, repletos de museus e catedrais.
Na zona Este da cidade, situa-se um outro “local de culto” muito especial para todos os florentinos: o Artemio Franchi. Local de “peregrinação” para todos os tiffosi da Fiorentina, este estádio está longe de guardar o mesmo número de troféus que as dezenas de museus espalhados pela cidade. Na realidade, a Fiorentina logrou vencer o campeonato por apenas duas vezes e conta com meia-dúzia de Taças de Itália. Nem mesmo a Taça das Taças que ocupa as vitrinas parece atenuar a falta de espaço para um clube que poderia e deveria ter mais troféus.
O último título remonta à época de 2000/2001, com a conquista da Taça. Estamos, por isso, a falar de um jejum que dura já há doze longos anos. No virar do século, a formação viola contava com Rui Costa e Nuno Gomes nos seus quadros – dois portugueses ainda hoje muito respeitados em Florença.
Depois de doze anos sem títulos, e, mais do que isso, doze anos com dificuldade a lutar por eles, eis que a Fiorentina versão 2013/2014 aparece finalmente com um plantel capaz de atacar o scudetto, a Taça, e, quem sabe, chegar longe na Liga Europa. É verdade que até perdeu os talentosos Jovetic e Ljajic, mas as chegadas de Gomez, Joaquín, Ilicic, entre outros, transformaram o plantel de Vincenzo Montella num grupo mais forte, mais sólido e mais capaz na luta pelos seus objectivos.
A equipa é sexta classificada na Liga, mas apenas a quatro pontos do segundo lugar, isto depois de, no passado fim-de-semana, ter virado um resultado de 0-2 frente à bicampeã Juventus. Nas competições europeias, a formação viola lidera o grupo E com três vitórias em outros tantos jogos, mostrando ser uma das candidatas à conquista da prova.
Jogando habitualmente num esquema de 3-5-2, a Fiorentina deverá alinhar com o seguinte onze na partida deste Domingo frente ao Chievo:
Na baliza, o brasileiro Neto é indiscutível na Serie A, e conta habitualmente com o montenegrino Savic e ainda os argentinos Roncaglia e Rodriguez para formarem a zona mais recuada. Rodriguez tem sido uma das grande revelações do início de temporada, ao mostrar-se seguro no plano defensivo mas destacando-se pela capacidade de aparecer com perigo nas bolas paradas ofensivas.
Na zona de meio-campo, Pizarro é a âncora da equipa e Borja Valero e Aquilani dão músculo à equipa, ao passo que Cuadrado e Pasqual exploram os corredores, tentando fazer chegar a bola a Rossi e Joaquín. A lesão de Mario Gomez abriu espaço para a entrada de Joaquín no onze, mas tem sido Rossi o homem em maior evidência no plano ofensivo da equipa. Depois de graves lesões nos joelhos, Giuseppe Rossi está de volta à sua melhor forma, sendo inclusivamente o melhor marcador da Serie A, com oito golos.
É verdade que estamos ainda numa fase prematura da temporada, mas os sinais vindos do Artemio Franchi entusiasmam os tiffosi viola e fazem-nos acreditar que a galeria de troféus pode finalmente voltar a ser preenchida já na próxima Primavera.