BVB Dortmund 3-2 RB Leipzig: Guerreiro “assiste” título do FC Bayern Munchen

    A CRÓNICA: BVB DORTMUND SOBE AO SEGUNDO LUGAR E COMPROMETE SEGUNDO POSTO DO RB LEIPZIG

    Nove pontos separavam BVB Dortmund e RB Leipzig à partida para o jogo desta tarde, que mais não era do que o primeiro capítulo de um episódio duplo: estas duas equipas voltam a encontrar-se quinta-feira, na final da Taça da Alemanha.

    Talvez em gestão para esse encontro, e apesar do título ainda ser matematicamente possível, Nagelsmann operou algumas alterações no 11 inicial. No sentido inverso, Edin Terzic construiu o 11 inicial na máxima força, com Haaland a ser a única e grande baixa por lesão.

    Obrigados a vencer para não deixar fugir os lugares de apuramento para a Liga dos Campeões, os da casa entraram pressionantes, logo à saída da área de Gulácsi, mas aos três minutos já Hitz estava no chão a negar o golo inaugural a Hwang.

    Entrada eletrizante das duas formações e, no minuto seguinte, a resposta saiu dos pés de Reus, crucialmente desviada para canto pela defesa visitante. Estava dado o aviso e, aos sete minutos, o capitão alemão abriu mesmo o marcador. Piszczek solicitou Reus, que se alheou do esférico e o deixou ao encargo de Hazard. O belga soltou de primeira para a diagonal inteligente de Reus que, colocado em posição legal pela saída tardia de Upamecano, fuzilou na cara de Gulácsi e soltou os festejos no banco de Edin Terzic.

    Estava elaborada a lista de estragos da primeira parte, com o 1-0 ao intervalo, e o FC Bayern Munchen já preparava os foguetes. O BVB Dortmund assumiu a partida e dominou toda a primeira parte. Quando os visitantes abandonaram o cruzamento em busca de Hwang e apostaram na troca de bola de pé para pé conseguiram chegar mais próximo da baliza adversária, mas ainda assim sem nunca a importunar.

    Em cinco minutos, depois da meia hora, duas perdas de bola do RB Leipzig ainda em zona primária de construção originaram dois contra ataques dos da casa, que não foram bem sucedidos por detalhes na hora de finalizar. Primeiro Hazard, que estava muito descaído e permitiu a aproximação de Upamecano, o que o impediu de finalizar em condições; depois Sancho, que embalou ainda antes do meio campo, mas rematou à malha lateral.

    Atrás no resultado e, desta forma, a entregar o título aos bávaros ainda mesmo sem entrarem em ação, cabia ao RB Leipzig ter bola, criar perigo e entrar na discussão dos pontos para cimentar o segundo posto.

    Logo no segundo minuto da segunda parte, Sabitzer e Kampl combinaram na esquerda e o austríaco rematou forte para defesa aplicada de Burki, que havia substituído o lesionado Hitz ao intervalo. Em dois minutos estava igualado o perigo criado pelos visitantes em toda a primeira parte.

    No entanto, empenhados em segurar os lugares de acesso à Liga dos Campeões, os homens do BVB Dortmund responderam de forma letal; aos 51 minutos Raphael Guerreiro fez a assistência mais fácil da sua carreira. Entregou a Sancho na esquerda e o craque inglês resolveu sozinho. Com espaço, partiu para cima de Klostermann, tirou-o da frente com uma simples mudança de direção e rematou para o 2-0. Tranquilidade aparente no marcador e o FC Bayern Munchen já desenhava o rastilho.

    Contudo, os comandados de Nagelsmann subiram o ritmo, conseguiram castigar Can e Delaney e, assim, ter mais bola, mas foi através de um pontapé de canto que repuseram a diferença de um golo no marcador. No meio de três peças amarelas, Orbán antecipou-se a Hummels e cabeceou para o poste mais distante, deixando Burki pregado ao relvado e a assistir na primeira fila à redução no resultado.

    Incerteza devolvida ao encontro, mas foi novamente o BVB Dortmund a tomar as rédeas e a ter mais bola, embora notoriamente mais intranquilo e frágil. No entanto, sempre que uma equipa assumia o controlo do jogo, era o adversário quem se revelava mais eficaz. Mais bola dos da casa, mas aos 77 minutos Dani Olmo repôs a igualdade no marcador, respondendo a um passe atrasado de Hwang.

    Dez minutos depois já não havia ordem que aguentasse o ritmo da partida; completamente partido, o jogo viu brilhar as estrelas que mais quiseram os três pontos. Num dos inúmeros contra ataques do BVB Dortmund, Sancho quebrou a corrida já dentro da área, esperou a subida de Guerreiro e serviu-o de calcanhar.

    O lateral português procurou de novo Sancho já na pequena área e o inglês bisou na partida, com um encosto que pode valer milhões. Até ao final do terceiro minuto de compensação, o RB Leipzig bem tentou chegar novamente ao empate, mas sem a inspiração necessária para converter.

    Apito final no Signal Iduna Park e festa em Munique; o FC Bayern Munchen podia finalmente acender o rastilho e soltar os foguetes, mesmo antes de entrar em campo. O golo tardio de Sancho garantia que o RB Leipzig não mais podia alcançar o gigante alemão na presente edição da Bundesliga.

     

    A FIGURA

    Jadon Sancho – Sem ter realizado uma partida assombrosa, apontou dois golos e acumulou pormenores deliciosos capazes de levar qualquer defesa à loucura. Apesar de tudo, que todos os dias maus fossem assim. Acerto de passe acima dos 80 porcento e autor do golo que pode ser fulcral no apuramento direto para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Importa realçar, no entanto, que tudo fica mais fácil quando se tem Raphael Guerreiro como companheiro de ala; assiste, atrai adversários e recupera rapidamente na defensiva. Soberbo.

     

    O FORA DE JOGO

    Dayot Upamecano – Nunca ficará em causa a qualidade do reforço do já eneacampeão alemão. Contudo, tarde difícil para o central francês, com um mau posicionamento no lance do primeiro golo e alguns lances onde esteve perto de perder a cabeça, principalmente frente a Sancho. Somou algumas faltas duras que poderiam ter originado um cartão de outra cor.

     

    ANÁLISE TÁTICA – BVB DORTMUND

    A equipa de Edin Terzic alinhou no habitual 4-2-3-1, embora sem o verdadeiro ponta de lança, com Haaland a ver da bancada. Piszczek e Guerreiro nas alas e Hummels e Akanji no centro formaram a linha de quatro que protegeu a baliza de Hitz na primeira parte e Burki na segunda.

    Emre Can e Dahoud atuaram na frente da linha mais recuada e estiveram encarregues de fazer a ligação com a linha mais avançada, constituída por Reyna e Sancho nas alas. Reus aparecia nas costas de Hazard no papel, mas na realidade ambos permutaram várias vezes as suas posições e isso viu-se, por exemplo, quando foi o capitão alemão a aparecer para finalizar – e que bem – o lance do primeiro golo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marwin Hitz (6)

    Lukasz Piszczek (6)

    Manuel Akanji (6)

    Mats Hummels (7)

    Raphael Guerreiro (8)

    Emre Can (7)

    Mahmoud Dahoud (6)

    Giovanni Reyna (6)

    Marco Reus (7)

    Jadon Sancho (8)

    Thorgan Hazard (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Roman Burki (6)

    Thomas Delaney (6)

    Julian Brandt (6)

    Ansgar Knauff (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – RB LEIPZIG

    Com algumas poupanças com os olhos postos na final da taça alemã, Nagelsmann não abdicou, no entanto, do seu sistema tático de eleição, com três centrais e dois alas a fazer todo o corredor.

    Na frente de Gulácsi, o eterno guardião húngaro dos “touros vermelhos”, Upamecano, Klostermann e Orbán formaram a linha de três centrais, assistida na alas por Henrichs e Angeliño.

    Kampl atuou na frente dos centrais com o objetivo de pegar no jogo e recebeu por múltiplas vezes a companhia de Dani Olmo para o mesmo efeito. Sabitzer e Olmo partiam do centro para as alas, em apoio a Angeliño e Henrichs e Sabitzer fez a ligação a Hwang, bastante desamparado, mas autor de uma exibição esforçada e bastante capaz.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Péter Gulácsi (6)

    Willi Orbán (7)

    Dayot Upamecano (6)

    Lukas Klostermann (7)

    Kevin Kampl (7)

    Angeliño (6)

    Marcel Sabitzer (7)

    Dani Olmo (7)

    Benjamin Henrichs (6)

    Emil Forsberg (7)

    Hee-Chan Hwang (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Nordi Mukiele (6)

    Justin Kluivert (6)

    Amadou Haidara (7)

    Konrad Laimer (-)

    Marcel Halstenberg (6)

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.