O Estádio Wanda Metropolitano recebeu, ao início da tarde, o jogo grande da 23ª jornada, o dérbi madrileno, entre os históricos rivais Atlético de Madrid e Real Madrid.
Com o FC Barcelona isolado na primeira posição, este era um jogo que assumia particular importância, pois ambos os conjuntos procuravam a vitória, sob pena de ficarem afastados de vez das contas do título.
Assistimos a uma primeira parte digna de um dérbi de classe mundial, com um ritmo de jogo elevado, num registo de parada e resposta e, acima de tudo, com golos.
O Atlético de Madrid começou o jogo bastante subido no terreno, pressionando o rival logo na zona de construção, o que lhes valeu algumas oportunidades, embora sem grande perigo para a baliza de Thibaut Courtois. Após recuperar deste pressing inicial, os merengues restabelecem-se e conseguiram finalmente praticar o seu futebol ofensivo. Na sequência de um canto, revelam-se extremamente eficazes e adiantam-se no marcador: Sergio Ramos ganha nas alturas e, na sobra, Casemiro aplica um excelente pontapé “moinho” e faz o primeiro da partida.
Os comandados de Solari não estiveram mais de nove minutos em vantagem, pois Vinicius Júnior perdeu a bola em zona proibida. Correa destruiu a linha defensiva do Real Madrid com um excelente passe para Griezmann que, na cara de Courtois, repôs a igualdade, num lance em que foi necessário aval do VAR. Feito o 1-1, as equipas respiraram um pouco e o jogo perdeu emotividade, com exceção de um remate de Toni Kroos para uma defesa fácil de Oblak, num lance que serviu de aviso para o que se seguiria.
Marcava o cronómetro 40 minutos, quando Giménez, com uma entrada imprudente, derrubou Vinicius Júnior dentro da área, levando o árbitro a apontar para a marca dos 11 metros, onde, mais uma vez, Sergio Ramos mostrou-se implacável.
Esgotando-se a primeira parte no Wanda Metropolitano, reinava a eficácia para cada lado, justificando-se por isso o empate, mas o Real Madrid seguia na frente, ao beneficiar de um erro individual de Jose Giménez.
Na segunda parte, como expectável, foram os colchoneros que assumiram as despesas do jogo e, em busca de um melhor resultado, demonstraram-se superiores ao adversário.
Aos 54 minutos, Morata movimentou-se para as costas da defesa do Real Madrid, recebeu a bola de forma soberba e efetuou um “chapéu” sobre Courtois, mas o VAR anulou o golo, num lance que mesmo visto e revisto deixa muitas dúvidas.
Apesar da superioridade, o Atlético de Madrid não conseguiu atacar com muita clarividência e, sem muita dificuldade, os merengues aguentavam a diferença mínima no resultado. Encaminhando-se para o fim da partida, o Real ia assumindo uma posição mais reucada no terreno e, aos 70 minutos, não se livrou de um grande susto, pois o árbitro Javier Fernandez precisou de analisar as imagens do VAR para confirmar que não havia motivos para um penálti favorável ao Atlético.
Na resposta a este lance, num ataque rapidíssimo, Modric lançou Gareth Bale na ala esquerda do campo e, contra aquela que era a cadência desta segunda parte, o internacional galês faz o 1-3, deitando um enorme balde de água fria sobre os adeptos colchoneros.
Com a partida já resolvida, o Real jogou em função do tempo e, em oposição, impotentes perante tal situação, os jogadores do Atlético de Madrid deram-se por vencidos. Registaram-se ainda duas oportunidades para o Real Madrid elevar o resultado a goleada, assim como a expulsão de Thomas num claro ato de desespero.
O Real Madrid, com uma exibição segura e personalizada, sai vencedor do dérbi madrileno, ascende ao segundo posto e encontra-se claramente no melhor momento de forma da época, devolvendo alguma esperança aos seus adeptos numa possível conquista do campeonato.
O Atlético de Madrid vê o seu adversário de hoje ultrapassá-lo na tabela classificativa e vê o sonho do título cair para o limiar do impossível.
ONZES E SUBSTITUIÇÕES
Club Atlético de Madrid: Jan Oblak, Diego Godín, Santiago Arias, Lucas Hernández, José Giménez, Thomas Partey, Saúl Ñíguez, Ángel Correa (Rodri Hernandez´65), Thomas Lemar (Vitolo´59), Antoine Griezmann, Álvaro Morata (Kalinic´71)
Real Madrid CF: Thibaut Courtois, Dani Carvajal, Sergio Ramos, Raphael Varane, Sergio Reguilón, Toni Kroos (Ceballos´84), Luka Modric, Casemiro, Karim Benzema (Mariano´89), Lucas Vázquez, Vinícius Júnior (Bale´57)