O que perde Cristiano Ronaldo ao sair da Madrid?
Adeptos merengues e analistas ligados a jornais associados ao Real (como a Marca) têm abordado as vantagens de CR7 em permanecer no Santiago Bernabéu. Entre as mais citadas, fala-se na capacidade competitiva e mediática do Real Madrid e na estabilidade familiar e profissional. Como vimos na segunda página, a última “vantagem” não existe. Quanto às outras duas – a máquina mediática do Real Madrid (2ª maior, segundo estimativa da Forbes) fez crescer Cristiano Ronaldo tal como a máquina mediática associada à marca Cristiano Ronaldo (6ª, segundo a mesma publicação) fez crescer o Real Madrid e o mesmo vale para o aspecto competitivo… ou não.
No que toca ao aspecto competitivo, pode-se perfeitamente alegar que tem sido Cristiano Ronaldo a carregar o Real Madrid às costas. Foi assim na Liga dos Campeões deste, por exemplo, onde o português fez nada mais nada menos que 10 (!) golos desde os quartos-de-final até à final, onde assinou um bis importantíssimo para a vitória merengue, e foi assim na Liga Espanhola, onde se foi revelando particularmente decisivo nos jogos mais importantes. Ou seja, Cristiano é um jogador capaz de conquistar títulos, e o mérito de alguns dos conquistados pelo Real Madrid, especialmente os deste ano, a ele se pode atribuir.
Estas são razões, portanto, rebatíveis. Mas há outras, que não têm sido tão faladas e podem ter um impacto maior na performance futebolístico-mediática de Cristiano Ronaldo. A maior é… Zidane. O técnico francês foi capaz de ganhar uma discussão a CR7, fazendo-o ver a importância de gerir o seu esforço ao longo da temporada. O astro português ficou chateado ao ser substituído em Las Palmas, por exemplo, Zidane veio a público dizer que ele teria de entender… e entendeu. Tão bem que o mostrou em golos. É sabido que ambos têm boa relação, que Zidane abre o caminho para que Cristiano Ronaldo seja Cristiano Ronaldo. E essa tal relação jamais poderia ser replicada, pelo menos de forma tão instantânea, noutro clube.