Papá, porque somos do Atlético?

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    Papá, porque somos do Atlético?”, pergunta ao pai um menino de cerca de dez anos, sentado no banco traseiro do carro. O pai, apanhado de surpresa pela pergunta, não tem resposta pronta.

    A cena é de um anúncio lançado pelo próprio Atlético de Madrid. Decorria a época 2001-02 e o Atlético vivia um período negro da sua história, disputando a Segunda Liga, enquanto o grande rival da cidade, o Real Madrid, vivia a época dos galáticos. Zidane tinha acabado de se juntar a Figo, Casillas, Roberto Carlos e Raúl para, nessa época, levantarem mais uma Liga dos Campeões. Ainda assim, os adeptos do Atlético nunca deixaram de seguir essa equipa que tanto sofrimento causa e de marcar presença lá no Vicente Calderón, no final do Paseo de los Melancólicos.

    “Papá, porque somos do Atlético?”, perguntava o rapaz do anúncio e terão perguntado muitas outras crianças aos seus pais. A resposta tarda um pouco, não por falta de razões, mas porque há razões tão profundas que é difícil trazê-las à superfície das palavras. Joaquín Sabina canta no hino do centenário do clube:

    Aquí me pongo a contar,
    motivos de un sentimiento;
    que no se puede explicar.
    (…)

    Para entender lo que pasa,
    Hay que haber llorado dentro,
    del Calderón, que es mi casa;
    o del Metropolitano;
    donde lloraba mi abuelo;
    con mi papa de la mano.

    Qué manera de aguantar, Qué manera de crecer, qué manera de sentir, (…)

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    Eduardo Botelho
    Eduardo Botelhohttp://www.bolanarede.pt
    Se os passes de letra existissem literalmente, o Eduardo talvez tivesse dado jogador de futebol. Assim, limita-se às reviengas literárias. A viver em Barcelona, tem vista privilegiada para a melhor liga do mundo.                                                                                                                                                 O Eduardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.