Foi perante um Stade de France lotado que os semiamadores do Les Herbiers tentaram cumprir o sonho de levantar a taça nacional gaulesa. Depois de ter logrado de alguma sorte no caminho até esta final (não jogaram contra nenhuma equipa do principal escalão), levar de vencido o milionário PSG parecia algo impossível de acontecer… e foi mesmo.
Depois de 25 minutos de sufoco parisiense e três bolas nos ferros, lá se quebrou a resistência dos finalistas improváveis: Lo Celso rematou colocado, sem hipóteses para o guardião Pichot. O domínio parisiense era por demais evidente, no entanto, a desvantagem mínima fazia o Les Herbiers acreditar no conto de fadas. Sempre muito apoiada – para se ter a noção, estavam 15 mil adeptos na bancada, sendo que a vila tem 16 mil habitantes- a equipa que luta para não descer ao quarto escalão fazia das limitações forças e tentava impedir o avolumar do marcador.
Na segunda parte, apesar de ténues saídas do Les Herbiers para o ataque, a toada manteve-se e a equipa de Unay Emery dominou confortavelmente. Aos 50’, Mbappé ainda festejou o golo, mas este viria a ser invalidado por braço na bola. À entrada do último quarto de hora, o PSG dobrou a vantagem num tento de Edinson Cavani da marca de penálti. O jogo, que só por si já não tinha muitos motivos de interesse, estava mais que decidido e arrastou-se até final, sendo que o Les Herbiers procurou sempre o seu golo de honra, que podia ter acontecido nos descontos através de um contra-ataque perigoso.
O Paris SG conquistou a quarta Taça de França consecutiva, a décima segunda do seu historial, completando o triplete nacional. Já o Les Herbiers honrou o futebol amador francês, mas não conseguiu fazer o impensável: para se ter uma ideia, o salário médio de um jogador da equipa do Les Herbiers ronda os 2000€ por mês, o equivalente a que Neymar ganha… em 30 minutos! A luta continua para estes homens, já que está em risco a manutenção no terceiro escalão francês.
Foto de capa: Paris Saint-Germain