📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

O desafio da vida de Henry

- Advertisement -

O campeonato francês é rico em “casos anormais”. O curioso caso de uma equipa que não mantém o nível depois de o atingir. Antes do “fenómeno P$G”, esses casos eram muito mais notórios devido à alternância de campeões. Não devido à elevada qualidade técnica e artistas brilhantes a espalhar magia, mas a uma competividade entre equipas muito equilibrada. Afinal, falamos de um país grande, com uma enorme cultura futebolística, e portanto não é à toa que lá já se sagraram campeões nacionais mais de dez clubes diferentes.

A estabilidade que falo, referindo-me ao Mónaco, assenta no vai vem que é o histórico (pelo menos recente) do conjunto monegasco. Figuravam no topo do futebol francês na década de 90. Foram campeões em 1997 (com Tigana) e 2000 (com Claude Puel), vice campeões em 1991 e 1992. Para coroar tal fase fulgorante, disputaram a final da Liga dos Campeões de 2004. É nesse marco que identifico o começo da perda de qualidade gradual do conjunto do principado. No campo desportivo, com o atual selecionador francês, deveria estar tudo em ordem para obter sucesso, porém, lapsos na índole financeira arruinaram o clube, que acabou por entrar em colapso interno. Engraçado é o facto de que o preciso ano em que os monegascos disputaram uma final europeia ficou completamente manchado pelos problemas financeiros.

O clube, entretanto, acaba despromovido. O problema era finanças, então foi nas finanças que a solução se achara: Dmitry Rybolovlev. Em 2011, adquiriu o emblema que se via muito longe de paragens já antes visitadas. O capital próprio do magnata russo serviu, inegavelmente, para trazer o AS Mónaco de volta ao topo do futebol gaulês. Moutinho, James Rodriguez, Falcao, foram jogadores de renome que concederam algum estatuto, outrora perdido, à equipa.

Leonardo Jardim entra nesta fase, numa fase vigorosa. Tem meios para montar a obra, e então a mesma nasce. Construíu uma equipa belíssima. Reuniu jogadores que hoje disputam as melhores ligas, nas equipas candidatas à conquista das ditas provas. É óbvio que o problema não era Leonardo Jardim.

Falcão e Henry, dois avançados exímios
Fonte: AS Mónaco

A conclusão a que chego, após assistir às diversas novelas que os maus resultados implicam, assenta na mudança. A mudança é o principal mecanismo utilizado numa situação de insucesso. Thierry Henry, o próprio, volta ao clube agora como técnico. Um ex- enorme jogador vem substituir um atual enorme treinador. Pela lógica em si, não é lá muito sensato, porém, trata-se de uma referência incontornável do planeta futebol. Conseguiu a vitória numa equipa que há 16 jogos não vencia. A verdade, não sejamos ingénuos, é que teria de acontecer. Encontrou uma equipa, nas mesmas condições de Leonardo: boletim clínico recheado. Muitos nomes de maior renome indisponíveis. Não é uma questão de qualidade técnica, é uma questão de falta de recursos técnicos (Jovetic, Rony Lopes, Sidibe, Subasic,…) Sou um pouco contra as saídas dos treinadores, quando as circunstâncias afetam diretamente o trabalho dos ditos. Mas vejamos: por vezes a mudança é inevitável. Pode-se trocar um melhor por outro pior (não é que aqui seja o caso, Henry tem muita margem de manobra ainda), não devido à qualidade de ambos, mas apenas por se tratar de uma mudança. Trazer algo novo, apenas isso, por vezes é o melhor remédio.

Henry é um nome absolutamente respeitado. Reputação e prestígio que falam por si. Trata-se de uma equipa muito jovem, em que qualquer elemento da mesma respeita o respetivo técnico. Henry chegou na adversidade extrema, mas tem poder. Não é um “zé ninguém”. Tem algo que Leonardo Jardim não tinha, a meu ver. Porém, mesmo com o regresso de todas as baixas, não sei se o Mónaco terá forças para se reerguer e obter uma classificação mais à sua imagem. Afinal, em situações semelhantes no passado, o clube não resistiu em ser rebaixado…

A despromoção já aconteceu anteriormente, em contexto semelhante. Não seria surpresa, mas esta equipa tem muita qualidade “lesionada”. E pior que isso, pouca qualidade que a substitua convenientemente… São jogadores que, na sua maioria, jogam juntos há muito pouco tempo, e não foi possível ainda construir uma espinha dorsal que equilibre e permita altos voos a qualquer equipa que compita em alta competição!

Foto de capa: AS Mónaco

Revisto por: Jorge Neves

Diogo Fresco
Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Mundial Rugby 2027: Portugal no grupo D com Irlanda, Escócia e Uruguai

Já são conhecidos os adversários de Portugal na fase de grupos do Mundial de Rugby 2027. O sorteio decorreu esta quarta-feira, em Sydney.

Já é conhecido o árbitro do Benfica x Sporting da 13.ª jornada da Primeira Liga

António Nobre será o árbitro do Benfica x Sporting. O encontro da 13.ª jornada da Primeira Liga está marcado para esta sexta-feira.

Juventus soma mais uma baixa para o encontro com o Benfica na Champions League

A Juventus anunciou, esta quarta-feira, que Federico Gatti terá de ser operado ao joelho, falhando o encontro com o Benfica na Champions League.

Luís Pinto projeta FC Porto x Vitória SC: «Sabendo que com o triunfo dará uma ‘Final 4’ ao clube, temos de saber bem o...

Luís Pinto fez a antevisão ao encontro do Vitória SC frente ao FC Porto, no Estádio do Dragão. Encontro dos quartos de final da Taça da Liga.

PUB

Mais Artigos Populares

Francesco Farioli faz primeiro balanço da temporada: «Se voltar ao dia 15 de julho, a mentalidade dos jogadores, as emoções que aqui andavam…»

Francesco Farioli realizou a conferência de antevisão do FC Porto x Vitória SC. Encontro referente aos quartos de final da Taça da Liga.

Francesco Farioli: «Vi comentários que diziam que nos últimos jogos só ganhámos por um golo, mas com os adversários temos uma diferença de 13...

Francesco Farioli realizou a conferência de antevisão do FC Porto x Vitória SC. Encontro referente aos quartos de final da Taça da Liga.

Jogador do Benfica admite terminar carreira no clube: «Não me importaria»

Fredrik Aursnes abordou a sua situação contratual no Benfica e admitiu a possibilidade de acabar a carreira no clube encarnado.