Um bonito jardim do Mónaco

    Leonardo Jardim comandava o AS Mónaco FC desde a época 2014/2015, alcançando um percurso de sonho com a conquista de um campeonato francês, boas campanhas europeias e ainda o desenvolvimento de jogadores que valeram o encaixe de milhões de euros por parte do clube monegasco. O trajeto do técnico português terminou em outubro do ano transato, altura em que foi despedido e rendido pelo ainda inexperiente treinador, Thierry Henry.

    Não havia sido um adeus, mas sim um “Até já!”

    Numa temporada que até começou com um triunfo fora de portas diante do Nantes, o Mónaco de Jardim revelou-se bastante frágil e não conseguiu mais vencer. Num cenário atípico, os monegascos não triunfaram em mais nenhuma partida, apresentando um futebol amorfo que se revelou trágico nas ambições do clube em todas as competições. Prova desta estranha incompetência foi o desastre europeu com a conquista de apenas um ponto no Grupo A da Liga dos Campeões.

    Desesperava-se por mudança e como já é sabido no mundo do futebol: Quando há necessidade de mudança, normalmente isso traduz-se no fim de linha para o treinador em vigor. Assim foi, Leonardo Jardim é despedido no dia 8 de outubro após o desaire caseiro frente ao Rennes e passa a sentar-se no banco de suplentes Thierry Henry. O jovem técnico não fez milagres, perdendo inclusivamente o primeiro jogo, mas ao fim de três jornadas conseguiu devolver o sabor da vitória ao AS Mónaco com um triunfo pela margem mínima no terreno do Caen.

    Contudo, não conseguiu resolver os problemas nem sequer alcançar uma boa série de resultados e comparando Jardim e Henry concluímos que o francês conseguiu fazer ainda pior do que o experiente treinador português. Leonardo Jardim ao fim de nove jornadas deixou a equipa na 18ª posição e olhando outros nove jogos à frente, já com Henry no comando técnico, os monegascos estavam ainda uma posição abaixo, ocupando por isso um histórico penúltimo lugar da Ligue 1.

    Era notória a instabilidade dentro e fora das quatro linhas e na reta final do mercado de inverno, a direção do clube volta atrás com a sua decisão: apenas três meses depois da sua chegada, termina contrato com Henry e faz voltar Leonardo Jardim.

    O Mónaco estava afundado na zona de despromoção e soavam os alarmes. Era hora de mudança e após o treinador seguiu-se o plantel, que apresentava diversas fragilidades e em parte justificava o insucesso do clube. O conjunto do Principado foi por isso reforçar-se ao mercado e garantiu oito importantes “reforços de inverno”:

    Fàbregas, Naldo, Vainqueur, Ballo-Touré e Carlos Vinícius (ex-Rio Ave). Garantiu ainda por empréstimo N’Koudou (Tottenham) e os internacionais portugueses Gelson Martins e Adrien Silva, emprestados pelo Atlético Madrid e Leicester, respetivamente.

    Gelson Martins tem assumido especial destaque na equipa do Mónaco
    Fonte: AS Monaco FC

    Com melhores jogadores e Jardim também com outra motivação, o Mónaco transpira confiança e até ao momento segue invicto. Com um estilo de jogo mais personalizado e sobretudo ofensivo, os resultados estão a surgir e o último foi, considerando todo o contexto desta época, notável.  Vitória por 2-0 num jogo extremamente complicado com o Lyon em que além dos três pontos alcançados, o Mónaco conseguiu provar que é perfeitamente capaz de fazer muito mais do que aquilo tem feito.

    Jardim regressou para salvar o Mónaco do caminho para o abismo e só restando o campeonato francês é tempo de começar a olhar a longo-prazo. Para esta época resta um único objetivo: a estranha missão de evitar a descida de divisão.

    Foto de Capa: AS Mónaco FC

    Artigo revisto por: Jorge Neves

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    Gonçalo Miguel Santos
    Gonçalo Miguel Santoshttp://www.bolanarede.pt
    Ainda era caracterizado com um diminutivo e sentado ao lado do seu pai, já vibrava com o futebol, entusiasmado e de olhos colados na televisão à espera dos golos. O menino cresceu e com o tamanho veio o gosto pela escrita e o seu sentido crítico.                                                                                                                                                 O Gonçalo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.