Gerrard, You’ll Never Walk Alone


    E quem não se lembra da mítica final de Istambul? Na noite de 25 de Maio de 2005, depois de uma primeira parte arrasadora, o Liverpool foi para o intervalo a perder por três bolas a zero frente ao Super Milan de Ancelotti, Kaká, Shevchenko e companhia. É nestes jogos que se os grandes jogadores se tornam lendas, e assim foi: em apenas 6 minutos, o Liverpool empurrou a partida para o desempate nas grandes penalidades, e foi na lotaria que os Reds se sagraram vencedores. O homem do jogo? O número 8, capitão, e melhor jogador do Liverpool, Steven Gerrard, autor do primeiro golo, jogador que sofreu o penalty que fez a igualdade, e capitão que proibiu a sua equipa de baixar os braços perante a enorme montanha que teria de escalar. A cereja no topo de bolo, depois de uma campanha memorável, Gerrard conquista, a nível individual, o prémio de Melhor Jogador da Europa.

    Se Gerrard já estava nos livros da história do futebol inglês e mundial, é neste jogo que assina o seu nome com tinta permanente, gravando-o na pedra que constrói o mítico Anfield Road como um dos maiores jogadores de sempre da história do Liverpool.

    Apesar do assédio de clubes de topo europeu, Steven Gerrard sempre se manteve fiel ao seu Liverpool, alcançando o epíteto de um dos melhores jogadores do mundo num clube que atravessou um dos piores períodos da história recente do clube, com vários 8.ºs 7.ºs e 6.ºs lugares.

    Gerard beija o símbolo do maior título (Champions) conquistado ao serviço dos reds Fonte: Liverpool FC
    Gerard beija o símbolo do maior título (Champions) conquistado ao serviço dos reds
    Fonte: Daily Mail

    Quando o título parecia decidido a favor do Liverpool, na temporada de 2013/2014, quis a má sorte que, frente ao Chelsea, Gerrard escorregasse e oferecesse a Demba Ba o golo da vitória dos homens comandados por Mourinho, que regressava ao Chelsea depois de um período no Real Madrid, impedindo assim o capitão do Liverpool de conquistar o único título que não conquistou a nível de clubes.

    É certo que escorregou dentro de campo, mas é incontestável que a sua grandeza não permitiu que escorregasse fora dele, muito menos nas boas graças dos adeptos de Anfield, que sempre viram, e verão, no jogador mais um adepto, um timoneiro, um filho da casa, um verdadeiro líder.

    Depois de 538 jogos a nível de clubes (504 do quais no Liverpool, e desses, 473 como capitão), de 114 internacionalizações e de 146 golos marcados, despedimo-nos no passado dia 24 de Novembro de um dos responsáveis pela minha paixão pelo futebol, e acredito que pela de muitos, de um homem que pelo seu caráter e exemplo deixa para as gerações vindouras um legado de que o amor ao clube que se representa, por vezes, vale mais que todos os milhões deste mundo, e um jogador que, certamente, poderá ter abandonado o relvado, mas que nunca deixará de fazer parte do clube, esse, que nunca caminhará sozinho.

    Foto de capa: Liverpool FC

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    Frederico De Távora Pedro
    Frederico De Távora Pedrohttp://www.bolanarede.pt
    Licenciado em Direito, é a ver e a analisar futebol que se sente como um peixe na água. O Benfica corre-lhe nas veias, e apaixonou-se por futebol no dia em que ainda criança entrou pela primeira vez na Velhinha Luz. O futebol europeu é o que mais o atrai, sendo em Inglaterra que semana a semana segue o seu campeonato de eleição: a Premier League.                                                                                                                                                 O Frederico não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.