Liga Inglesa: Manchester City 3-0 Chelsea – Desta vez sem (Eva) Carneiro expiatório

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    A semana da imprensa desportiva inglesa teve o Chelsea no centro das atenções. A médica do clube, Eva Carneiro, fora insultada por José Mourinho por ter entrado em campo quando Hazard estava caído, “perdendo” tempo na busca dos três pontos no encontro caseiro do campeão frente ao Swansea. Falou-se do desagrado de Abramovich pela atitude do português, do pedido desculpas público exigido pela Dra., do apoio dos médicos da Premier League à mesma, e de um pedido singular de vários adeptos do Arsenal – era em Eva Carneiro que se devia apostar para reforçar o plantel, e não em Benzema.

    Viram-se, por isso, livres do peso mediático da péssima diante do Swansea, os jogadores do clube londrino, mas isso não foi suficiente para encararem o jogo com maior tranquilidade. Pelo contrário, cederam muito espaço ao Manchester City, que entrou cheio de ganas em afirmar a sua superioridade face a um rival na luta pelo título e que em meio minuto de jogo já tinha criado duas oportunidades, a primeira por Aguero, a obrigar Begovic a aplicar-se, a segunda por Navas, que rematou perto do poste esquerdo da baliza do Chelsea, na recarga.

    A passividade dos blues, sobretudo no meio campo, onde Ramires esteve em destaque pela negativa, fez crescer o City e permitiu um duelo intenso entre  a referência ofensiva dos citizens (Aguero) e o guarda-redes bósnio do Chelsea, que travou as primeiras duas tentativas do argentino com muito brio, sendo auxiliado pela falta de equilíbrio do rival, à terceira. À quarta, porém, não conseguiu evitar que a bola cruzasse a linha de golo. Aguero beneficiou da passividade do sector defensivo do Chelsea e, depois de combinar com Touré, fez gato-sapato dos seus adversários, dentro da grande àrea, antes de finalizar, colocadíssimo para um golo mais do que merecido.

    O Etthiad engalou-se (perto de 55 mil adeptos) para receber um fantástico jogo de futebol Fonte: Facebook do Manchester City
    O Etthiad engalou-se (perto de 55 mil adeptos) para receber um fantástico jogo de futebol
    Fonte: Facebook do Manchester City

    O Chelsea não conseguia sacudir a pressão dos citizens e ia-se rendendo às evidências da supremacia táctica do seu adversário, alicerçada num posicionamento defensivo irrepreensível (Mangala vai crescendo), que dá mais segurança à equipa e lhe permite, de forma mais desinibida, praticar um futebol mais horizontal no último terço do terreno, essencialmente levado a cabo pelos alas, ainda que os desequilibradores maiores continuem a ser David Silva e Sergio Aguero.

    Até final da primeira parte, o Chelsea conseguiu ganhar terreno, mas isso não se manifestou em situações de grande perigo para além de um remate de longe de Fabregas que passou perto da baliza de Joe Hart.

    Para a segunda parte, o City conseguiu fechar-se de forma eficaz e o jogo, não perdendo a intensidade da primeira parte, não teve tantas oportunidades de golo, até porque quem dominava era quem estava a vencer e só saia para o ataque pela certa, mas com perigo. Aguero, novamente, rematou ao lado, servindo esta ocasião de golo para despertar um pouco o Chelsea que foi ocupando o meio-campo contrário, ainda que isso só lhe valesse uma situação de golo – Hazard, beneficiando do trabalho físico de Diego Costa dentro da àrea, tirou um adversário do caminho e obrigou Joe Hart a esforçar-se.

    Mourinho via a sua equipa impotente perante tamanha organização posicional contrária e decidiu arriscar, fazendo entrar Falcao para o lugar de Willian… mas no minuto a seguir, o City amplia a vantagem, com Kompany a responder, de cabeça e da melhor maneira a um canto batido por David Silva.

    Um golpe tremendo nas aspirações de um Chelsea já partido, no espírito e no campo, e que permitiu que uma saída para o ataque ficasse frustrada pela audácia de David Silva (outra vez ele), que se antecipou a Ivanovic e ofereceu a Fernandinho o golo que viria a fixar o resultado final.

    Até ao último apito do àrbitro, apenas se realça um lance em que Diego Costa atira ao poste no lance de maior perigo do Chelsea.

    O Chelsea voltou a desiludir e desta vez não se podem usar bodes… ou carneiros (trata-se de uma mulher, por sinal lindíssima!), vá, expiatórios que escondam uma exibição pouco imaginativa dos jogadores ou a superação estratégica do técnico adversário.

    Figura do jogo:

    David Silva – Que grande jogo do espanhol dos citizens. Não marcou, mas esteve em todos os lances de golo da sua equipa. No primeiro, foi ele a descobrir Aguero, que tabelou com Touré, antes de marcar. No segundo e terceiro, são passes dele que dão os golos que sentenciaram a direcção dos três pontos.

    Para além disto, teve ainda papel importante a nível posicional, auxiliando Fernandinho nas subidas de Touré, e servindo quase como segundo avnaçado na hora de pressionar a construção de jogo do adversário. Como se não bastasse, aindda foi municiador de grande parte dos outros lances de perigo.

    O Fora de jogo:

    José Mourinho – O treinador português, pela terceira vez (uma das duas anteriores fora em Leiria) na sua carreira, entra sem vencer nas primeiras duas jornadas do respectivo campeonato.

    Estudou, porventura, mal, o seu adversário, que o surpreendeu pela organização táctica e pela largura ofensiva que emprestou ao jogo. O meio-campo foi muito macio e permitiu demasiadas situações de contra-ataque para uma equipa com o estatuto do Chelsea e que teve na organização defensiva o seu ganha-pão (campeonato) no ano passado.

    Foto de capa: Facebook do Manchester City

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