«O meu objetivo é divertir-me»: o que traz Sarri ao Chelsea FC?

    Enquanto os olhos do mundo do futebol estavam postos na Rússia, grandes mudanças ocorriam em Stamford Bridge. Antonio Conte, que chegara em julho de 2016 e dera ao clube o título de campeão inglês na sua primeira época, foi demitido. Para o seu lugar, chegou Maurizio Sarri, anteriormente do SSC Napoli. Um italiano austero, apaixonado e agressivo é substituído por um compatriota delicado, calmo e ponderado. Com esta mudança de personalidade vem uma mudança na filosofia de jogo. O que podemos esperar dos blues esta época?

    Na sua primeira conferência de imprensa enquanto treinador do Chelsea FC, Sarri falou pouco das alterações que pretende implementar. Afirma que é necessário deixar o que “Antonio Conte fez bem” como está. De resto, teve uma afirmação, no mínimo, caricata: quando questionado acerca do que teria de fazer para manter o seu lugar enquanto treinador, o italiano respondeu apenas que o seu objetivo pessoal é divertir-se: “Nem toda a gente tem o privilégio de se divertir enquanto faz o seu trabalho”, disse.

    A imprensa inglesa não parece ter apreciado as palavras do novo comandante londrino, pelo que a esta afirmação se seguiu um peremptório “ser divertido ganha troféus?” da parte de um jornalista. Aqui, Sarri aproveitou para vincar o tipo de mentalidade que quer incutir no clube: “é melhor desfrutar e não ganhar do que vice-versa”.

    Sarri despertou a curiosidade de todos os adeptos da equipa londrina
    Fonte: Chelsea FC

    Estas declarações apresentam-se aos adeptos do Chelsea como uma espada de dois bicos: se por um lado é bom ter um treinador que queira apresentar um futebol positivo, que contrarie a tendência defensiva da equipa desde a última passagem de Mourinho, em 2015, não será que estes também procuram, acima de tudo, uma equipa que vença títulos domésticos e europeus?

    Uma equipa que possa ombrear com alguns dos maiores nomes do futebol? E, além disto, ainda existe o fator Roman Abramovich. Dono do clube desde agosto de 2003, o magnata russo já despediu mais de uma dezena de treinadores, entre os quais se contam José Mourinho (duas vezes), Carlos Ancelotti e Roberto Di Matteo, este último afastado mesmo após a conquista da Liga dos Campeões. Abramovich investiu centenas de milhões de euros no clube e não exige dos seus técnicos nada menos que a excelência. Resta saber como é que irá reagir a esta conferência de imprensa.

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    Gonçalo Taborda
    Gonçalo Tabordahttp://www.bolanarede.pt
    O Gonçalo vem de Sacavém e está a tirar o curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Afirma que tem duas paixões na vida: futebol e escrita. Mas só conseguia fazer uma delas como deve ser, por isso decidiu juntar-se ao Bola na Rede.                                                                                                                                                 O O Gonçalo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.