Sonhemos

    Até final da Premier League há 24 pontos em disputa, o Leicester enfrenta quatro deslocações, duas delas de elevadíssimo grau de dificuldade teórico (Old Trafford e Stamford Bridge), mas até pode dar-se ao luxo de não se preocupar com o último jogo caso mantenha a distância para o segundo classificado, já para não falar de que nessa partida, o Chelsea, com toda a certeza, não precisará dos pontos e poderá celebrar a “derrota” dos rivais londrinos, Arsenal e/ou Tottenham na corrida ao título.

    Pode-se começar a sonhar. Não só em Leicester, como no mundo do futebol, que celebrará a vitória da magia imprevisibilidade numa altura em que os milhões parecem ditar as leis, desdemocratizando as hipóteses dos clubes pequenos em conquistar os principais campeonatos e ligas europeia; a vitória da alma, da paixão contra o rigor táctico e a lei das probabilidades, que se estenderá muito além do mundo do futebol como uma história inspiradora; a vitória dos “maluquinhos” da observação, isto é, os departamentos de scouting (nesse aspecto, e como pessoa suspeita na matéria pela minha paixão pela observação, e o trabalho que desenvolvi neste campo a minha consciência leva-me a deixar um obrigado público a Steve Walsh, treinador-adjunto de Ranieri, que trabalha intensamente com o departamento de observação do Leicester e que teve dedo nas contratações de Mahrez, Vardy ou Konaté), cuja importância tem sido cada vez mais subavaliada nos clubes, dando-se primazia a agentes de futebol que pouco mais vêm na indústria além de comissões chorudas.

    A vitória do Leicester será a vitória da parte “limpa” da indústria do futebol, da idoneidade… dos que acreditam no 1% de hipóteses e se agarram a ele. Que venha ela. Para nos lembrar de que vale a pena a sonhar.

    Foto de capa: Leicester City

     

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    Pedro Machado
    Pedro Machado
    Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.