O ano do SSC Napoli… se a Juventus deixar

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    No comando da Serie A, mas com apenas um ponto de vantagem em relação à segunda classificada Juventus, o Nápoles está numa situação complexa. Se, por um lado, é de realçar o facto de se ter já cumprido mais de metade do campeonato e ainda estar em primeiro, por outro tem-se desvalorizado o quão mínima é a distância que o separa dos rivais de Turim.

    Conhecido por praticar um futebol de ataque, e pela grande qualidade individual dos seus jogadores da frente, o Nápoles é, também, uma equipa que tem revelado grande irregularidade ao longo dos anos. Talvez por alguma inexperiência, a equipa de Sarri tem falhado nalguns momentos decisivos. Agora que lidera o campeonato, vai ter de enfrentar toda a pressão inerente à posição que ocupa.

    A Juventus por sua vez, é hexacampeã. Mais que habituada aos grandes momentos, o clube do Norte de Itália está tanto preparado para manter a concentração a gerir um primeiro lugar, e uma grande vantagem, como a disputar o campeonato até à última com outras equipas. A diferença, desta vez, é que os Bianconeri estão a lutar pelo campeonato numa posição de desvantagem. Mas por mais que o foco seja posto na excelente temporada do Nápoles, neste momento são os napolitanos que têm que estar mais preocupados, e não a Juve.

    Afinal, ao longo das últimas temporadas, mais que dominar a Serie A, a Juventus impressionou pela sua regularidade, e a forma como foi dominante em momentos-chave da temporada. A Roma, por exemplo, que tem sido a equipa que mais tem desafiado a Juventus na luta pelo título nos últimos anos, não possui a mesma mentalidade vencedora. O conjunto da capital italiana tem grandes períodos durante a época, chegou até a estar em primeiro lugar algumas vezes na Serie A, em certas temporadas, mas não consegue ter a organização e determinação necessárias para se manter no topo uma época inteira.

    Olhando para a equipa do Nápoles, é notório que não tem o mesmo rigor que a Juve. E isso pode-lhe custar caro, na disputa pelo título. Estando num patamar inferior em termos psicológicos, ou de gestão de emoções, em relação aos rivais da Juventus, o que torna difícil a consistência de resultados necessária para triunfar em Itália, ao Nápoles resta-lhe fazer aquilo que melhor sabe fazer: jogar bom futebol. Se continuar a disputar o campeonato jogo a jogo, sem perder a identidade ofensiva que o caracteriza, o Scudetto é possível.

     

    Hamsik tornou-se recentemente o melhor marcador da história do Nápoles Fonte: SSC Napoli
    Hamsik tornou-se recentemente o melhor marcador da história do Nápoles
    Fonte: SSC Napoli

    É a partir da segunda metade da temporada que começam a surgir os jogos decisivos. Muitas vezes, encontros fora de casa, com equipas pequenas, são aparentemente insignificantes. Mas com a necessidade crescente destas equipas em fugir à despromoção, torna-se obrigatório para as equipas que ambicionam chegar ao título não perder pontos.

    O Nápoles tem de estar particularmente atento. O seu futebol, por muito que encante adeptos e críticos, é menos estruturado e funcional que o da Juventus. E, portanto, está muito mais dependente da inspiração dos seus principais jogadores. Conseguir vitórias, mesmo quando a equipa não estiver a jogar bem, e os futebolistas estiverem fora de forma, é fundamental.

    A diferença mínima que separa Juventus e Nápoles significa que a Serie A se poderá decidir no jogo entre ambos. Esse jogo, em Turim, assume grande importância, sobretudo para a equipa de Sarri, que procura finalmente afirmar-se como um conjunto ao nível da Juve.

    Para poder conquistar o título, os napolitanos têm que se esforçar ao máximo para não perder pontos, e tentar, pelo menos, chegar ao jogo com a distância de um ponto intacta. Aumentá-la é difícil, e perdê-la seria provavelmente um golpe demasiado duro para a equipa poder recuperar.

    Para a equipa de Hamsik, Mertens e Insigne, vencer a Juventus em Turim é o desafio mais importante da sua história. Mas, mesmo que o seu futebol e as suas prestações pareçam heróicas, a equipa não se pode deslumbrar. Nesta corrida ao Scudetto, cada vez mais reduzida a dois, o Nápoles ainda é o menos favorito, mesmo que esteja em primeiro.

    Para a Juve, este campeonato é só mais um título, o sétimo Scudetto consecutivo.

    Caso o Nápoles consiga juntar mais um pouco de entrega ao seu futebol, estão reunidas todas as condições para que os gli azurri possam fazer frente ao campeão do Norte de Itália.

    É que, ainda que mais fraco, o plantel napolitano já conquistou um apoio e simpatia incondicionais por toda a Europa do futebol.

     Foto de capa: SSC Napoli

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    Guilherme Malheiro
    Guilherme Malheiro
    É na música e no futebol que encontra a sua inspiração. Quando escreve, gosta de manter escondido o lado de adepto. Também gosta de ténis, snooker e boxe.                                                                                                                                                 O Guilherme não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.