As 5 melhores contratações na Europa neste mercado de inverno

    O mercado está oficialmente fechado na maioria dos países europeus para alívio de uns e azar de outros. Depois de um verão agitadíssimo, o defeso de janeiro foi mais calmo em comparação com anos anteriores.

    Com muitos clubes da Premier League fora de cena neste mercado – mesmo o Chelsea – e a Arábia Saudita a passar em segundo plano, foram poucos os negócios surpreendentes ou milionários a ser realizados. O mercado de verão em 2024, especialmente num ano com tantas competições internacionais de seleções, deve ser o rebentar de uma onda que ainda se está a formar.

    Ainda assim, entre oportunidades de negócio e ajustes precisos, há vários negócios que, por esta Europa fora, merecem ser destacados. Entre os mesmos de sempre, os novos gigantes no que ao mercado diz respeito e aos clubes do coração, são várias as transferências que permitem aos adeptos sonhar com uma segunda volta de alto nível e com um futuro risonho.

    1.

    Ian Maatsen Borussia Dortmund
    Fonte: BVB Dortmund

    Ian Maatsen (Borussia Dortmund): Depois de uma primeira volta a roçar o desastre no plano interno, e a surpreendente consistência na Liga dos Campeões, o Borussia Dortmund é o principal campeão do mercado na Bundesliga.

    Chegar ao título é, neste momento, uma miragem em que nem os mais crentes acreditam, mas o Borussia Dortmund sonha com uma gracinha na prova milionária e tem a obrigação de terminar no top-4 da Bundesliga, feito que está muito longe de estar assegurado.

    O regresso de Jadon Sancho, qual filho pródigo, ao Borussia Dortmund foi um dos principais focos do mercado de inverno na Europa. O inglês tem estado solto em campo, mostra a confiança que esteve tantos meses escondida em Manchester e acaba por tirar os holofotes a outro nome que também chegou ao clube alemão em janeiro.

    Ian Maatsen foi uma das principais figuras da subida de divisão do Burnley na última temporada, acabou por ficar no plantel do Chelsea, mas nunca foi opção de luxo para Mauricio Pochettino. Foi emprestado ao Borussia Dortmund, agarrou a titularidade e não a vai largar. Além do perfil atlético que tem, é um falso lateral. Pode jogar em qualquer posição do campo (já jogou como central, como lateral e tem habilidade para o meio-campo) e é o substituto perfeito para Raphael Guerreiro. Joga bem por fora, acelerando com bola no pé, cruzando e lançando de forma exímia, e procura terrenos interiores. Acelera por dentro, dá opções na saída de bola e dá seguimento ao jogo aurinegro. Completamente multidimensional.

    2.

    Valentín Barco Brighton
    Fonte: Brighton

    Valentín Barco (Brighton): Multidimensional é também a palavra perfeita para definir Valentín Barco. Poderá ser tudo o que quiser e tem no Brighton o contexto perfeito para brilhar.

    Já não é surpreendente ver o Brighton ser capaz de convencer os talentos que todos identificam. A contratação de Valentín Barco não é uma descoberta nem o achado (os cerca de dez milhões estavam ao alcance de muitos), mas sim uma verdadeira prova da dimensão que o Brighton atingiu. Recruta em todos os mercados e tem capacidade para convencer os jovens, muitos deles sul-americanos, a preferir o projeto do clube ao invés dos clubes mais tradicionais e potências no continente.

    A apresentação de Valentín Barco não podia ser mais verdadeira. Apresentado como uma estrela do Football Manager num clube que vive a vida real como se um jogo se tratasse. Roberto De Zerbi controlará os botões e as teclas dos próximos passos da carreira de um jogador intratável.

    Valentín Barco recupera a essência do futebol sul americano. Levou um Boca Juniors algo destraçado à final da Libertadores assumindo-se como o principal destaque da equipa. Pode fazer qualquer posição no corredor esquerdo ou jogar por dentro qual número dez. É um jogador total, com uma irreverência e imprevisibilidade que não pode ser apagada e com uma estética que atrai e impressiona. Continuando a desenvolver-se sem apagar as suas raízes, será um dos jogadores a marcar os próximos anos.

    3.

    Ivan Perisic Josip Brekalo Hajduk Split
    Fonte: HNK Hajduk Split

    Ivan Perisic (Hajduk Split): Falando em raízes e em personalidade, nenhum clube conseguiu transferências tão fortes e impactantes como o Hajduk Split. Nikola Kalinic, Josip Brekalo e, acima de todos, Ivan Perisic.

    18 anos depois o extremo croata regressa a casa para cumprir o sonho: ganhar a Liga Croata. O domínio do Dínamo Zagreb está a ser ameaçado pelo Hajduk Split, que até perdeu depois da pausa para inverno, mas que está vivo na luta por um título que escapa desde 2005, ano em que Ivan Perisic era um jovem da formação do clube. Nunca se estreou e terá em 2024, quase 20 anos depois, a oportunidade para o fazer.

    O salário de Nikola Kalinic (valor simbólico de um euro mensal) foi o romance deste inverno no que ao futebol diz respeito, mas a opção de regressar a casa de Ivan Perisic tem tudo para dar certo em todos os lados. Ainda a recuperar de uma rotura no ligamento cruzado, o croata só regressará aos relvados em abril, fase decisiva da época.

    Em junho a Croácia estará no Euro 2024 e o Hajduk Split permitirá mais minutos de jogo a Ivan Perisic do que o Tottenham. Em condições normais, recuperá a tempo e estará na lista final de Nico Kovac, naquela que deverá ser a última dança do croata pela seleção ao mais alto nível. Já o Hajduk Split, que espera manter-se no topo da tabela, ganhará um elemento experiente e habituado a disputar todos os títulos. Dentro de campo, e reservando alguns ‘ses’ pela recuperação, Perisic ainda marca diferenças, recebendo aberto, chegando em profundidade e atacando a área para finalizar. Fica por saber qual o futuro depois do empréstimo.

    4.

    Arthur Vermeeren Atlético Madrid 2
    Fonte: Club Atlético de Madrid

    Arthur Vermeeren (Atlético Madrid): Num estágio completamente diferente, Arthur Vermeeren tinha todos os clubes da Europa a tocar à campainha. A voz de Diego Simeone soou mais ternurenta e o jovem belga rumou a Madrid.

    Arthur Vermeeren está com destaque no capítulo mais triunfante da história recente do Antuérpia. Entrou na equipa principal na época do título e foi figura de destaque na primeira participação do clube na Liga dos Campeões. Não é um nome desconhecido em Portugal e já brilhou no Estádio do Dragão.

    O salto para outro patamar era uma questão de tempo e, se o Atlético Madrid não parecia o destino mais óbvio, faz sentido e a mudança no mercado de janeiro dá tempo a Vermeeren para se adaptar e pegar de estaca no verão. A renovação de plantel e estilística do Atlético Madrid está em marcha e os colchoneros também sabem atacar e com qualidade. O surgimento de médios criativos como Pablo Barrios foi bem aproveitado por Diego Simeone.

    Arthur Vermeeren tem tudo para impressionar o técnico do Atlético Madrid. Acima das qualidades técnicas, tem um perfil de liderança que impressiona. Não se esconde da pressão e pode tornar-se num dos homens de ferro do clube espanhol. Isto tudo com uma capacidade fora do comum de ler o jogo. Aos 18 anos pensa a saída de jogo, lateraliza quando necessário e dá suporte defensivo. Podemos estar a ver o início de um dos médios da próxima geração e os 18 milhões de euros devem sair baratos.

    5.

    Carlos Alcaraz Juventus
    Fonte: Juventus FC

    Carlos Alcaraz (Juventus): O nome podia significar destreza no manejo das raquetes, mas este Carlos Alcaraz destaca-se mesmo é com a bola nos pés. Há nomes que nasceram para o sucesso.

    A Juventus está num processo de remodelação. Depois de anos a fio como potência hegemónica, a Vechia Signora passou para segundo lado, dando espaço a outros clubes italianos para brilhar. O fora de campo penalizou o clube italiano na última época, mas em 2023/24 a Juventus tem beneficiado e conseguido batalhar com o Inter Milão no topo da tabela.

    A vários quilómetros de distância, há uma enorme diferença (coletiva e, principalmente individual) entre os clubes que subiram e os que desceram na Premier League. Custa ver Willy Gnonto ou Kiernan Dewsbury-Hall numa segunda divisão e custava ver Carlos Alcaraz no mesmo patamar. Chega à Juventus por empréstimo (e uma opção de compra astronómica), mas pode pegar no lugar.

    Carlos Alcaraz pode jogar num dos dois lugares da frente (como uma espécie de segundo avançado) ou como médio com maior propensão ofensiva no 5-3-2 de Allegri. É essencialmente um médio com chegada a área, com entendimento do último terço e um instinto goleador apurado. Defensivamente é altruísta e incansável, o que pode valer pontos junto do técnico italiano. A Juventus está em reconstrução e são novos os nomes que se destacam no emblema de Turim.

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