Diogo Gonçalves. Nasceu em Almodôvar, região do Alentejo que pertence ao distrito de Beja, Diogo António Cupido Gonçalves, de seu nome, que aos 27 anos de idade, acaba de aterrar nos Estados Unidos da América, em busca do sonho americano. A equipa escolhida pelo ala português é o Real Salt Lake, que ocupa neste momento a terceira posição na Conferência Oeste da MLS, apenas atrás dos dois gigantes de Los Angeles.
Mas o que é que faz um jogador de futebol mudar-se do frio de Copenhaga para as planícies áridas de Utah? Bem quanto a isto, apenas Diogo Gonçalves é que sabe as suas verdadeiras motivações, no entanto, parece-me uma opção de carreira bastante interessante, até pelas suas próprias características enquanto jogador, tendo em conta que pode beneficiar do futebol com mais espaço da MLS.
Chegou muito cedo a um dos maiores clubes portugueses, o Benfica, onde fez toda a formação, essencialmente como extremo direito, rumando depois a Inglaterra numa primeira fase, onde representou o histórico Nottingham Forest. aterrando posteriormente em Famalicão, naquela que foi a época que lhe valeu o bilhete de regresso à casa mãe, para atuar pelos encarnados. Nunca se percebeu bem a sua posição em campo, se era médio ala, extremo ou até lateral, como no Benfica de Jesus, no famoso sistema de três centrais.
Sempre olhei para Diogo Gonçalves tendo o exemplo de outros jogadores semelhantes que fizeram uma boa carreira em posições mais recuadas no campo, como os casos de Ricardo Pereira ou até Fábio Coentrão que, não sendo excessivamente dotados tecnicamente, conseguiram aprimorar as suas características defensivas e, com isso, tornarem-se valores seguros da posição. No caso de Diogo Gonçalves, parece-me que a sua evolução não correu como esperado, e até o próprio momento que a equipa encarnada vivia na altura, não era propriamente propício, daí a sua saída para a Dinamarca onde, até então representou o Copenhaga, com bastante sucesso devo dizê-lo.
Acontece inúmeras vezes, todos os dias, portugueses a conquistarem o mundo, e no futebol é bastante propício isto acontecer. Diogo era uma das referências da equipa dinamarquesa, mas chega agora aos Estados Unidos da América, país onde já brilharam nomes como Nani, Abel Xavier, Nuno Santos, André Horta, enfim entre outros, com a pesada camisola 10 dos Real Salt Lake, o que por si só já implica sempre uma certa pressão extra, mas também pelas fortes aspirações do conjunto americano, que se vê envolvido nas posições de acesso ao playoff da sua conferência, e que por isso têm condições para lutar por títulos.
Como já referi anteriormente, se fosse jogador de futebol acredito que escolhia os Estados Unidos como uma das etapas da minha carreira, não só porque a cultura em geral me fascina, para além de todas as paisagens e vida extra campo, mas essencialmente pela aposta que os americanos estão a realizar, ano após ano, no “soccer“, com projetos orientados para o sucesso, para o bem estar financeiro e desportivo, mas também para a própria evolução dos jogadores, fator que tem sido imensamente explorado por todas as equipas americanas. A MLS é, cada vez mais, uma liga muito atrativa para jovens jogadores e já deixou de ser, há muito, uma liga para o fim de carreira de alguns jogadores consagrados, e outros nem tanto. Para terminar, acredito que a aventura de Diogo tem tudo para correr bem porque vai beneficiar da sua rapidez, capacidade de progressão com bola, capacidade nas bolas paradas e ainda alguma irreverência que imprime no seu jogo para ter todo o sucesso que merece e que deseja.
Até já Diogo Gonçalves, ou como se diz na América “see ya“!