Pelé | O pontapé para a imortalidade

    Em terra de cegos, quem tem olho é Rei, e Pelé tinha dois

    Eram 1282 as formas de começar este artigo, que mais não é que uma bajulação ao tão aclamado “Rei do Futebol”, mas talvez o melhor seja começar da forma mais simples de todas: com um Obrigado.

    Um obrigado pelo contributo que deu ao mundo. Um obrigado pelo ser humano que foi. E um obrigado pela forma como revolucionou um desporto tão amado como o futebol. 

    Sem nunca o ter visto jogar e ficando apenas com vídeos supérfluos do Youtube, escrevo refugiando-me nas sábias palavras do meu avô que, quando o nome do astro brasileiro vinha à tona, apenas dizia que nunca tinha visto nada assim.

    E nunca tinha visto nada assim porque, e num mero devaneio meu, talvez não tenha existido e não exista ninguém que tenha catapultado o futebol para outra dimensão, pelo menos da mesma forma. Num mundo, onde existe uma tremenda dificuldade em conciliar conceitos como política e futebol, Pelé fê-lo. 

    Mas vamos por partes, o que dizer do génio futebolístico que era Pelé? Infelizmente não tenho memória de nenhum dos 1282 golos que fizeram do brasileiro o maior marcador de sempre ou da conquista de um campeonato do mundo com apenas 17 anos, algo que se ao dia de hoje parece difícil de alcançar, imaginemos outrora. Parafraseando, um outro génio de futebol, Neymar, “antes de Pelé, o futebol era apenas um desporto”. Um pequeno rapaz, nascido na cidade dos três corações que num piscar de olhos conquistou o coração de multidões. Um pequeno rapaz que num tempo onde as redes sociais não mais eram que meras conversas de café, conseguiu catapultar o futebol para o mediatismo internacional equiparando-o ao nível de Hollywood, como se de um filme de Steven Spielberg se tratasse. Um pequeno rapaz que se tornou no embaixador do futebol, tanto que nos dias de hoje difícil é encontrar algo que Pelé ainda não tivesse feito e, como palavras leva-as o vento, deixo-vos um vídeo que exemplifica o que aqui escrevo.

    Porém, seria redundante restringir Pelé aos golos, recordes e títulos pois o brasileiro fui muito mais que isso. Também na dimensão social e política assumiu um papel determinante. Basta relembrarmos que num país onde, diariamente, pessoas são vítimas de atitudes racistas, Pelé foi capaz de levar até ao mais alto patamar um rosto que até então seria impensável. E não só levou, como também foi amado e apreciado como se um deus se tratasse. 

    No campo político, existem histórias que davam para escrever um livro, mas confesso que existe uma que me fascina: a história de quando Pelé travou a Guerra em África. Imaginem um dos conflitos mais violentos da história de áfrica parar para a Nigéria ver o brasileiro jogar? Para que a equipa do Santos pudesse fazer a viagem em segurança, o governo decretou um cessar-fogo que teve a duração da digressão da equipa brasileira por áfrica. Ao olhar de hoje e da sociedade contemporânea, isto parece algo impensável de acontecer. E por mais romântica que esta história pareça ser, é um dos melhores exemplos do quão grande era o pequeno Pelé.

    No entanto, foi como ministro do desporto que a sua ação da dimensão política se acentuou com a criação da conhecida “Lei Pelé” que tinha como finalidade trazer mais transparência e profissionalismo ao desporto brasileiro.  

    Estes são apenas dois dos muitos exemplos que aqui poderia trazer para demonstrar o impacto que o brasileiro teve fora dos campos, mas em jeito de um resumo meio desajeitado, Pelé era um modo de estar. Uma forma de viver. 

    Creio que esse é o maior legado que Pelé deixa: um génio que dentro de campo colocou o futebol na ribalta e que fora de campo melhorou consideravelmente a sociedade. Uma inspiração para todos, nos mais diversos campos sociais. Do Futebol à Política, do mais novo ao mais velho, de Minas Gerais para o Mundo. 

    Por mais espaço que o céu tenha, nunca será suficiente para a grandiosidade de Pelé.

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    Duarte Amaro
    Duarte Amarohttp://www.bolanarede.pt
    Duas são as paixões que definem o Duarte: A Comunicação e o Desporto. Desde muito novo aprendeu a amar o desporto, muito por culpa dos intervenientes que o compõem. Cresceu a apreciar a mestria de Guardiola, a valentia de Rossi e a habilidade de Hamilton, poder escrever sobre estes é algo com que sempre sonhou.